VMin - Papa!

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A cozinha estava uma verdadeira zona de guerra: objetos de plástico jogados, suco de laranja derramado na mesa caindo de encontro com o chão, alguns pedaços de pão de forma jogados por toda a cozinha, o fogão ainda ligado com a água borbulhando e uma cadeira estava caída enquanto um avental com a face de um Stormtrooper que um dia já fora branco ficou preso entre as portas da geladeira.

— Aish! — Taehyung esbravejou e saiu debaixo da mesa de vidro, arregalando os olhos logo depois — Jungkook, pelo o amor de Deus! — sua criança segurava um pequena faca sem serra numa mão enquanto a outra chacoalhava um pequeno copo de plástico com leite. — Solta! Solta isso!

E a criança o fez, mas antes do copo conseguir aterrissar o chão Jimin o pegou.

— Se você fala pra ele soltar — falou devagar e lentamente direcionou os olhos ao de cabelos azuis —, ele solta, Taehyung — terminou entre dentes.

Tae soltou o ar que segurava e andou até a criança gordinha para tirar o objeto de prata de seus dedinhos sujos de manteiga e chocolate derretido.

Algumas horas antes de tudo se tornar uma grande bagunça, Taehyung, querendo ser um bom pai e ter um momento de filme/comercial com o filho, teve a brilhante ideia de fazer um bolo de chocolate para o marido que estava trabalhando. Em sua cabeça, tudo ocorreria de modo calmo e leve: ele brincando com Jeongguk, os dois experimentado a calda de brigadeiro, quando fizessem a massa do bolo iriam se sujar um pouquinho com a farinha de trigo.

Tudo exatamente como um belo comercial, certo?

Errado. Pois todos — tirando pais de primeira viagem — sabem que comerciais são apenas ilusões de ótica: compramos aquele doce esquisito porque os atores fazem parecer bom; vamos à aquele hotel lotado porque as pessoas sorriem e riem na televisão; usamos aquelas roupas estranhas porque os modelos são muito bonitos, principalmente o de camisa xadrez.

Sem a ideia de que comerciais são falsos, Taehyung começou a fazer o bolo tranquilamente. Gguk não ligava muito para si por causa da mini galinha que tinha em sua boca — o objeto amarelinho sendo presente de seu titio Guinho —, e sinceramente o pai agradecia mentalmente por isso. Seus próprios pais estavam de passagem semana passada, uma vez que estes vieram à cidade para ficar mais perto do netinho, e mimaram demais Jungkook. Agora a criança cismava de ficar no colo, chorando horrores quando seu pedido não era feito.

As coisas estavam indo bem até um certo ponto e Tae acredita que, se não tivesse sujado o narizinho do filho com um pouquinho de trigo, as coisas continuariam fluindo bem.

— O que aconteceu aqui? — Jimin perguntou um pouco impaciente e retirou a criança da cadeirinha que estava. Aquele serzinho precisava de um banho, e rápido.

Taehyung suspirou cansado e sentou-se depois de levantar a cadeira que antes estava caída.

— Eu tentei fazer um bolo pra você, mas daí eu acabei perdendo o controle — viu o marido rir nasal e fechou a cara. Também, nunca mais faço um bolo pra esse mal agradecido, pensou — Eu fui brincar com o Jeonggukie e quando vi ele já estava com todo o pacote de farinha de trigo, a faca, sujo de chocolate derretido que eu sinceramente não sei como ele pegou. Estava lá do outro lado da mesa! — exclamou e fechou os olhos, descansou a cabeça no encosto da cadeira.

— Bem — começou sarcástico —, vendo que a toalha de mesa está derrubada aqui do ladinho do seu filho, chuto que esse espertinho a puxou até o doce estar perto de si — fez careta em direção ao menino e beijou o pescocinho gordo, ouvindo a risada infantil pelas cócegas ressoar pela cozinha — Estou certo, gordinho azedo? — perguntou retoricamente.

O bebê apenas riu, nem entendendo direito o que o pai falava consigo.

— Meu filho? — o de cabelos azuis despertou bruscamente — Ah, é mesmo, né. Kook é apenas teu filho quando se mostra comportado — debochou e, sorrindo cínico, Jimin concordou com ele na cara de pau. — Quer saber? Solta esse bebê, Jimin, que só eu sou o pai dessa criaturinha agora.

Um riso doce junto de dois olhos que mais pareciam risquinhos foi visto pela face irritada de Taehyung, que levantou de onde estava para ir atrás de sua criança.

Jimin, vendo a situação, começou a correr de um lado para outro da mesa com o filho em seu colo.

Jeongguk, por outro lado, apenas ria do movimento que seu corpo molinho fazia e de seus pais bobos com caretas engraçadas no rosto. De repente, sentiu-se afastar dos braços que o seguravam para ir em direção a Taehyung.

— Meu bebê! — o loiro brincou gritando por seu menininho e Kook imitou sua ação, paralisando assim os dois homens:

— Papa!

Jungkook tinha dito sua primeira palavra. Ou melhor, tinha a gritado.

bangtan magines | ฬOnde histórias criam vida. Descubra agora