Inalcançável - Um Conto De Natal

Capítulo 1

Chegueeeeeei!

Queria agradecer a prima Fekha que sempre arrasa nas capas, você é incrível!

E Giselinha que sempre me salva com o book trailer! Obrigada meu bem!

Dêem uma olhadinha na mídia!

Sem revisão...

Inalcançável

Lá estava ela, com o nariz quase congelando pelo frio que sempre dava graças nessa época do ano. Era final de tarde e Cristal tentava amenizar a sensação que a ausência de calor lhe proporcionava com as inúmeras camadas de roupa.

Deveria dar meia volta – Sua consciência gritava.

Essa época do ano era praticamente impossível conseguir um emprego no Palácio, todos tentariam afinal, uma grande concorrência. Mas ela não poderia desistir agora, todo seu dinheiro acabaria em poucos dias, seu pai não perdoaria sua falha, não poderia se dar o luxo de voltar para casa sem uma única esperança depois de perder seu emprego.

Muitas moças cochichavam bem a sua frente e se abanavam mesmo com a neve caindo sobre suas cabeças. Falavam sobre o príncipe, obviamente. Cristal revirou os olhos com a constatação. Não entendia tamanha euforia quando se falava no herdeiro ao trono, já o havia visto inúmeras vezes pela televisão desde que voltou da América e tinha que admitir que era realmente lindo, mas totalmente inalcançável.

As pessoas precisam entender seu lugar – Pensou.

Não que ela não sonhasse alto, mas sabia até onde poderia sonhar. Seus enormes cabelos negros e lisos insistiam em atrapalhar sua visão, sempre com o mesmo movimento ela os colocava de volta atrás das orelhas e ajeitava a touca sobre os fios.

— Cristal Meyer. – Uma voz grave chama por seu nome a assustando.

Com toda certeza aquele homem tinha cara de mordomo que os livros detalhavam, sua expressão fechada e o ar austero demonstravam todo seu profissionalismo, uma forma de mostrar aos futuros funcionários que deveriam agir de forma impessoal.

Cristal deu alguns passos incertos – por estar nervosa – em direção ao homem que lhe analisava atentamente do outro lado do pátio.

Bonita demais – Pensou o homem de porte médio e alguns fios de cabelo grisalho em reprovação enquanto a moça de nome Cristal se aproximava. Talvez não fosse seguro, não que alguém fosse fazer qualquer coisa com a menina dentro do palácio, mas com toda certeza sua beleza chamava atenção.

— Venha aqui dentro, por favor. – Ainda incerta a garota deu alguns passos para dentro da pequena sala aconchegante e agradeceu mentalmente pelo aquecedor imediatamente cumprir seu papel. – Sente-se. Sou Charlie Hubert, mordomo real.

Cristal se acomodou na cadeira observando a sua volta. Se a sala que servia apenas para entrevistar funcionários era assim, imagine o restante do lugar?

— Por que quer o emprego?

— Como? – Franziu seu cenho em incompreensão.

— É uma simples pergunta, senhorita Meyer. Por quê quer o emprego?

— Porque realmente preciso dele.

— Creio que todos que estão do outro lado dessa porta precisam, o que a torna especial? – Charlie sempre entrevistava todos os candidatos a algum tipo de serviço para o Natal de forma fria e profissional, mas havia algo em Cristal que o deixava intrigado e curioso.

Talvez seja o ar realmente sofrido – Pensou.

— Especial para ajudar na limpeza do palácio? – Cristal ficou em dúvida no que deveria responder. Mãos ágeis? – Cozinho muito bem, posso fazer hora extra ajudando a preparar as refeições, faço ótimos biscoitos.