Quero ser Sua

Capítulo 4

Boa noite pessoal!
Outra história que atendendo um pedido especial estarei voltando. Desculpe mais uma vez desaparecer, um bloqueia de criatividade foi mais uma vez meu obstáculo, mas estou me esforçando e estou conseguindo molda-la.
Esse livro vai falar sobre alguns temas além do romance. Partes desses temas são baseados em algumas experiências. Espero que gostem!!
Beijos!!

Depois de um tempo minha mãe e eu estamos exaustas, porém finalizamos toda a cobertura. O ruim de fazer faxina não é o trabalho em si, mas o fato de termos de limpar tudo em um dia só, ao contrário das empregas que podem dividir a tarefa para dias diferentes, faxina é como se fosse um se vira nos trinta.

E além de cansativo era ingrato! Eu até gostava da limpeza, apesar de ser bem cansativo. O que sempre me incomodou nesse profissão, é o quão desvalorizado pode ser.

Só quem trabalhou entende, como é desanimador se dedicar e fazer um bom trabalho, e não receber o valor que realmente vale e ainda muitas pessoas nos tratar como se fossemos menos por limpar a sujeira delas. Isso me irrita e me faz querer lutar mais ainda por uma vida diferente, tanto para mim quanto para minha mãe.

Após revisarmos cada cômodo da cobertura, juntamos nossas coisas e vamos embora, fazer toda aquela viagem novamente. Chegando em casa, minha mãe vai tomar banho enquanto eu decido preparar um lanche leve para nós, afinal como chegamos tarde e almoçamos bem, decidimos pular a janta para poder cair na cama.

Logo após minha mãe sair, eu vou para meu quarto pegar meu pijama, entro no banheiro, faço xixi e tomo meu banho. Ao sair do chuveiro vou ao espelho para soltar meu cabelo, e por um momento eu realmente me olho.

Olho minha pele chocolate ao leite, meu rosto tem uma ou duas espinhas, algo que me faz parecer uma eterna adolescente, apesar dos meus 22 anos tirando esse detalhe irritante meu rosto não tem marcas e não tenho olheiras. Minhas sobrancelhas escuras tem pequenas falhas, herdadas do meu pai. Nunca consegui encontrar uma pessoa que as acertasse, meus olhos são castanhos médio, nem muito escuro e nem muito claro. Meus lábios são grossos, meu nariz é uma mistura de largo com pontudo. Estranho? Sim! Nem eu entendo meu traços, mas eles funcionam.

Meu corpo não é espetacular, seios e bunda são proporcionais acompanhado de um cintura fina e marcada, um corpo mais esquio que cheio de curvas, não me leve a mal, eu gosto do meu corpo! Entretanto eu não sou maravilhosa, sou comum.

Uma pessoa como eu, não chamaria a atenção de alguém como Erick. A não ser é claro, que ele me encarasse como os meninos da minha escola me encaravam. Boa o suficiente para "ficar" ou convidar para transar, mas sem chance de namorar.

Por isso nunca quis ficar com ninguém, pode me chamar de brega como já ouvi muitas vezes, mas eu sempre soube que valia mais do meu corpo, se um homem quisesse ficar comigo iria ser porque gosta de mim, não com o prazer que pode tirar.

Eu sempre me perguntei ao ver minhas colegas namorando, por que não eu? Por que ninguém me queria de verdade? Por que o menino que gosto queria ficar comigo escondido e não me namorar ou andar ao meu lado?

Foi tarde, mas eu entendi muito bem. É incrível como as pessoas lutam para esconder, minimizar e ridicularizar esse motivo, isso acontecia porque eu sou preta. Meninos não querem as negras para mostrar aos amigos e se gabar de seus namoros, e quanto mais escura ela é, mais deixada de lado ela fica. Não vou ser hipócrita e falar que meninos não se sentiram atraídos por mim, eles se sentiam. Mas eles me viram como um pedaço de carne, algo que queriam experimentar por ser "diferente" e descartar. E para o azar deles eu sempre quis ser diferente, eu preferia mil vezes ficar sozinha do que me humilhar, eu fiz isso uma vez e aprendi a lição.

Homens como Erick Torres não chegariam perto de mim, por mais lindo que fosse.