Capítulo 3

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Três anos depois...

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo

Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Entro num acordo contigo
Tempo, tempo, tempo, tempo

Seattle estava tomada por um clima mediterrâneo, ventos suaves amenizavam os indícios do verão, a estação mais alegre do ano para uns. Mas não suficiente para aquecer o inverno rigoroso que a vida de Alfonso havia se tornado. Já passava das quatro da tarde e ele se quer tinha tocado no almoço que pedira, estava distraído observando os movimentos da cidade diante da imensa janela de vidro em seu escritório.  A vida parecia boa lá fora, ele pensou.

Já estava irritado com a secretária insistente que não parava de relembrar a reunião que aconteceria dentro de uma hora, a responsabilidade pesava em seus ombros, o pai quase não interferia nos processos, se ocupava da parte publicitária, gostava de ver o sobrenome Herrera frente aos holofotes.Estava cansado e ir para casa não significava que conseguiria descansar, mesmo depois de três anos do divórcio entrar naquele apartamento continuava sendo um martírio. Vez ou outra inventava alguma desculpa para dormir no da irmã, e ela preferia acreditar naquilo, pois sabia que aquele assunto ainda o machucava.

Para os seus funcionários, Alfonso fora apelidado de Homem de Ferro, sempre frio, irritado, não tinha paciência para erros, e qualquer atraso seria motivo suficiente para demissão, não admitia faltas e odiava ser importunado em momentos como esse que estava agora, fitando o nada, como se estivesse estacionado no tempo, enquanto todos viviam muito bem lá fora.

Só havia um belo motivo que o fazia seguir em frente, Ayla Portilla Herrera. Ele se permitia sorrir quando lembrava da filha, pegou o celular que estava no bolso da sua calça social, e fitou o visor com a foto dela, agradeceu mentalmente em ter alguém por quem lutar, e principalmente por aprender com ela todos os dias, quando ele era quem devia ensinar.

 Ele se permitia sorrir quando lembrava da filha, pegou o celular que estava no bolso da sua calça social, e fitou o visor com a foto dela, agradeceu mentalmente em ter alguém por quem lutar, e principalmente por aprender com ela todos os dias, qu...

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Ele ainda olhava para a foto do seu papel de parede, quando o celular vibrou com uma nova mensagem, Alfonso franziu o cenho preocupado, era Anahí.

Você pode buscar Ayla na fonoaudióloga? Vou me atrasar, reunião de pauta.

Alfonso esboçou um sorriso curvando os lábios, não pensou na reunião e nem nas diversas obrigações que ainda teria que cumprir aquele dia, a filha sempre seria sua prioridade.

Vou sim, fique tranquila.

Ele levantou da poltrona pegando o paletó e as chaves do carro, desligou o computador e abriu a enorme porta da sua sala. Notou que os funcionários se assustaram com a saída repentina, estavam habituados no fato que ele sempre era o último a sair. Lauren, a secretária, se apressou em sua direção com a agenda nas mãos, onde estavam listados todos os compromissos. Ela já iria pronunciar algumas palavras quando Alfonso ergueu o indicador sinalizando negativamente, para depois passar entre eles como um furacão.

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⏰ Última atualização: Nov 26, 2019 ⏰

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