Sentimentos Inevitáveis

2- E andei sozinha.

Você
Você, a única coisa que pensava. Sobrou eu por mim, apenas eu.
Cadê as amizades? Não sei, isso eu realmente não sei, uma amizade verdadeira nos dias de hoje é difícil de se manter por muito tempo.
Nada foi como antes depois que me deixou, sozinha, algo que não podia imaginar.

- Ane? Acorde!- desperto com uma pessoa gritando ao meu ouvido. Abro os olhos sonolenta, vejo minha professora me encarando.
- Desculpe professora, eu não quis dormir.-digo e vejo os olhares de meus queridos colegas, todos abafando suas risadinhas de puro deboche.
- Que não aconteça mais isso, Ane Lood!- ela volta ao seu lugar e abaixo minha cabeça, que droga eu só queria desaparecer daqui.
O sinal toca, sou uma das últimas a sair da sala quando ouço minha professora novamente:
- Ane estou preocupada, você não era assim antes, o que está acontecendo?- ela pergunta gentilmente. Mas como vou explicar a minha situação, relacionamento acabado, ela vai dizer que é drama de adolescente que logo passa.
- Não aconteceu nada professora, obrigada pela preocupação, mas eu estou bem, só estava com sono, desculpe.- como eu minto mal. Ela me olha por alguns segundos.
- Quando quiser conversar Ane, sabe onde me achar.
- Claro.- digo por fim, saio as pressas, só quero minha cama.
Chego em casa e vou direto para o meu esconderijo, jogo a mochila num canto e me deito. Enfim sozinha, só eu e meus mauditos sentimentos.
Ainda não consigo entender porque ele acabou tudo, filho da mãe, disse que teríamos uma família, que idiota eu sou em acreditar, isso me perturba.
Decido chegar minhas redes sociais. Merda, ele é a primeira coisa em que meu feed mostra, tento ignorar sua publicação, mas não me aguento.
Vejo que ele postou uma foto, com seu mesmo sorriso de sempre, o sorriso pelo qual eu me apaixonei e sou apaixonada. Desligo a tela do celular e lágrimas indesejáveis rolam por meu rosto.
Ele não deve ser feliz, ele precisa de nós, incisto.