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point of view
CORBYN BESSON
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É uma coleção invejável.-Digo olhando para a sala repleta de livros da sra. Connon. Principalmente por estar repleta de funkos de todos os tipos, personagens dos mais variados livros.

-Eu acho um exagero, temos livros repetidos aqui, mas ela jura que cada edição muda muita coisa.-O avô de Julie fala e a mulher revira os olhos ignorando o que o senhor diz.

-Eu concordo com o vovô, podíamos montar uma biblioteca popular com os seus livros repetidos.-A garota surge na porta do cômodo, dando apoio ao avô.

-Isso é um absurdo, as pessoas desse lugar definitivamente não sabem cuidar nem das suas próprias vidas, quem dirá dos meus livros.

-A senhora tem razão. Nem todas as pessoas sabem apreciar um bom livro. -Respondo, olhando pelo menos cinco versões diferentes de A Divina Comédia, uma quem parece tão antiga que parece terem até folhas de papiro.

-Filha, eu adorei seu amigo sabe, deveria andar com pessoas como ele.

-Soube que você não é daqui, garoto.-O avô dela me encara sério e a garota para ao lado do mesmo-Eu te pesquisei no Google se quer saber, não fazem mais músicos como antigamente.

-Eu concordo. Eu acho..-Serro meus olhos sem saber o que dizer e as duas mulheres presentes riem de nós.

-Pai, vamos lá, você era fã de Queen, não fazem ninguém como Freddie Mercury.

-Honestamente, porque os artistas hoje em dia não se renovam, garoto você precisa aprender a dançar!-Ele diz apontando pra mim, então eu arregalo os olhos dando risada.

-Eu juro que já tentei de tudo..

-Menos dançar com a minha neta, acredite nem a avó dela dançava tão bem quanto!

-Vovô!-Ela arregala os olhos, me fazendo rir e então ele caminha até uma prateleira repleta de discos, colocando um em uma vitrola antiga, incrivelmente intacta após anos.

-Vamos, querida! Vocês conseguem, vamos Margareth.-O avô dela segura a mão da filha e os dois sorriem, começando a dançar uma música clássica antiga-Não se acanhem, estamos esperando.

Dou risada da animação dele, vendo a neta revirar os olhos porém sem tirar o sorriso do rosto. Estendo minha mão na direção dela que da risada, antes de segurar firme e colocar a outra mão em meu ombro, enquanto coloco minha mão em sua cintura.

-Certo, Besson. Vamos fazer isso.-Ela fala em um falso tom sério e eu dou risada, enquanto a garota tenta me ensinar o que fazer-Viu você está pegando o jeito?

-Me desculpa se eu pisar no seu pé.

-Ei vocês dois, estão indo bem!-O avô dela grita do outro lado da sala, antes de girar sua filha e rir com os gritos dela.

-Viu, você não dança tão mal.-Ela da de ombros e eu rio, segurando firme suas mãos antes de me aproximar ainda mais.

-Estou tendo uma ótima professora.-Pisco um olho e ela revira os olhos sorrindo.

E por Deus, que sorriso lindo.

Volto a prestar atenção no mundo ao redor, assim que ela desgruda nossos olhos e sua expressão alegre se torna preocupada e logo entendo o por quê.

-Vovô!-Ela chama, antes de se soltar e andar em direção ao senhor, que treme e tosse.

-Eu estou bem, minha pressão caiu, não tem nada demais.-Ele sorri, enquanto as duas mulheres estão ajoelhadas ao lado dele.

Julie segura sua mão, com o olhar preocupado, enquanto a mais velha está com um estetoscópio.

-Abaixe a cabeça papai, você sabe o que tem que fazer.-Ela fala, com o mesmo olhar preocupado da filha-Julie, pegue algo salgado para o seu avô e água também, ele vai melhorar.

-Eu estou bem.-Ouço a voz baixa e então Julie saí correndo até a cozinha e eu continuo parado, sem saber o que fazer.

O lugar caiu sobre um silêncio assustador enquanto ele comia, Julie evitou olhar para mim e honestamente eu estava me sentindo um intruso naquele momento, mesmo que eu soubesse que nunca havia encontrado pessoas tão acolhedoras quanto aqueles três.

-Eu só preciso me deitar um pouco, não se preocupem.-Ele diz se levantando da poltrona e quase caindo, mas eu acabo segurando seu braço, enquanto Julie afirma o outro.

-Tome cuidado, vovô.-Ela pede e ele ri concordando.

-Vá ajudar sua mãe, Julie. Ela teve um longo dia, Corbyn me ajuda a ir lá pra cima.

Ela me olha de relance pelas costas do outro e eu concordo, vendo ela suspirar e o ajudar a caminhar até a escada, o soltando apenas quando ele segura o corrimão.

-Não ligue garoto, minha neta é muito preocupada.

-Elas estão certas em ficarem preocupadas, o senhor é muito importante.

-Ai garoto, todos nós somos importantes.-Ele ri e eu o ajudo a caminhar até a cama-E a minha neta é importante para você.

-Com certeza é, ela me ajudou muito hoje, ela é incrível.

Sorrio bobo e me distraio, enquanto ele começa a rir de mim, me deixando confuso.

-Ah eu conheço os olhares, garoto antes de você existir eu já sabia as expressões apaixonadas e eu ainda sei reconhecer uma.

-O que? Não.. isso não é possível..

-Não é possível, por quê? Por que se conheceram hoje? Isso não significa nada, escute, você pode não acreditar em amor a primeira vista..-Interrompo ele, arregalando os olhos e ele revira os olhos com o que escuta.

-Mas não existe!

-Eu conheci a avó de Julie uma semana antes de nos casarmos, fomos obrigados a interagirmos, mas quando o final do dia chegou nós estávamos apaixonados, porque esse era o nosso destino.-Ele conta e então sua tosse volta, me fazendo alcançar o copo com água que estava ao lado de sua cama-O ponto é, você pode não perceber agora, mas você e a minha neta, ainda vão viver muita coisa juntos.

-Acho que o senhor precisa descansar, não fique pensando nisso.-Sorrio sem graça, voltando o copo ao lugar dele e coloco minhas mãos no bolso do casaco.

-Eu conheço os olhares rapaz, eu conheço sim.-Ele ainda ri sozinho, enquanto eu saio do quarto, caminhando pelo corredor até encontrar a porta do quarto de Julie, iluminado apenas por dois abajures, onde eu conseguia ver pôsteres de filmes e alguns quadros nas paredes.

-Apaixonado.-Dou risada sozinho, entrando ali-Com certeza não.

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1° edição: 25 de dezembro de 2019
2° edição: 31 de outubro de 2020
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CHRISTMAS LOVE ⋄ corbyn bessonOnde histórias criam vida. Descubra agora