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Na manhã seguinte acordo ao receber uma ligação de Dinah, ela pergunta como as coisas estavam indo e resolvo lhe dizer que retornei um dia antes do esperado e tenho muito a contar. Marcamos de nos encontrarmos em um café próximo ao prédio da Wright Magazine, depois da nossa conversa pretendo ir até a redação e passar o dia submersa no trabalho. Mesmo ainda sendo feriado, é a única maneira de me manter distraída.

De maneira automática me arrumo e visto algo condizente com o clima nublado da cidade, que por sinal reflete meu estado de espirito, frio e cinzento. Quando adentro o local sinto o cheiro de café invadir minhas narinas, avisto minha amiga sentada em uma mesa ao fundo e, para minha surpresa, Normani está ao seu lado. As duas me veem e acenam animadas, mal chego perto delas e já sou metralhada por várias perguntas.

-E então? Conte tudo, até os mínimos detalhes!

-Aproveitou o pacote completo?

-ele é incrível, não é?

Essa última indagação é feita por Normani e isso de certa forma me causa desconforto, não sei se quero trocar informações com uma mulher que já dormiu com o homem pelo qual posso estar apaixonada.

-Estamos curiosas Camila, fala logo! -Dinah grita e acaba chamando a atenção de todos ao nosso redor.

-Se controla. -Digo baixinho e continuo. -Primeiro, gostaria de dizer que vocês são pessoas horríveis. Com a ajuda das duas me meti em uma grande enrascada.

-Deu tudo errado? Sua família descobriu?

-Não, na verdade é algo bem mais ruim.

Compartilho com elas tudo que passei nos últimos dias, queria que ao menos sentissem um pouquinho de remorso por terem sido as maiores colaboradoras da catástrofe, mas só consegui arrancar gargalhadas de ambas.

-O cara realmente se declarou? -Pergunta Normani impressionada.

-Sim, me ludibriou direitinho.

-Tão direitinho que acabou dormindo com ele, sabia que não conseguiria resistir amiga.

-Um corpo musculoso, olhos claros e cabelos castanhos. Tentei resistir a isso Dinah, mas foi muito difícil.

-Espere, olhos claros? - Diz Normani com a testa franzida.- o acompanhante que lhe indiquei não tem olhos claros.

Nos entreolhamos com o cenho franzido, o que isso quer dizer? Será que passei o feriado com o acompanhante errado?

Para sanar nossa dúvida, Normani pega rapidamente seu celular e procura por uma foto dele. Assim que ela vira o aparelho em minha direção meu corpo relaxa, mas quando analiso com cuidado as características do homem na foto, meu coração falha uma batida.

-Esse não é... não é ele. –Minha voz sai falhada.

-Tem que ser Camiz, este aqui é o verdadeiro acompanhante que contratamos.- Normani fala com um tom desesperado.

-São um pouco parecidos, mas eu consigo notar as diferenças. É como se fossem irmãos ou sei lá!

-Talvez ele tenha mudado o visual, podia estar usando lentes de contato, não sei! Mas tenho certeza que o número que dei a vocês era o certo, contrataram ele e não um desconhecido parecido.

-Está certa! Tudo isso me deixou muito estressada, por conta disso devo estar imaginando problemas onde não há nada. -Falo tentando convencer a mim mesma, mas de nada adianta, já que estou extremamente aflita.

Provavelmente sentiram o quanto fiquei nervosa e por isso resolveram me acompanhar até o prédio onde trabalhamos, só eu para fazer minhas amigas irem para a redação em seu dia de descanso.

Contrɑtɑ-se um noivo °Shɑwmilɑ°Onde histórias criam vida. Descubra agora