Hashirama estava parado encarando a porta a mais de cinco minutos, naquele momento em que a coragem lhe abandonava, os adornos que enfeitavam a madeira era mais interessante do que qualquer coisa ao seu redor. Por diversas vezes ele havia levado a destra em direção a campainha, mas no meio do caminho ele parava e voltava a ficar olhando o botão, sem vontade de toca-lo. Amaldiçoava o próprio medo, odiava-se por ser tão fraco a ponto de não conseguir entrar em um lugar que já estivera tantas vezes. A verdade é que ele não queria estar ali, mas ele tinha que estar, não podia mais continuar naquela situação em que estava, não quando era sua sanidade mental que estava em jogo.
Em um ato desesperado, sabendo que as mãos não iriam obedecer ao seu comando, ele simplesmente se joga contra o botão, pressionando-o com o peito, enquanto o som alto ecoava dentro da casa. Se alguém o visse naquele estado, certamente o chamaria de louco, mas aquilo foi o melhor que pode fazer, era isso ou sair correndo de volta para casa, só para passar mais uma noite vendo filmes de comedia romântica e chorando ao lado de um pote de sorvete de morango.
Pouco tempo depois a porta se abre, o homem de longos cabelos negros soltos, ainda molhados pelo banho recente, aparece no campo de visão de do moreno. Ali, parado, encarando-o com os intensos olhos ônix, Madara tentava entender o que estava acontecendo para que o Senju estivesse ali, sem falar nada, como se estivesse paralisado. Por outro lado, Hashirama amaldiçoava os quatro ventos naquele momento. Como alguém poderia ser tão lindo como o Uchiha? Como ele podia fazer-lhe perder o ar apenas com um olhar? Como ele poderia se concentrar quando a visão do pecado resolve atender a maldita porta apenas com uma ridícula toalha branca enrolada na cintura? Certamente estava sendo castigado por algo, só não sabia o que.
-Pretende ficar parado ai com cara de idiota até quando? Eu sei que sou gostoso, mas isso já está ficando chato. -A voz do homem arrancou-lhe de seus pensamentos e por um momento ele lembrou do motivo de estar ali.
-Precisamos conversar, agora. -Disse já entrando dentro da casa, sem dar espaço para que o outro pensasse em negar.
O som da madeira batendo foi audível, logo Madara estava sentado sobre o sofá da sala, olhando sem interesse para o Senju, que se sentia intimidado diante do outro, ainda mais quando este o encarava tão seriamente. Ele não sentou, ficou em pé, em uma distância segura do Uchiha, enquanto respirava profundamente em busca das palavras que lhe fugiam da mente naquele momento.
-Não da mais, eu não quero mais continuar com essa sua brincadeirinha sádica. Eu tenho sentimentos Madara, eu não quero apenas transar e ir em bora, eu quero mais do que apenas uma noite de prazer, eu quero amar e ser amado, quero ver séries agarrado, ver um filme no cimena, ter um encontro de verdade, quero conversar sobre como foi o dia ou apenas deitar e aproveitar a companhia um do outro. Eu sei que você sempre disse para eu não me apaixonar, mas eu não consegui e eu sei que você não pode me dar o que eu quero. -Ele disse tudo de uma vez, o desespero em sua voz constratando com a seriedade em seu olhar.
Qualquer outra pessoa que escutasse o que ele havia dito o chamaria de louco, afinal, o sonho de muitas pessoas é esse, ter alguém para transar sempre que tem vontade,mas sem os compromissos e preocupações de um relacionamento, mas Hashirama era diferente, ele queria mais, muito mais do que o Uchiha tinha a oferecer. Ele estava cansado de sair da casa de Madara, as vezes quase como se estivesse sendo expulso, apenas para ver no dia seguinte outro entrando em sua casa. O outro parecia se divertir com o seu sofrimento, parecia gostar de ver as lágrimas nos cantos de seus olhos toda vez que ele dizia como havia sido a foda do dia anterior. O Senju estava cansado daquilo, cansado de ser só mais um, de ter seus sentimentos pisoteados.
De todas as reações esperadas vindas do Uchiha, aquela risada estridente, exagerada, era a única que ele não esperava. O homem ria como se ele tivesse contado uma piada e aquilo fazia com que o moreno o odiasse ainda mais. Quando ele parou de rir, voltou a expressar aquela cara seria e indiferente de sempre, mas com uma pequena diferença, pois um sorriso de canto, quase imperceptível, moldava os lábios finos dele. Com uma calma irritante, ainda em um silencio torturante, Madara se levantou do sofá, se aproximando perigosamente de Hashirama, que recuava a cada passo dado em sua direção, até que as costas bateram contra a parede e ele se viu encurralado, sem ter para onde ir.
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Love Me
أدب الهواةHashirama queria mais do que uma noite de prazer, queria mais do que Madara podia oferecer, mas como recusar o Uchiha se ele o fazia se sentir tão bem? Se ele ficava tão entregue aos toques quentes dele?