Voltamos à cobertura em um silêncio confortável; sentia a paz surgir entre nós.
Sentia-me confortável com a presença dela, como se pudesse ser eu mesmo, não precisasse ser forte o tempo inteiro, o homem inabalável.
— Espero que goste. – Digo, servindo o prato dela.
Seus olhos brilham e um sorriso surge em seu rosto.
— Uau, está lindo! – Ela ri animada. – Não sabia que você cozinhava, Donatello.
Dou uma risada enquanto sirvo o vinho dela.
— Não sei absolutamente nada sobre cozinha. – A encaro brincalhão. – Agradeça ao Bernardo, ele pode ser um pouco maluco, mas é um ótimo chef.
Sua risada é fofa e aquece meu coração; sinto vontade de apertá-la, mas me contenho.
— Bem que desconfiei, o cheiro era bem familiar… e a aparência. – Ela ri ao ver a confusão em meu rosto. – Como estava evitando almoços com você, confesso que fui no restaurante dele durante essas semanas sem a sua presença.
Seu comentário me deixa boquiaberto, e ela sorri envergonhada.
— Então, Donatello, além de ser um CEO bem-sucedido e misterioso, agora descubro que você tem um chef particular. – Ellen ri, levando uma garfada do prato. – É quase como um personagem de filme.
Dou um sorriso de lado, apreciando o modo como ela brinca com a situação.
— Bem, a vida não seria emocionante se eu não tivesse algumas surpresas escondidas. – Faço uma pausa, observando-a. – A propósito, não é só o chef particular que temos aqui. Minha cobertura também guarda outros segredos.
Ela ergue uma sobrancelha, claramente interessada.
— Oh, isso soa intrigante. E quais são esses segredos?
Fico em silêncio por um momento, ponderando sobre quanto de minha vida pessoal devo compartilhar. Decido revelar um pouco mais.
— Gosto de colecionar artefatos antigos, objetos que contam histórias de diferentes épocas e culturas. – Bebo um gole de vinho antes de continuar. – Tenho uma pequena sala dedicada a esses tesouros aqui na cobertura.
Ellen parece genuinamente surpresa e curiosa.
— Isso é incrível! Adoro história e cultura também. – Ela sorri, seus olhos brilhando com entusiasmo. – Gostaria de ver essa sala um dia.
Sinto um calor inesperado preencher meu peito, a ideia de mostrar a ela uma parte mais pessoal de minha vida me agrada mais do que esperava.
— Seria um prazer te mostrar, Ellen. – Respondo, a sinceridade em minhas palavras sendo evidente.
Os primeiros goles de vinho fluem naturalmente enquanto compartilhamos histórias de situações embaraçosas, revelações engraçadas sobre nossos amigos e momentos constrangedores que preferíamos esquecer. O vinho parece afrouxar nossas línguas, fazendo com que as palavras fluam mais livremente.
— Sabe, Donatello, sempre o achei tão sério e sem graça.– Ellen brinca, sua risada ecoando pela sala.
Faço um gesto dramático de choque, colocando a mão sobre o peito.
— Eu, sem graça? Isso é um ultraje! – Respondo, fingindo indignação.
Ela ri alto, e os risos continuam enquanto trocamos olhares cúmplices. A tensão que antes existia entre nós parece ter desaparecido completamente, substituída por uma conexão leve e genuína.
— Bem, senhor "CEO Misterioso", parece que você tem um lado divertido. – Ellen provoca, erguendo uma sobrancelha de maneira exagerada.
— Ah, você ainda não viu nada. – Levanto outra garrafa de vinho, exibindo-a como um troféu. – Esta é a chave para meu humor verdadeiro!
Ela ri ainda mais, e logo estamos fazendo um brinde à descontração. Cada gole de vinho nos deixa mais soltos e desinibidos.
— Sabe o que acho? – Ellen fala, apoiando o queixo na mão. – Acho que deveríamos ter uma festa aqui, só nós dois.
Levo um tempo para processar a sugestão, e depois sorrio de lado.
— Uma festa privada? Você está me convidando para uma festa exclusiva na minha própria cobertura?
Ela acena com a cabeça, rindo.
— Sim, é exatamente isso! Mas sem formalidades chatas, apenas diversão e risadas.
— Bem, Senhorita Ellen, considerando que você é a minha convidada de honra, não posso recusar.
Nossos olhos se encontram e, por um momento. A sala parece girar levemente, e é difícil dizer se é o vinho ou a atmosfera entre nós.
— Você é tão estranho, Donatello. – Ela ri, sacudindo a cabeça.
A proximidade entre nós é palpável, e nossos olhares se fixam, como se estivéssemos hipnotizados um pelo outro.
— Talvez seja por isso que você está gostando de mim. – Minha voz sai baixa, quase um sussurro.
Ellen solta uma risada alta e inclina a cabeça para trás.
— Talvez seja mesmo! – Ela responde, e então seus olhos escurecem, o brilho de diversão dando lugar a algo mais intenso.
Minha mão se move instintivamente para o rosto dela, acariciando sua bochecha com o polegar. O espaço entre nós diminui ainda mais, e nossas respirações se misturam. O mundo lá fora parece desaparecer, deixando apenas nós dois naquele momento.
E então, finalmente, nossos lábios se encontram. O beijo é intenso, como se estivéssemos liberando toda a tensão e atração acumuladas entre nós. As mãos dela seguram meu rosto com carinho, enquanto as minhas a puxam para mais perto, aprofundando o beijo.
O gosto do vinho ainda está em nossos lábios, misturando-se ao sabor do desejo que finalmente foi liberado. Cada toque, cada movimento é carregado de urgência e desejo reprimido.
A sala ao nosso redor parece girar, e tudo o que importa é a sensação de seus lábios contra os meus, a pressão dos corpos se aproximando.
Sua mão vai a minha nuca a arranhando, um gemido dolorido escapa de meus lábios e a escuto rir travessa.
Lentamente, nossas mãos começam a explorar o terreno desconhecido do corpo um do outro. As pontas dos meus dedos deslizam suavemente por sua bochecha, descendo pelo pescoço e traçando um caminho de eletricidade onde quer que toquem. Ellen responde a cada carícia com suspiros suaves, seus olhos fixos nos meus, como se estivesse tentando ler cada pensamento por trás deles.
Nossas respirações estão mais profundas agora, os lábios ainda unidos em um beijo faminto. Suas mãos encontram meu peito, explorando o tecido da minha camisa com dedos curiosos e ansiosos. Deixo escapar um gemido abafado quando suas unhas arranham levemente minha pele, enviando um arrepio de prazer através de mim.
Minhas mãos encontram seu quadril, apertando-a suavemente contra mim. Sinto o calor da sua pele através do tecido fino do vestido, e é como se estivéssemos fundindo nossos corpos em um só. Nossos movimentos são lentos, deliberados, como se estivéssemos saboreando cada momento, cada contato.
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Entre O Amor E A Vingança - Livro 2- DEGUSTAÇÃO
RomanceAo descobrir que a morte do pai não foi apenas mais uma disputa entre rivais em seus negócios ilegais, mas um ato planejado pelo delegado Otto Rodrigues, Donatello é consumido por um desejo avassalador de vingança. Nessa busca incansável por justiç...