In the dead of night

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Assim que Rosé ouviu os assobios familiares vindo de seu jardim, levantou-se rapidamente da cama e abriu a janela, se deparando com Jennie, que já havia subido a videira de sua casa e esperava a garota a ajudar.

Rosé sorriu e logo tratou de ajudar sua namorada a passar pela janela.

- Oi. - Disse Rosé, com um sorriso meigo, é tudo o que consegue dizer antes de Jennie agarrar sua camisola e a puxar para um beijo ardente, cheio de calor e luxúria.

Deu um suspiro assustada quando foi envolvida pelos de Jennie em sua cintura, passou os braços pelo pescoço da garota e acompanhou seu ritmo, sentindo seus lábios sendo mordidos pela outra garota. Movendo-se em conjunto e nunca soltando uma a outra, acabaram caindo ambas na cama, uma em cima da outra.

- Senti sua falta. - Jennie sussurrou rouca, passando as mãos pelo rosto da garota abaixo de si.

- Eu também senti. - Deu um rápido beijo na garota, que logo se deitou ao seu lado. - Meus pais estavam dizendo coisas ruins sobre os seus, eu não sei o que eles fariam se descobrissem sobre nós.

Jennie passou a mão pela testa suada, suspirando pesadamente.

- Provalvemente já descobriram, você acha mesmo que te mudaram de escola só por que acharam uma oportunidade melhor? - Jennie encarou a garota ao seu lado, que tinha um semblante triste no rosto. - Devem ter desconfiado pelas suas faltas, ou então porque você passava muito tempo perto de mim e resolveram te afastar.

- Eu queria poder ficar com você lá, era o melhor jeito de ficarmos uma ao lado da outra. - Rosé sussurrou e abraçou Jennie, que se aconchegou apoiando o queixo na cabeça da garota.

A escuridão do quarto e o silêncio se faziam presentes, era sempre assim, depois que Rosé foi obrigada a mudar de escola, o melhor jeito das garotas se verem era ir escondido na casa uma da outra, geralmente por volta de duas ou três da madrugada, o horário que seus pais pensavam que elas estavam "dormindo". Claro que era bastante arriscado, mas era a melhor forma, não tinha outro jeito de se comunicar.

Três meses atrás, os pais religiosos de Rosé acabaram pegando as garotas no flaga enquanto se beijavam, sendo que era suposto estarem fazendo um trabalho escolar.

E foi uma discussão pior que a dos filmes de drama, enquanto Jennie insistia que era um mal entendido, os pais de Rosé insistiam que isso era errado, diziam que eram coisas do diabo e que era algum pecado que haviam jogado em sua filha, e assim que Rosé disse que "- Deus fez as pessoas para serem livres e amarem quem quiserem!" acabou levando um tapa de seu pai, que deixou sua marca por um dia no rosto da garota.

E assim os pais de Jennie acabaram brigando mais ainda depois que souberam do ocorrido, e até mesmo enfiaram a filha no meio das brigas de família, que são constantes na casa de Jennie.

E assim que seu pai descobriu que parecia que as garotas faltavam aula para passar tempo juntas, fez questão de mudar Rosé de escola.

A vida delas não era nada fácil, mas elas passariam por tudo pelo amor.

Juntas, já haviam feito um "plano de vida", onde se baseava em que Rosé teria que pegar o dinheiro em sua conta bancária, onde estava reservado para seu futuro e Jennie pegaria grande parte do dinheiro no cofre de sua família. E assim, elas viveriam em alguma cidade bem longe da de seus pais.

Porém, para isso acontecer, elas iriam precisar ser maiores de idade, não tinha como duas garotas saírem da cidade e viveram a vida sem serem questionadas de sua família sendo menores de idade. E só faltava sete meses para que esse tão esperado sonho acontecesse.

O aniversário de Jennie seria daqui a sete meses, e como Rosé fazia aniversário dois meses depois, era só Jennie dizer que tinha a supervisão dos pais para viajar com a garota.

- Não vejo a hora de irmos embora daqui. - Jennie falou acariciando os cabelos da mais nova. - Ter nosso apartamento e estudar na mesma universidade.

Rosé murmurou algo e passou as mãos pelas costas de Jennie.

- Isso não é justo, o que custa nossos pais aceitarem nosso namoro? O que tem demais em duas mulheres se amarem? - Rosé falou triste, na escuridão era possível ver seus olhos lacrimejarem.

Jennie beijou a testa de Rosé e suspirou, a vida dava a chance para algumas pessoas, e as que não conseguiam, tinham que conseguir elas próprias, assim era o lema da vida para elas, e juntas, iriam conseguir quebrar barreiras pelo amor.

Kiss me calmlyWhere stories live. Discover now