Suiryu: A ERA DOS DRAGÕES {taekook}

blood, sweat and tears

RECADINHO DA AUTORA: hm gostei de falar aqui no começo, vou começar a encher o saco de vcs. bem, tá aqui o capítulo do jeongguk, focado no jeongguk, com o passado do jeongguk e o presente do jeongguk. já aviso que se quiserem me bater depois dessa, vcs que lutem, sou formada em daredevil.

Liao Yazhu estava sendo perseguido. Ele não sabia por quem, nem como, mas estava.

O que havia começado como um simples dia de trabalho havia se transformado em uma corrida desesperada pelas ruas da cidade de Ventimund, uma cidade no reino de Eris que se sustentava de mercadorias estrangeiras que chegavam pelo seu porto, que era lotado de pessoas desesperadas por emprego.

O porto de Ventimund também não passava de uma desculpa para que homens e mulheres fora da lei erguessem seu império. Um desses homens era Liao Yazhu. Ou ao menos havia sido. Ele havia perdido tudo para um mercador mais esperto que ele há vinte anos. Agora ele apenas tentava sobreviver pelas beiradas da hierarquia de poder de Ventimund, se aventurando o suficiente para descobrir alguns podres aqui e ali. Era assim que vivia agora.

Mas essa perseguição estava lhe deixando paranoico. Ele havia lutado muito para trocar de nome e fazer com que as pessoas esquecessem que um dia havia sido uma grande figura na cidade, portanto sua identidade era quase secreta. Ele já não era tão jovem, beirava os sessenta anos, portanto não tinha nem mesmo uma chance de lutar contra quem fosse que o estava perseguindo. Isso lhe deixava com apenas uma opção.

Liao Yazhu caminhou o mais rápido que podia, sempre olhando sobre o ombro, em direção a um de seus locais de troca de informações confidenciais, uma antiga rua de bordéis, que hoje estava abandonada e prestes a desabar. Yazhu costumava ter negócios nessa rua, até perder seus bordéis em apostas e o novo dono decidir que aquela parte da cidade não favorecia os negócios. Ele tinha conhecimento da área, portanto era um ponto a mais.

Quando finalmente alcançou a rua, iluminada apenas pela luz da lua e das estrelas, ele suspirou. O velho sentou na calçada imunda e esperou.

Seu perseguidor não demorou muito a alcançá-lo, provavelmente após ter verificado a área. Era um homem alto, vestido com uma túnica apertada de tecido preto que ia até um pouco abaixo da linha da cintura e calças de couro pretas. Yazhu fez uma nota mental do tecido das roupas do estranho, que para usar couro deveria ter dinheiro. Mesmo que estivesse escuro e sua visão não fosse das melhores, ele podia perceber a sombra de dois cabos de espadas nas costas do estranho.

E, é claro, o homem estava com o rosto coberto por uma máscara. Isso foi o que fez o idoso se arrepiar. Poucos mercenários usavam máscaras em Ventimund, e apenas os assassinos de Kuài Jie usavam máscaras de animais.

Liao Yazhu estava frente a frente com o pesadelo de Ventimund, a lebre azul.

A máscara era um belíssimo trabalho, de um azul escuro que se assemelhava ao preto e com detalhes prateados, desenhos que ele estava longe demais para conseguir enxergar. A máscara era adornada com uma espécie de coroa de espinhos também prateada ou talvez fosse prata verdadeira. As orelhas da máscara iam aproximadamente dez centímetros para cima, fazendo o cabelo preto do homem cair ao redor delas.

"Bem... O que você quer de mim?" Yazhu cuspiu, tentando soar entediado. O estranho continuou parado no meio da rua a alguns metros dele, o observando calmamente. "Vamos, eu não tenho a noite toda."

A lebre azul continuou calada, mas pelo menos não havia desembainhado suas cimitarras gêmeas. Aquelas lâminas eram provavelmente as mais famosas de Ventimund, e quem as visse não sobrevivia para contar a história. Existiam apenas rumores sobre a lebre azul, um homem que absolutamente ninguém sabia quem realmente era. Só sabia-se que fazia parte da Kuài Jie por causa da máscara. Yazhu provavelmente era o primeiro homem que não havia sido assassinado no mesmo momento pela lebre, ou ao menos o que ele conhecia. Isso lhe enchia de coragem, porque provavelmente o assassino desejava algo dele, algo que era importante o suficiente para que o assassino não lhe matasse ali mesmo na calçada suja.