"...Se já é amor ?"

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   Luccino e Mariana entraram no apartamento, ela já estava a par de tudo que havia acontecido e Otávio agora também sabia. Fora ele que levara Mariana para a casa de Xavier.

   Mariana segurava a mochila de Luccino, que ainda estava sem reação nenhuma, apenas embaraçado, afinal, Otávio havia ouvido toda a história e ainda não haviam dito nada um pro outro.

— Certo, o quarto de hóspede virou um depósito, então vou por  enquanto vou por suas coisas no quarto da Ceci. — Disse antes de sumir no corredor. 

— Tudo bem...— Luccino esfregou a mão no próprio short.

Houve um pequeno silêncio antes de olhar para Otávio, nenhum dos dois sabia o que dizer. Otávio dividia seus pensamentos e emoções entre chorar de raiva, querer voltar ao prédio e encher de socos o ex de Luccino...e cuidar dele. Ele nunca havia visto o italiano tão frágil e triste, e odiava essa visão.

— Eu odeio esse olhar de pena que você está me dando. — Luccino desfez o silêncio.

— Eu também. — Otávio piscou, para depois olhar nos olhos castanhos de Luccino.

— Eu não queria que você me visse assim...ou soubesse dessa maneira. — Luccino lamentou.

— Eu queria te perguntar...o porquê de você ter mentido, não ter me contado e nem denunciado...mas eu não preciso saber. — Otávio se aproximou de Luccino.

— Você deve estar pensando que eu sou uma péssima escolha, mas não é como se eu não tivesse te avisado. — Luccino riu, com os braços cruzados.

— Eu nunca pensaria isso de você, já disse que só quero seu bem. — Otávio passou a mão no braço de Luccino.

— Você é bom demais pra mim, deveria desistir. — Luccino insistiu, mas Otávio parecia resignado.

— Eu só desisto de você se dizer olhando nos meus olhos que não me quer por perto. — Os dois se encararam, Luccino sorriu.

— Você faz eu me sentir tão bem mesmo no o pior dia da minha vida. — Luccino suspirou, Otávio subiu a mão para seu pescoço.

— Só estou retribuindo. — Um pequeno silêncio se instarou depois dessas palavras. Um silêncio marcado por uma pequena faísca silenciosa. Otávio queria abraçar Luccino, que queria tanto saber o que Otávio queria com ele, depois de tudo. Simplesmente não confiava que Otávio estivesse mesmo confortável com ele. — Luccino ?

— Diga. — E ele se preparou para o tombo. O fora ou a queda. Otávio iria embora, é claro. Iria doer mas Luccino sabia que era o melhor, ninguém merecia estar ao lado de alguém como ele.

— Eu sei que você está num momento difícil, acabou de terminar e está bem...ferido. — Otávio disse, cuidadosamente. — Se você quiser um tempo pra pensar sobre tudo, sozinho, eu não vou atrapalhar.

— Você vai embora ? — Luccino queria transparecer calma e maturidade, mas a idéia de ter Otávio longe machucava.

— Não. Eu vou dar tempo pra você escolher o que quer. porque, veja bem, talvez apenas tenha se interessado por mim porque eu parecia um caminho melhor. Talvez não goste de mim de verdade. — Otávio disse com dor nas palavras.

— Eu gosto. Eu sei o que eu quero de você assim como você sabe o que quer de mim. — Luccino se aproximou de Otávio lentamente. — Eu já disse, você não tem nada a ver com o meu namoro vencido.

Otávio sorriu, involutariamente.

— Mas você tem razão numa coisa, eu preciso ficar um pouco sozinho. — Luccino olhou para a porta, indiretamente pedindo que Otávio fosse embora.

"Doce como Você"Onde histórias criam vida. Descubra agora