Capítulo 33 - Parte II

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Guilherme

dez dias se passaram e finalmente vou sair da sala vermelha. Eu recebi a doação de uma medula, que pelo menos comigo foram justos, não fizeram igual cono fizeram com minha mãe.

Eu já estava me sentindo muito bem, só queria sair dali e voltar pra casa com minha filha mas aqueles médicos queriam me manter ali por mais alguns dias.

Uma enfermeira ruiva entrou na sala sorridente, nunca tinha a visto antes

- Olá, sou a Giulia - Ela disse sorrindo-Sou nova aqui e vou te tirar dessa ala vermelha e te pôr num quarto

Ela disse organizando minha maca

- Posso ir pra casa não?-Perguntei

- Não, mas já pode receber visitas - Ela disse

- Beleza -Falei

ela me encaminhou para um quarto e quando chegou lá a coitada passou pela maior complicação tentando me colocar na cama

- Eu consigo descer e deitar sozinho -Disse levantando

-Ah meu Deus, você não pode...

- Já tô de boa - Falei rindo

- Seu almoço vem em uma hora, está precisando de alguma coisa?- Ela disse checando meus sinais

-Preciso ligar pra Gabi - Falei

- Bom, deixe que nós entraremos em contato- Ela disse-Tenho que ir

Ela simplesmente saiu do quarto e nem me deu o controle da TV

- Que bosta -Falei

Fiquei ainda uns minutos ali, mas eu precisava falar com a Gabi mano, eu precisaca falar com ela.

Levantei devagar e fui andando até a recepção atrás de um telefone.

Em um quarto próximo a recepção pude ver a Gabi deitada na cama dormindo.

Mas que porra ela estava fazendo ali?? fui entrando no quarto e o barulho da porta a despertou

Ela se assustou quando me viu

- Se aquele idiota atirou em você...eu juro...- Falei me aproxinando dela

Ela levantou e me puxou para um abraço

- Você está melhor, você...conseguiu - Ela disse me agarrando

E que saudade eu estava daquele cheiro

-Não me faz te foder nesse quarto...- Falei baixinho

- Guilherme!  - Ela disse se afastando

- Agora me diz o que tu tá fazendo aqui? - Perguntei-Como paciente..

- Tive uma febre, mas já estou melhor - Ela disse se sentando na cama

- E a Malu? -Perguntei

- Milena esta cuidando dela- Ela disse-Porque está fora do quarto?

- Eu também gostaria de saber - Giulia disse entrando no quarto com um carrinho

- Ah qualé Enfermeira....é perseguição agora?- Perguntei e ela gargalhou

- Porque meu primeiro paciente do dia é tão teimoso?-Giulia disse se aproximando da Gabi

-Levante a Blusa, por favor - Giulia mandou e ela levantou

Giulia começou a apertar seu tórax e depois a barriga

- Sua medula já se reconstruiu, como previsto no seu prontuário- Ela disse dando mais uma olhada no prontuário e a Gabi fechou os olhos-Já está quase pronta pra outra doação

-Doação?- Perguntei

- Vou pedir para o médico prescrever sua alta, amor-Giulia disse- fique bem

Giulia saiu e a Gabi permaneceu de olhos fechados

- Doação? -Perguntei- Você não estava com uma febre?

Ela engoliu seco e então eu já passei a entender tudo

- Gabi...eu não acredito..- Falei

Ela se aproximou de mim com os olhos marejados e segurou minha mão

- A médula que era pra sua mãe...foi pra você e...sim...foi eu...eu doei pra você porque eu amo você...e eu não doaria só a medula, eu ....eu...-Ela respirou fundo - eu doaria a minha vida

- Você se arriscou por mim- Falei

- Você tomou um tiro por mim-Ela disse-E eu acho que agora tudo está mais claro, tudo faz mais sentido

- Você devolveu a medula - Falei e ela assentiu

- Na cirurgia eu me senti muito estranha porque parecia que tudo estava escrito e destinado a acontecer desde o primeiro momento que te vi, foi tão estranho-Ela disse

- Eu prefiro acreditar que estava..que que, morena - Puxei ela pela cintura-você sempre foi o meu propósito

-E você o meu -Ela disse me dando un selinho

- Quero voltar pro Brasil, eu quero nosaa filha e quero uma cerveja pra esquecer todo perrengue que a gente viveu nesse lugar -Falei

- Você só precisa ter alta antes - Ela disse

- Que merda - Reclamei e ela sorriu

- Não se preocupe que vai ser daqui direto para o Brasil, eu te prometo- Ela disse

- E quando chegar no Brasil...o que vai acontecer com a gente..- Perguntei

- É bom já ir se planejando...- Ela disse sorrindo

Sorri e comecei a beijá-la ali mesmo.

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PURPOSEOnde histórias criam vida. Descubra agora