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JULIE CONNON
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-Ei querida, posso entrar?-Escuto minha mãe bater na porta e me sento na cama, tirando os fones de ouvido.

-Ele já foi?

-Provavelmente sim, o deixei na estação a alguns minutos.-Ela diz, se sentando do meu lado e eu concordo com a cabeça-Você está bem?

-Estou.-Sorrio fraco para ela, colocando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha-Não precisa se preocupar comigo.

-Talvez eu precise, sinto que deixei passar alguma coisa esses dias.-Ela diz, segurando minhas mãos-Tem algo pra me contar?

-Não, não aconteceu nada é só..-Respiro fundo olhando para ela-Mãe, eu não vou pra faculdade.

-O que?-Ela me olha descrente e ri-O que você está falando? Como assim?

-Eu não vou. Eu não posso deixar você e o vovô aqui, quem vai cuidar dele? E cuidar da casa enquanto você tem que trabalhar, eu não..

-Filha, eu e seu avô cuidamos um do outro e você não precisa se preocupar com a casa, nem com nada..

-Eu não estou brava pelo vovô estar doente e fingir que está bem, eu só não posso deixar vocês aqui e ir embora..

-Está tudo bem se você estiver brava.

-Eu não estou brava!

-Você parece brava. E tudo bem se estiver, porque filha você é uma das pessoas mais fortes que eu conheço, eu sei que coloco muita responsabilidade nos seus ombros às vezes, mas você não pode parar a sua vida..

-Mãe, eu entrei na Columbia.-Falo rápido e ela para me olhando séria.

-Você entrou na Columbia?-Ela me abraça animada e eu sinto meus olhos marejarem-Meu amor isso é incrível, parabéns! Por que não me contou antes?

-Porque eu não posso ir.

-Você iria falar comigo ou só ia tomar a decisão e esconder o resto da vida?-Ela pergunta de uma maneira engraçada e eu abaixo meus olhos, sorrindo.

-A segunda opção, na verdade.

-Escute, querida. As coisas acontecem, coisas boas e coisas ruins, como o meu divórcio e do seu pai, ou você ter conhecido aquele garoto, o fato é que você precisa seguir sua vida, não pode deixar as coisas pararem ela e se você quiser ir pra faculdade, então você vai sim, seu avô ficará bem e se algo acontecer não será por você ter ido embora, será porque a vida é assim.

-Eu não posso deixar vocês, não dá..

-Você precisa viver sua vida! Mesmo que seja a dezesseis mil quilômetros daqui, nós faremos dar certo. Quando a vida te oferecer algo especial, aceite!

Ela fala sorrindo e eu concordo começando a chorar, enquanto ela me abraça forte.

-Você tem uma festa pra ir agora, querida! Não vou te atrasar.-Ela fala, beijando minha cabeça e eu sorrio, enxugando as lágrimas enquanto ela saí do meu quarto.

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CORBYN BESSON

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Dude, você está bem?-Escuto a voz de Jack do outro lado da linha perguntando aquilo pela milésima vez, desde que atendi o telefone a alguns minutos-Você está em outro continente cara e não temos notícias de você a horas.

-Jack olha, eu conheci uma garota incrível aqui, você não está entendendo, então eu vou desligar, enquanto estou indo atrás dela, até mais.

Não cara, não desli..-E antes que ele terminasse eu desliguei o celular, dando risada sozinho, enquanto olho para a cafeteria, com um escrito de "Waffle Town" todo iluminado de pisca-piscas.

Pela janela eu consegui ver dezenas de adolescentes dentro da cafeteria, o que me fez rir ao imaginar Julie ali dentro.

Caminho para dentro, tendo certeza que a encontraria em algum lugar ali e honestamente não foi difícil, já que a garota estava com seu cabelo todo enrolado preso no topo da cabeça, enquanto conversava com outra garota que tinha uma uma tiara que piscava em algumas cores e ri, me aproximando delas.

Ironicamente a música que tocava era a música de natal recente que eu e os garotos lançamos.

-Sinceramente, a uma semana eu odiava essa música por causa da minha prima, mas agora eu acho que..

Ama?-Pergunto parando atrás dela e a garota que estava ao seu lado me encara com os olhos arregalados-Posso falar com a Julie, agora?

Ela nem responde, apenas ri e se vira, enquanto a garota na minha frente se vira, me olhando incrédula.

-O que está fazendo aqui? O trem já saiu, maluco..-Ela diz, sorrindo e eu apenas encaro ela, feliz por poder vê-la novamente.

-Eu sei e não ligo. Eu precisava te ver de novo, eu estava na estação e não consegui parar de pensar em você.

-Eu também estava pensando em você, eu..conversei com a minha mãe, parece que estarei indo para a América no início da primavera.-Ela sorri animada e eu faço o mesmo-Obrigada por hoje, eu.. você me fez ver as coisas de uma maneira diferente e parece que um dia muda muita coisa.

-Esse dia mudou muita coisa pra mim.-Digo me aproximando dela e sorrio, ao sentir a garota envolver meu pescoço com seus braços e juntar nossos lábios.

Sinto como se houvesse fogos de artifício dentro de mim, enquanto abraço a cintura dela e sorrio entre o beijo.

Afinal, de uma forma totalmente inesperada eu encontrei meu amor de natal e honestamente, eu espero que esse natal nunca termine.

-Irá me apresentar New York?-Ela pergunta enquanto eu junto nossas testas e dançamos calmos.

-Te apresentarei o mundo todo se você quiser, amor.-Digo sorrindo, antes de apertar sua cintura e a beijar novamente.

Eu permaneceria ali pra sempre se pudesse, nos lugares mais improváveis podemos encontrar um amor e eu, finalmente encontrei o meu.

Afinal a neve pode fazer diferença e te deixar encalhado, mas pode te mostrar novos caminhos e mudar toda a véspera do natal. Mas às vezes, você só tem que deixar a neve cair.

FIM

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1° edição: 25 de dezembro de 2019
2° edição: 31 de outubro de 2020
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CHRISTMAS LOVE ⋄ corbyn bessonOnde histórias criam vida. Descubra agora