capítulo 22

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Richard Smith

Quando foi que eu perdi o controle de minha vida? Suspiro, desesperado, tentando esconder esse descontrole, tentando ser firme, eu vejo, estou sentindo que a minha Amanda não está feliz, e isso me deixa louco. Quando estive na Grécia e a Amanda sumiu, eu perdi o chão, e hoje a ideia de perde-la soa como uma ameça, terrível. 

Já em meu escritório, fico observando minha mulher pela tela, ela está deitada lendo um livro, daqui a pouco irei conversar com a Eloá, eu detesto essa mulher, mas não posso deixar um filho meu desprovido. Minha mãe me passa o endereço de Eloá e vejo que ela mudou de bairro, está em um bairro popular.

Na hora do almoço sigo para vê-la, não liguei para avisar pois sei que minha mãe fez isso por mim. João me leva, até ela, o bairro é muito desorganizado, pessoas atravessando a qualquer momento, cachorros soltos pela rua, um caos total, o meu carro para e João buzina para que o veículo da frente saia pois estacionou indevidamente atrapalhando o trânsito, finalmente chegamos, eu desço e três moleques me cercam impressionados com a minha postura, a casa é bem simples, não há varanda na frente, a porta fica bem na calçada, não há segurança alguma, bato na porta e Lara, sua mãe, vem atender, imediatamente me deixa entrar, está muito feliz em me ver. 

- Cadê Eloá?

- Que bom ver você Richard, ela  está deitada, no quarto. Pode ir, acabamos de almoçar, você já almoçou?

- Não te interessa! Sinceramente não acredito que vocês realmente não tenham condições alguma de procurar uma moradia melhor, mas vamos ver até onde conseguem chegar!

- O que é isso Richard, realmente estamos com poucas reservas, sua mãe nos ajudou recentemente mais Eloá achou melhor começar a juntar e guardar em um banco pensando no futuro do meu netinho. - Oh mulheres dissimulados, mas não vou perder meu tempo discutindo com elas, melhor deixá-las pensando que eu acredito em todo esse teatro maldito. Dou as costa e segui em busca do quarto, ao entrar a vejo deitada em uma cama de casal, sua barriga está enorme, vesti um vestido simples, isso é irritante porque realmente estão tentando me impressionar, ao me ver fingi surpresa, mais eu sei que foi avisa por minha mãe, tenho certeza, ajeita o cabelo, passa a língua entre os lábios e sorrir.

- Richard o que faz aqui?

- Minha mãe me contou sobre você? 

- Não devia, eu falei que não queria que soubesse, não quero que me culpe ou me tenha como um fardo em sua vidinha perfeita e feliz, NÓS, - ela põe a mão na barriga e eu estreito os olhos para ela. - ficaremos bem, apesar de amarmos você e sermos desprezados, continuamos amando você. - Não dou a mínima atenção para a provocação e continuo.

- Com quantos meses você está? - Noto que fica um pouco tensa, mas logo disfarça.

- Estou com sete! Mas nem insista em fazer o exame agora, só depois que ele nascer, não irei pô-lo em risco!

- Hum, sua barriga está enorme, nunca iria por em risco um filho meu, mas pode ter certeza que farei o exame independente de qualquer coisa. - Quando termino de falar ela se levanta possessa e grita.

- SAIA DAQUI RICHARD, SAIA AGORA, EU NÃO VOU FAZER ESSE MALDITO EXAME NEM AGORA NEM NUNCA, VOCÊ ME OFENDE FALANDO ASSIM SEU DESGRAÇADO, EU NÃO TE PROCURE, ME DEIXE EM PAZ! VÁ ATRÁS DA SONSA DA SUA MULHER, VOCÊ NÃO A AMA? ENTÃO VÁ CUIDAR DELA E DE SEUS FILHOS PERFEITOS E ME DEIXE AQUI, MELHOR, NOS DEIXE AQUI, PELO MENOS ESTAMOS EM PAZ... - Eloá grita e sua mãe invade o quarto.

- O que houve? Se acalme querida, você não pode se exaltar assim, pense em seu filho, pense em você! - Lara agarra a filha que começa a chorar. Minha paciência está por um fio.

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