Capítulo 2 - Reaproximação

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"Narra Thiago"

Desde que a Ana reencontrou sua família, nos distanciamos um pouco. Entendo ela. Precisava recuperar os anos que passou longe deles. Mas aqui na República, ela faz uma falta enorme. Ela trazia uma paz consigo.

As coisas andam meio complicadas por aqui, estão surgindo muitas dívidas. Ainda bem que a Daisy e o Pietro estão me ajudando com tudo. Depois que a Ana saiu da República, ando meio cabisbaixo, não consigo pensar em nada direito. Ainda mais agora, que soube que ela voltou com o Victor.

Estava sentado no sofá, analisando uns papéis que tinha em mãos sobre a República, quando escuto alguém bater na porta. Fui lá atender. Quando abri, me surpreendi ao ver uma mulher de cabelos ruivos.

- Ana?! O que você está fazendo aqui? - perguntei surpreso

- Oii! Passei aqui para ver como você está e como estão as coisas por aqui.

- Entre. fique a vontade - falei - Sabe que a residência continua sendo sua casa, pode vir quando quiser - fomos nos direcionando para a sala e sentamos no sofá

- É eu sei e.. me desculpa por não ter aparecido nesses últimos tempos. Sei que você está enfrentando muita coisa, a Daisy me contou. Me sinto culpada por não ter ficado do seu lado nesse momento. Mas minha família...

- Sua família precisava de você. Não se preocupa, eu entendo - a interrompi - Você precisava passar um tempo com eles. Bom, aposto que devem ter ficado muito contentes com a sua volta. E acredito que o Victor também. Vocês voltaram? - Me senti um idiota perguntando aquilo. Já sabia a resposta, mas precisava ouvir dela que eles estavam juntos novamente, precisava saber se ela estava feliz, mesmo que não fosse comigo.

- Éé.. sim. Eu o Victor voltamos. Thiago, eu.. me sinto péssima por ter que te dizer isso. - ela disse e vi que não estava muito afim de entrar no assunto - Imagino que você não deve se sentir à vontade falando disso, do Victor. - ela estava certa - Eu não vim aqui para falar dele, vim aqui para saber de você. Entendo que você sente algo por mim, e tudo bem, eu também gosto muito de você, mas como amigo. E não quero deixar que isso atrapalhe nossa amizade, não quero te perder. Ainda mais nesse momento, você também precisa de mim e...

- Tudo bem Ana - a interrompi - Eu entendo, só quero te ver feliz. E se o Victor te faz feliz, tudo bem por mim. - tentei me convencer disso, mas sabia que era em vão - Também não quero perder sua amizade. Esses últimos meses, foram insuportáveis sem você aqui. Ultimamente, as coisas não estão fáceis por aqui - falei me referindo sobre a situação em que a República se encontrava.

- Eii, vai ficar tudo bem. - ela se aproximou e pegou na minha mão - É uma situação complicada, mas vai passar. Eu estarei aqui para te apoiar em tudo, e também, ajudar no que eu puder. É claro. Posso voltar a dar aulas de piano para ajudar nas despesas - falou animada

- Ana, eu nãoo... - antes que eu dissesse alguma coisa, ela me interrompeu. Me surpreendendo com um abraço. Eu sentia tanta falta daquele abraço, daqueles braços envolvendo o meu corpo. Como pode um gesto tão simples, ao mesmo tempo ser tão confortante. Desde que ela tinha partido, se instalou um vazio enorme aqui na República. Mas agora que ela voltou, a paz se fez presente novamente, e fez eu me sentir mais tranquilo.

Assim que nos afastamos, nossos olhares se cruzaram e ficamos num tipo de transe. Como se não houvesse mais nada que importava naquele momento, somente eu e ela. Senti nossas respirações se cruzarem.

- Thiago, eu.. - ela tentou pronunciar alguma coisa, mas por conta do seu nervosismo, foi uma tentativa falha.

Eu não conseguia parar de olhar para ela. Era impossível não admirá-la, ela estava tão linda. E aquele nervosismo todo a deixou corada, o que realçou ainda mais a sua beleza.

Assim que retomou sua respiração, deu continuidade me tirando dos meus pensamentos

- Eu tenho que ir - ela disse tentando disfarçar o clima que havia rolado

Me levantei e acompanhei ela até a porta.

- Posso começar com as aulas de piano amanhã! - ela propôs

- Claro, pode começar quando você quiser. Sabe que é sempre bem vinda aqui - falei. Percebi que involuntariamente surgiu um sorriso em seus lábios

- Então.. até amanhã - ela disse meio sem jeito

- Até amanhã - disse retribuindo um sorriso

Assim que ela saiu, senti que havia uma esperança. Que depois de tanto tempo buscando soluções, conseguiríamos superar essa situação complicada e as coisas entrariam nos eixos novamente.
E tudo isso seria possível, graças a Ana. Ela é uma pessoa iluminada que enche tudo de luz. Eu não sei o que faria sem ela.

E aí gente, o que estão achando?

Yo te esperaréWhere stories live. Discover now