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             O som do despertador acima do criado mudo transmitia-se pelo dormitório do loiro no horário exato todos os dias, entretanto, finais de semana não estavam inclusos nesta rigorosa rotina. O rapaz vestia seu uniforme escolar perfeitamente passado, quase impossível encontrar uma dobra sobre o tecido extremamente delicado, suas outras vestes não eram diferentes, todas sempre passadas e dobradas de modo que o agradasse. Os diversos empregados haviam a diária responsabilidade de cuidar do conforto e mimos de BaekHyun, o garoto não precisava mover um músculo para obter algo que almejasse, em breves segundos, seu desejo estava sobre a palma das mãos. Tais privilégios dados somente para a alta classe social, pouca porcentagem do mundo possuía-os, e grande quantidade gostaria de ter-los, enquanto, Byun usava os que tinha com arrogância e frieza como retribuição. Seus pais nunca foram presentes devido o trabalho ou afazeres diários pela importância do sobrenome poderoso que herdaram, deixando seu primogênito solitário na maioria do tempo, raramente compartilhavam uma só refeição familiar, tirando às vezes que realizavam jantares ou festas na gigantesca mansão, o garoto possuía mais proximidade com simples funcionários a que seus pais, era como se os visse uma vez por ano sendo que viviam sobre o mesmo teto. Na infância teve dificuldades em conquistar amigos, pois conversas nunca fora algo que desempenhava com facilidade, lembrava quando levava caros brinquedos para turma, mas seu jeito mesquinho estragava qualquer boa ação que tentasse, seria ignorado, o garoto não poderia comprar nenhuma criança com seus milhões depositados na conta bancária, não importava suas tentativas, o resultado acabava com seu coraçãozinho partido em múltiplos pedaços e as lágrimas escorrian pelo rostinho delicado. Independente do crescimento, BaekHyun ainda enfrentava problemas sociais, mas obteve amigos no ensino médio por estarem praticamente em igualdade na escala socioeconômica, porém, algo ganhou a atenção do baixinho nesse ano letivo. O "algo" é um garoto, Park Chanyeol, suas madeixas tinham um tom negro brilhante, com as orbes castanhas escura bem arredondadas, seus dentes perfeitamente brancos resultando em um sorriso encantador, as roupas completamente inferiores as suas, causava-o agonia pelos amassados e dobras em uma só peça, e provavelmente passava de um metro e oitenta centímetros de altura, os músculos definidos eram pouco visíveis, as orelhas chamavam atenção onde passava pelo tamanho fora do comum, talvez fosse Byunnie que o observava mais que deveria. Park tornou-se a diversão do loirinho desde que entrou no colégio graças a uma bolsa de estudos totalmente gratuita, o humilde rapaz todos os dias recebia o ódio do mais baixo, porém, aumentou ainda mais após sua Omma iniciar sua carreira como doméstica na residência Byun.

        Desceu do enorme veículo preto ao finalmente chegar em seu destino, os vidros impediam a visão interior por serem fumé, também para evitar que olhos curiosos cruzassem com os seus, e o incrível brilho possibilitava ver o reflexo de si. O baixinho passava pelos corredores deixando alunos com a boca entreaberta, tecnicamente, alguns corajosos cumprimentava-o quando achava oportunidade, mas poucas vezes foram retribuídos com acenos rápidos, pois costumava trocar palavras somente com seus amigos burgueses. Os períodos das aulas passavam com rapidez, onde prestava atenção nas matérias, os professores subestimava até certos momentos sua inteligência impecável, e era recíproco para seus amigos. Byun interrompeu-se de continuar a dar mais um passo, deixando seu olhar observador percorrer pelos arredores da biblioteca, suas orbes haviam encontrado Park no local, ninguém conseguirá explicar o motivo de tanto ódio ou prazer ao ver alguém com a alma machucada, BaekHyun é exatamente esse "ninguém", mas necessitava da sensação como o ar que respirava. Adentrou ali, acompanhado, não demorando para estar perto a mesa de Chanyeol.

         — Olá, ChanYeol! — Sorriu sapeca deixando seus dentinhos a mostra, enquanto encarava as orbes meigas do rapaz. — Está estudando, uh? Você está com muitas dificuldades ou apenas gosta de bancar o estudioso nas horas vagas?

               Sua voz soou provocativa e encarou diretamente os livros encima da mesa de mármore, sem momento algum desfazer o sorrisinho que esboçava em seus lábios rosados.

         — Olá, BaekHyun. — Park respondeu brevemente sem muita emoção na voz, estava aguardando as palavras cruéis do garoto cortarem seu inferior. — Estou estudando sim, agradeço se me deixasse fazendo isso sozinho, uh?

        — Minha presença está lhe incomodando? — O mais baixo esticou-se até alcançar o caderno alheio, não demorou para o objeto estar perto de si. Passou seus dedinhos delicadamente contra as palavras escritas no papel feitas pelo maior. — Sua caligrafia é decente, meus parabéns.

            — Na verdade sim, quando se aproxima de mim é somente para lembrar que não tenho a mesma classe que você e me humilhar diante todos aqui. — ChanYeol sentia seus batimentos acelerados por enfrentar-lo. — Porque ela não seria decente?

                Nervosismo seria o sentimento perfeito para descrever o que Park estava sentindo, pois não tinha controle das atitudes do burguês. O loirinho deixou seu rostinho próximo ao do rapaz e sussurrou as palavras a seguir.

        — Você não quer desferir um soco em minha face? Uh? Não sente essa vontade frequentemente? — Sussurrou em tom provocativo, sem tirar seus olhos dos dele. — Há raiva no seu coraçãozinho ao meu respeito? Por que não tira esse sentimento dentro de si? Estou aqui.

        — Não irei bater em você, BaekHyun, meus pais nunca me educaram com violência, e não pretendo ser agressivo com ninguém. — Encarou fixamente os olhos dele ao responder, as atitudes do garoto não combinavam absolutamente nada com sua aparência angelical.

           — BaekHyun, chega. — Junmyeon suplicou para este na intenção que escutasse-o.

          BaekHyun fechou fortemente seus olhos ao escutar o sinal vindo da diretoria, depois abrindo-os rapidamente. Ergueu sua cabeça ajeitando sua postura em seguida e dedilhou com a pontinha dos dedos os livros acima da mesa branca. Arrastou-os em direção da beirada, não demorou para que caíssem sobre o chão. O baixinho sorriu satisfeito, dando passos para trás. O humilde jovem suspirou aliviado ao ter-lo afastado de si, enquanto juntava os livros que o loiro derrubou no chão.

          — Vejo você na aula, ChanYeol.

          Acenou amigável ao moreno, mas juntou-se aos seus amigos rapidamente, no intuito de voltar a sala de estudos.

I hate you, but i love youOnde histórias criam vida. Descubra agora