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Uma lenda que roda uma praia do interior diz que em uma determinada parte do mar — o lindo oceano com vista para o infinito — existe uma ilha, e que lá há algo que ninguém nunca conseguiu explicar. Algo além das nossas imaginações. E todos que desafiaram ir lá — principalmente os pescadores — nunca mais foram vistos.

Não se sabe exatamente o que aconteceu com eles, mas se sabe que todos que foram para esse mesmo lugar, nunca mais voltaram.

Após saber dessa lenda, um grupo de pescadores estavam dispostos a descobrir a verdade.

Uma velha e mistériosa senhora — que ninguém jamais tinha visto —  apareceu e disse que eles não sabiam no que estavam se metendo, e que lá naquela ilha deserta existe criaturas terríveis. Mas uma frase dela em particular, mexeu com um dos pescadores — o comandante — fazendo com que o mesmo tivesse mais vontade ainda de descobrir o que tem lá e mostrar a todos que eles conseguem e são capazes de tudo.

"Um pequeno barco nunca sobrevive no mar. Há segredos nessa vida que não se devem desvendar."

Os pescadores reuniram-se. Em um dia que tinha tudo para ser bom, com um sol queimando as costas, e sem nuvens sobre o céu, ou seja, sem sinal de chuva, eles acharam que seria o dia perfeito para ir atrás dessa suposta coisa que vive na ilha. Uns dizem que no meio do caminho, você pode se deparar com o Moby dick, outros dizem que energias ruins podem sugam o barco e nem sequer deixá-lo chegar perto do lugar, mas ninguém sabe ao certo o que realmente é, a não ser aqueles que foram e talvez estejam lá, fazendo companhia aquela suposta coisa.

Suas mulheres ficaram preocupadas com o medo e a insigurança de seus maridos não voltarem até suas casas. Até porque, além de sentimentos, eram eles que levavam sustento as suas famílias.

Mas eles não se importaram. A ambição de saber o que tinha lá os deixaram completamente loucos. Tinham cerca de oito pessoas. Talvez, muita gente para um pequeno barco, mas os mesmos não se importaram, e seguiram adiante.

Levaram mantimentos para uma semana. Pouco, mas eles diziam se manter através da pesca.

O homem que estava empurrando o pequeno barco até a água, finalmente tirou seus pés do chão, pulando sobre o mesmo.

Talvez sua possível última vez pisando em terra firme?

E certo do destino incerto, eles resolvem partir sem pensar.

Suas mulheres chorando, implorando-os para parar e desistir dessa ideia que parecia maluca para elas, mas não para eles. Eles, além de tentar descobrir o que ninguém nunca descobriu, eles iriam ganhar fama e talvez, até mesmo dinheiro. A cobiça lhes controlavam. O desejo os movia.

Passaram-se três dias, até que uma imensa tempestade venho. Raios pelo céu, a correnteza agitada, o barco quase virando, tinha tudo para dar errado e eles morrerem ali mesmo, mas não foi bem assim que aconteceu.

Um dos pescadores —o mais novo — resolve questionar o porquê deles terem ido para essa aventura, além do mais estavam em um barco tão pequeno para o alto mar.

Seu pai —o homem que lhe obrigou a ir junto —respondeu que isso poderia trazer muitas recompensas, e que ninguém que habitava aquele barco tinha medo da morte.

De repente, o barco deu uma virada, fazendo com que um dos homens caisse sobre o mar.

Os homens tentaram ajuda-lo, mas nada adiantou. O homem foi afundado lentamente, e parecia que tinha uma espécie de barreira ali, que impedia os outros de ajudá-lo. Até que não se via mais a sua cabeça sobre a água.

Morreu. O primeiro homem se foi, agora restavam apenas sete.

Todos apavorados, tentando não ligar aquilo a lenda. Um dos pescadores disse para eles se acalmarem, que não é possível ter haver com a lenda, até porque ainda estão na metade do caminho. Essa era a desculpa que "tranquilizava" eles.

Quinto dia. Estavam todos dormindo, quando de repente se ouve um barulho imenso vindo do céu. Trovão.

Todos levantaram no susto, até que tudo fica mais escuro do que já estava. Nem mesmo as velas que eles levaram estavam acendendo.

Um silêncio infernal assombrava o lugar. Até que as luzes das velas se acenderam de repente.

Menos dois corpos. Os corpos que estavam vigiando e guiando o barco enquanto os outros estavam dormindo.

Os cinco pescadores que restaram estavam assustados demais para continuar a viagem. Uns estavam até chorando, outros pediam para voltar, mas um pescador em especial — cujo o nome era Charles, o comandante — não queria, pois disse ele não ter medo da morte.

pequeno barcoOnde histórias criam vida. Descubra agora