Madison apertou os olhos antes de abrir os mesmos. A cabeça dela doía um pouco e doeu mais ainda tentando forçar sua mente para tentar lembrar aonde estava agora.
Ela olhava em volta confusa, nunca esteve aqui antes. Não conhecia esse lugar. Era um pequeno cômodo com uma cama e mais nada. Havia outra porta ali, apenas uma porta branca em meio aquele breu.
O medo havia tomado conta dela. O que estava acontecendo? Madison fora sequestrada?
— Oh, finalmente, Maddie. Eu pensei que você não fosse mais acordar hoje. — De repente Billie saiu de algum canto que Madison não conseguia vê-la na escuridão que tinha ali. — Sempre foi um tanto preguiçosa, hm?
Ela sorriu passando a ponta dos dedos desde o pescoço até às bochechas dela, acariciando.
— Billie, o que está acontecendo? Aonde nós estamos?
— No nosso lugar, Maddie. Um lugar que você será só minha e nada poderá nos machucar. Nunca mais. — Deu um sorriso grande e feliz.
Madison tremeu um pouco, Billie não poderia estar falando sério, ela havia realmente perdido a cabeça?
— Billie, para com isso. Me leva para casa agora. — Disse séria afastando o toque dela.
— Por quê? Por que você gostaria de voltar para casa, Madison? — Disse Billie começando a ficar agitada. — Por que iria querer voltar pra casa aonde seu pai nunca está e não liga pra você?! Enquanto eu estou aqui, te oferecendo todo o meu amor, te oferecendo tudo de mim!
Madison negou com a cabeça querendo impedir o choro de vir. Billie sabia a relação complicada que Madison tinha com o pai e quanto isso a machucava, por que ela estava agindo assim?
— Eu não sei o que merda você pensa que está fazendo, mas eu vou pra casa agora, me ouviu? — Madison levantou da cama totalmente enfurecida e caminhou até a porta. Billie apenas deitou-se na cama e pôs as duas mãos embaixo da cabeça a observado.
— Billie, abra a porta. — Madison pediu suspirando pesadamente. Billie nem se mexia, apenas deu um meio sorriso. — Abra a porra da porta agora! — Vociferou.
— Hm... não. Acho que não.
— O que há de errado com você? Me deixe sair!
— Depois de todo o esforço que eu fiz, você realmente acha que eu vou te deixar sair assim, Maddie? — Billie levantou para andar na direção dela. — Não, amor. Eu disse que iria te fazer sentir melhor. E eu prometi isso, lembra?
— E me sequestrar é fazer com que eu me sinta melhor, Billie?! Caralho, você enlouqueceu totalmente!
— Você disse que confiava em mim...
— Eu fui idiota o suficiente para confiar em você de novo, eu não devia ter feito isso... — Fechou os olhos com força passando a mão no cabelo. —... droga! Eu sou tão idiota.
— Você não é, por que está dizendo isso, amor?
— Pare de me chamar assim! — Madison gritou e a impediu de se aproximar. — Billie, nós não somos mais nada. Há muito tempo! Você precisa superar essa sua obsessão. Está te deixando insana e doente! Porra, você me sequestrou e me trouxe pra... sei lá aonde! Não vê que isso não é normal?
— Não fale isso, não é como se eu fosse tão má, Maddie. Eu só quero te proteger, as pessoas te machucaram. Não vê que você só precisa de mim?
— Você não está nem me ouvindo, não é? — Madison deu uma risada sem humor a olhando quase a ponto de chorar novamente. Não fazia ideia de quantas vezes havia chorado aquele dia já.
— Você também não! — Gritou de repente fazendo Madison recuar. — Me desculpe, por ter te assustado. — Disse baixo tentando se controlar. — Eu só não gosto quando você duvida do que eu sinto por você. Se soubesse o quanto eu te amo, Maddie... eu faria tudo por você, amor.
— Pro inferno com o seu amor doentio!
A garota ralhou e sentou-se na cama com a cabeça entre os joelhos.
— Saia daqui, Billie. Me deixe sozinha.
— Tudo bem, você só precisa de um tempo para assimilar tudo. — Billie foi até ela e sorriu. — Eu volto mais tarde para-
— Não toque em mim. — Madison a olhou de uma forma que Billie nunca tinha visto antes. Ódio, rancor... desprezo.
— Isso não vai durar para sempre, você vai ver que, o que eu estou fazendo, é só por você.
— Eu odeio você, Billie. — Disse olhando no fundo dos olhos dela. Assim que piscou, lágrimas se desprenderam daquele poço de azul infinito de Madison. Billie sorriu para ela antes de levar a mão até a sua nuca com força.
Madison tentava se afastar, mas Billie era muito mais forte e então puxou o cabelo dela, fazendo-a parar de se debater.
— Sabe, quando eu estou sozinha com você nada costuma me machucar e agora não é diferente, mesmo que você diga coisas assim. Nós estamos sozinhas e é isso que importa, baby.
Billie então colou os lábios ao dela, em um beijo forçando, que não foi nem de longe retribuído por Madison. Ela estava chorando e tentando a afastar.
— Pare com isso, retribua. Agora. — Billie rosnou segurando o queixo dela com raiva.
Madison estava com muito medo olhando nos olhos dela, então, era melhor fazer o que ela mandara. A contragosto, Madison, ainda tremendo, colocou as mãos ao redor do rosto de Billie e a beijou de volta.
— Muito melhor, baby. — Billie sorriu muito mais calma. — Não fique assim, descanse mais um pouco. Eu volto mais tarde.
