Postando este capítulo com os dedos cruzados, torcendo muito para que a proposta da história esteja sendo entendida. Boa leitura.
O caminho tomado até as terras da tempestade era curto se comparado a outros reinos. O lorde Gendry Baratheon não encontrou dificuldades até a metade do caminho, no entanto a medida que avançava aproximando-se cada vez mais do Storm's End, uma tempestade o apanhou. Um raio cortou o céu, estridente e agressivo assustando o seu cavalo que ergueu-se derrubando seu Lord, fazendo-o perder a consciência em um sono forçado.
Quando perceberam que o senhor do castelo não retornara no prazo, um grupo deixou o castelo sob as ordens de Sor Davos afim de checar se o afortunado senhor havia parado pelo caminho para se abrigar da tempestade grotesca que caía sobre suas cabeças. Isso na melhor das hipóteses, já que eles estavam consciente do cavalo rumando transtornado sem o seu Castelão sobre ele.
Eles demoraram um pouco, mesmo que eles tenham usado todos seus esforços para chegar o mais breve possível.
Gendry fora encontrado imóvel no chão lamacento e sujo. Apenas seu peito a subir e a descer denunciavam o seu estado vivo, ele sentia todo o seu corpo doer.— Finalmente o encontramos — o mais velho do grupo disse chegando-o na cabeça ou em qualquer lugar possível — aparentemente o senhor tem apenas leves escoriações, porém eu poderei saber melhor quando voltarmos e eu examiná-lo corretamente.
— Tivemos muita sorte em acha-lo tão rapidamente ao sentir vossa falta. A tempestade de hoje fora extremamente violenta. Quando saímos de lá um navio tentava atracar no porto — Battior, um jovem escudeiro contou enquanto contendo uma risada, Gendry riu se arrependendo no processo, suas costelas doíam pelo esforço.
— Você fala demais, Batt.
— Mas você concorda que eles são uns idiotas, pelo menos. Quem escolheria atracar no nosso porto? — o rapaz indagou ajudando o meistre a pôr seu Lord o mais confortável possível em cima do seu próprio cavalo.
— Não se preocupe, Lord Gendry — Batt montou sobre seu cavalo cuidadosamente arrumando-se perto do corpo machucado — Nós não estamos tão longe.
Gendry gemeu o caminho todo tendo em vista que o terreno encharcado dificultava em muito o galope dos cavalos diminuindo a velocidade do percurso além de que Batt não era exatamente experiente em resgates, no entanto ele sabia que teria muita sorte ao chegar ileso em seu castelo.
A dor em sua cabeça apertou tornando-se insuportável forçando-o a perder a consciência mais uma vez naquele mesmo dia e a última coisa que ouviu fora o rapaz que o escoltava perguntando se ele se sentia bem.Frio. Ele estava com frio, embora ele soubesse exatamente onde estava : sua cama de penas nos seus próprios aposentos. O coberto de pele envolta não o aqueciam o suficiente para que cessasse a tremedeira.
Arya estava preocupada com ele desde que soube por Davos que havia acabado de dispensar homens para procurar por Gendry nos arredores do Castelo. Supostamente estava vindo de Kingsland, depois de ter encontrado o Rei Quebrado para uma conversa de interesse desconhecido.
Quando finalmente teve a visão de Gendry, ela sentiu seu coração apertar o tendo inconsciente a sua frente.
— Você vai machucá-lo ainda mais — ela quase grita para o estúpido que tenta mover Gendry das formas mais desajeitadas possíveis.— Tire-o enquanto eu tenho sua cabeça.
— Ele é muito pesado tem certeza qu-
— Tire-o!
E quando ela finalmente tem o corpo grande no chão, ela persegue seus ferimentos sentindo todos os olhares sobre ela.
— Essa é- o velho meistre pergunta tentando associar a imagem da mulher a alguém
— Arya Stark de Winterfell, princesa duas vezes sendo irmã da Rainha do Norte e do Rei Quebrado. — ele faz uma pausa para observar Arya melhor — Aquela que seu Lord tanto espera.
“Que tipo de Lord sai por aí sem escolta? O tipo estúpido de Lord” Ela pensa ao sentar na beirada da cama onde Gendry repousa. O rosto dele evidenciando a sua enfermidade.
Horas atrás ela podia jurar que a pior coisa que poderia lhe ocorrer naquele fatídico dia seria morrer tentando atracar seu navio no porto conhecido por ser o pior lugar para atracar, mas não, o temor de tê-lo perdido tão perto do reencontro deles era imensurável em vários níveis.
Agora ela só queria cuidar dele pessoalmente, até que ele pudesse abrir aqueles olhos bonitos para ela.
— Quanto tempo até ele acordar? — ele ouviu incapaz de abrir os próprios olhos para responder por ele mesmo a voz. Seus pensamentos sugerindo a ele mil pessoas para associar aquela voz. Aquilo era uma versão Arya Stark mais madura de falar ? Ele lamentou não conseguir abrir os olhos e conferir por ele mesmo.
— Eu não faço a menor ideia. Embora ele não pareça tão machucado, bater a cabeça nunca é tão
simples — Davos! Ele reconheceu a voz de Davos.— E essa febre? — Oh, sim, ele estava tendo febre e isso explica a razão pelo qual ele está ouvindo Arya Stark.
— O Meistre disse que vai passar a medida que a fusão das ervas façam o efeito. — Ele ouve o som da porta ser aberta — Você deveria se servir de alguma coisa, eu soube que tem ensopado de veado nas cozinhas. Ele ficará bem e provavelmente não terá acordado até que você volte. — A voz de Davos soa mais distante e parece que ele sai seguidamente a julgar pela zoada que a porta faz.
— Acorde logo e me deixe saber que você está bem, certo? — O polegar dela acariciando a pele morna em razão da febre — eu estou aqui.
Gendry não se lembra se alguém já o acariciou daquela maneira.
Ele quer abrir os olhos, mas ele não faz. Ele tem medo de que tudo seja irreal e que uma vez ele abra os olhos ele não encontre Arya ali com ele. Então ele apenas aproveita aquela sensação enquanto pode.
Ela olha para ele ali, tão frágil e ardendo em febre como uma criança que decidiu brincar na chuva sem a permissão dos pais e se deu mal. Ela sorriu minimamente cobrindo-o com mais peles, se certificando de que ele não passasse frio. Ela ficou encarando o rosto dele e quando percebeu já tinha seus dedos nele outra vez, passeando pela face masculina parando nos cabelos ébano. Ela sentiu como se estivesse redescobrindo o rosto dele uma outra vez mesmo que ela nunca tenha o esquecido. Não querendo acordá-lo, ela retirou sua mão quando ele gemeu decidida a ficar o mais quieta possível. Então ela deitou perto dele dando-se conta de seu próprio cansaço. A cabeça antes repousando em um de seus braços pende para o lado e ela se estica olhando para o teto rochoso até o sono a atinja, adormecendo logo em seguida.
— Arya! — ele murmura sofrego com as sombrancelhas escuras franzidas.
Ela ouve acordando de supetão para verificar o homem ao lado dela que não despertou ainda, colocando o dorso da mão cuidadosamente ela confere a temperatura dele. Ele ainda parece uma bagunça mas aparenta melhora significativa uma vez que a febre cessara quase que completamente, ela se deita novamente aproximando-se mais, admirando-o em seu sono.
Arya se sente ansiosa para quando ele acordar e ela não conseguem mais dormir.
— Eu estou aqui com você. — ela deposita um beijo em seu ombro coberto de peles.
Longe o suficiente das Terras Tempestuosas, o Corvo de três olhos observava o pôr do Sol nos horizontes da cidade reerguida das cinzas, satisfeito e orgulhoso de sua assertividade.
“Seja bem-vinda de volta, Arya Stark ”