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Katrina

P.O.V Thor

Ele havia sumido. Thanos sumiu com a manopla e com as joias depois de estalar os dedos. E eu? Eu tento dar o suporte que posso aos meus amigos, tento não desabar na frente deles, coisa que estou aprimorando com o tempo. Eles são os únicos que me restaram, eu perdi absolutamente tudo, tudo que eu amava, minha família, amigos, meu lar...

Valquíria e os asgardianos sobreviventes ao Ragnarok e ao massacre eminente de Thanos foram mandados para midgard através da nave de apoio, acoplada à nave principal. Foi ótimo saber que Loki conhecia a nave, ele soube o que fazer... Loki... Eu o vi morrer! Sem truques, sem manipulações, eu ouvi os ossos se partirem, eu não podia fazer nada, meus poderes falharam, eu falhei! Falhei com meu irmão.

Tínhamos as nossas diferenças e o ver se debater na minha frente fez tudo isso cair por terra. Eu não tinha mais ninguém. Após batalharmos contra Thanos em Midgard e depois do meu fracasso em matá-lo, resolvi que cumpriria o que prometi ao meu irmão, iria procurar o paradeiro de Katrina.

Eu sei que era sobre ela que ele estava falando, meu irmão poderia ser um cubo de gelo, com o perdão do trocadilho, mas quando se importava com alguém era pra valer e digamos que a sua filha se enquadrava nesse quesito. Eu sei, é estranho pensar que Loki teve uma filha né? Eu também achava no início, mas depois a ideia de ter uma sobrinha passou a ser, agradável.

Já a situação entre meu pai e Loki estava longe de ser agradável. Loki e Louise se conheceram em Midgard em uma de nossas visitas, vínhamos seguidamente para espantar o tédio. Eles se apaixonaram e meu pai proibiu Loki de vir para cá, mas a humana já estava grávida, ou seja, foi meio que tarde demais. Loki ficou enfurecido e demorou certo tempo para ele assimilar tudo, até hoje me pergunto o porquê dessa decisão de meu pai, Loki poderia ser bem diferente se a relação com a humana tivesse continuado como estava, talvez a responsabilidade de ser pai o fizesse mudar. Sinceramente isso não importa mais, vou encontrá-la e contar a verdade.

Natasha tinha os melhores equipamentos midgardianos para procurar pessoas, Nick Fury foi reduzido a pó, assim como muitos agentes da SHIELD, então ela tinha plenos poderes dentro daquela caixa cheia de tecnologia terrestre. Contei o que ela deveria saber.

- Uma filha? – Ela parecia espantada – Mas isso bem, isso é possível? Quer dizer, vocês são deuses...

- Somos deuses, mas reproduzimos como qualquer ser humano!

Natasha franziu a testa e se dirigiu para uma das telas imensas da sala.

- Poupe-me dos detalhes! – Ela movia as mãos depressa em cima de quadrados com símbolos estranhos em cima... Acho que isso é um computador. – Aqui encontrei! – Ela me tirou dos meus devaneios e me mostrou uma foto de uma moça que estava caminhando na rua – Deve ser ela, se parece com ele pelo que eu me lembro...

- É... Se parece sim... – Eu admirava aquela fotografia como se visse meu próprio irmão ali, ela era extremamente parecida com ele, exceto o imenso sorriso que ela possuía este, graças aos deuses, ela herdou da mãe. – Como faço para entrar em contato com ela?

- E pretende ir sozinho? – Eu apenas assenti, não deveria ser uma tarefa tão difícil – Está maluco? Vai chegar até ela e dizer "Olá Katrina, eu sou Thor de Asgard, sou seu tio e Loki é o seu pai"?

- Isso mesmo! – Eu sorri vendo que Natasha entendeu meu plano de primeira.

- Eu vou com você! – Fiquei confuso e ela percebeu – Ela tem 22 anos Thor, tem uma vida aqui, não pode chegar e dizer que tudo foi uma mentira!

Não pude deixar de lembrar do próprio Loki, eu não estava com ele quando descobriu ser filho de Laufey, mas fiquei sabendo que não foi um momento muito amigável, tanto é que meu pai entrou em sono profundo. Então eu entendi que não seria uma boa ideia despejar a verdade assim, deveria ser cauteloso e com Natasha indo comigo tudo seria mais ameno.