Capítulo Dois

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Acordando cedo e fazendo suas malas, Dylan havia tomado a decisão que mudaria a sua vida. Iria reencontrar seus pais e quem sabe até, se reconciliar na fé e renovar a sua aliança com Deus. Chega de natais solitários na companhia de pessoas vazias e fúteis, ou então se embebedando sozinho, era hora de mudar!

Terminando de fazer as malas, ele envia uma breve mensagem a Anneliese avisando sobre sua viagem e pedindo para desmarcar todos os seus compromissos. Vendo que ela ainda não tinha visualizado, resolve avisar a Tyler sobre sua ida até o Wisconsin de última hora.

—Cara, boa sorte! E depois me conta tudo sobre a viagem!

—Pode deixar! — diz ele com uma voz alegre. —E avisa a Anneliese também, se possível. Acho que ela não viu a minha mensagem.

—Sem problemas, chefe! Faça uma boa viagem e tenha um feliz natal!

—Obrigado, Tyler! Feliz natal para você também.

Agasalhado até o pescoço e dentro de um táxi, não demora muito para que ele chegue ao aeroporto. Porém, chegando lá, um caos já estava instaurado. Filas e mais filas de pessoas que aguardavam seu voo e para fazer o check in, funcionários das companhias aéreas tentando dar explicações aos passageiros e a conter o tumulto. Preocupado sobre o seu voo, Dylan resolve ir até o painel de informações e logo o que não esperava, havia acontecido. O voo 828 com destino a Milwaukee/Wisconsin havia sido cancelado, devido a neve ter bloqueado várias pistas.

—Com licença! — ele chama um funcionário da companhia aérea que iria viajar. —O que será feito sobre o meu voo que foi cancelado sem um aviso prévio?

—Lamentamos pelo ocorrido, porém não há condições da metade dos voos saírem hoje. A neve bloqueou pistas e segundo a meteorologia, mais neve está para cair em Nova York. Todos os passageiros serão reembolsados pela companhia. — responde o funcionário calmamente.

—Obrigado. —agradece ele tristemente.

Na empresa, Anneliese havia chegado e já estava ciente da viagem repentina de seu chefe.

—Nem pude me despedir dele. — reclama ela, tristonha.

—Dylan disse que chegou a te mandar mensagem. — diz Tyler.

—Estou sem celular desde ontem. Ele caiu no chão e trincou a tela.

—Bom, em todo o caso, considere-se de folga. Vá para casa, tire umas férias também, já que seu patrão resolveu tirar.

Ela não responde, apenas murcha os ombros e morde o lábio, mostrando-se um pouco aflita.

—Anneliese, tudo bem? Parece triste com a viagem do Dylan.

—É que, eu queria ter dito a ele que... Ah, esquece! — ela se levanta e começa a espanar o pó dos móveis da sala do seu chefe.

—Pretendia contar a ele?

—Sobre o quê? — ela finge não ter entendido a pergunta.

—Que o ama.

A ruiva finge uma crise de tosse e diz com naturalidade.

—Está viajando na maionese,Tyler! De onde tirou isso?

—Está mais que na cara. — ele ri. —O jeito que cuida dele, a forma como se preocupa com ele...

—Agora é tarde. Terei que esperar até o ano que vem para dizer isso a ele. —ela cruza os braços, chateada.

—Ou não! Vai atrás dele!

—Tyler, você está assistindo muita comédia romântica!

—É sério! Vai atrás dele! Pega um carro e dirija até o Wisconsin, posso te dar o endereço da casa dos pais dele. —incentiva ele com um sorriso.

Surpresas do Natal (Conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora