we don't need no one's permission

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- Cacete, eu dormi a tarde inteira. Que merda.

Richie levantou do sofá se sentindo um pouco confuso e desligou a televisão, que transmitia um programa qualquer de culinária. "O que caralhos eu estava assistindo?", resmungou. Caminhou até a cozinha arrastando os chinelos maiores que seus pés e pegou um copo d'água. A casa estava silenciosa. Passeou por todos os cômodos da casa, não havia ninguém em casa. Encontrou um bilhete preso com um imã á geladeira: Querido, por favor, regue as plantas. Eu e papai voltamos logo. Não destrua nada. Nós te amamos! Mamãe. O garoto revirou os olhos. "Eu não sou mais criança", pensou. Seu humor foi rapidamente melhorado quando o cachorro correu animado até ele e apoiou as patinhas em suas coxas, com a língua para fora em um quase sorriso canino, fazendo o garoto sorrir de volta.

- Tá com fome, amigão? Vamos arranjar alguma coisa pra você comer.

Colocou comida no potinho de Cheddar, regou as plantas e desbloqueou seu telefone para checar as mensagens.

Eram seis da tarde quando Richie recebeu uma mensagem de texto de sua melhor amiga o convidando para uma festa na casa de Bill Denbrough. Seus pais viajariam no final de semana e o garoto tomaria conta do irmão mais novo, Georgie. Com certeza, os dois adultos não esperariam uma festa enquanto eles não estivessem em casa; Bill era um jovem responsável, sem qualquer traço de rebeldia. Era sempre muito gentil com a família, fazia questão de participar da vida de cada um. Claro que tudo mudou muito depois do quase-incidente de Georgie, que se perdeu procurando o barquinho de papel que o mais velho havia feito para ele em um dia de chuva. O impacto de quase perder o caçula foi grande na família inteira e desde então, ele passou a ser superprotegido por todos; enquanto Bill se sentia a cada dia mais culpado por não ter saído com ele naquele dia. Felizmente, Georgie foi encontrado algumas horas depois. Apesar da grande credibilidade que Bill havia conquistado perante seus pais, ainda se tratava de um garoto de dezessete anos que só queria viver a vida intensamente. Então, sim, ele havia decidido organizar uma festa em sua casa às 22h daquela noite.

- rolê hj no bill, 22h. topa? - Beverly escreveu para Richie pelo aplicativo de mensagens que eles usavam.

Richie riu pela estranheza que era para ele o fato de seu amigo estar "quebrando as regras" desse jeito. Ele sabia que os pais de Bill não estavam na cidade; e sabia que o garoto seria um jovem morto se os dois descobrissem. Sentiu uma pontinha de orgulho. "Eles crescem tão rápido", suspirou e pegou o telefone em suas mãos outra vez.

- com ctza. quero ver de perto esse novo bill rebelde. - Richie respondeu à sua melhor amiga.

Desde sempre, Richie fora a má influência do grupo. Trashmouth, era como os amigos lhe chamavam. Era bom ter alguém para dividir o fardo de ser um bagunceiro. Era o ano da formatura, talvez o grupo nem estivesse reunido no ano seguinte, que mal faz dar uma festinha de nada? Não é como se ninguém fosse quebrar tudo e vomitar no tapete.
Animado, colocou para tocar a sua playlist "drunk nights" e se fechou no banheiro. Ele dançava enquanto a água corrente cobria o seu corpo. O espelho estava embaçado por conta do vapor do chuveiro. O objetivo naquela noite era ficar muito louco.

empty cups // richie + eddieOnde histórias criam vida. Descubra agora