Capítulo 4

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POV'S Chris


- " Qual é cara vamos logo, vai ser divertido. Precisa sair um pouco. " Recebo um tapa de Ed no ombro.

- " Faz tempo que eu não te vejo sair, só fica em casa. " Patrick diz. É, ele está certo.

Há exatos 6 meses atrás, passei 3 meses no Afeganistão como sargento. Não foi minha primeira vez na guerra, claro que em 10 anos já passei por muitas, mas percebi que era tanta pressão que eu precisava de um tempo pra mim mesmo. Eram mortes atrás de mortes, já estava acostumado a ver isso, mas infelizmente meu amigo estava entre elas.

Ao vê-lo no chão dizendo que minha amizade era uma das coisas mais importantes na sua vida, foi extremamente doloroso para mim. Sinto que não fiz o suficiente para ajudá-lo, apesar de te-lo levado as pressas para os paramédicos mais próximos, infelizmente ele não resistiu e morreu antes mesmo de chegar.

Conheci Matt quando eu tinha 20 anos, na minha primeira guerra. Ele vinha da França e no começo foi difícil de entender algumas coisas, mas com o passar do tempo, ele aprendeu o nosso idioma e nos tornamos grandes amigos. Ele me viu se tornando sargento, dizendo que não estava mais do que orgulhoso de mim e que eu merecia esse cargo. Nessa nossa última guerra, infelizmente nos separou, deixando-me totalmente desolado.

6 meses depois e eu ainda não superei sua morte. Ele deixou sua esposa e sua pequena filha de apenas 3 anos.

Antes de morrer, ele pediu para entregar uma carta a sua amada, do qual entreguei assim que cheguei, mas o que me deixou mais perplexo foi ele ter me dado seu cordão, dizendo que o mesmo o salvou por muito tempo e que quem merecia ser salvo agora era eu. Além do cordão, sua últimas palavras foram uma frase em francês, do qual até hoje nunca procurei o significado.

Depois disso tudo, precisava tirar um tempo e esvaziar a mente com todos esses problemas.

Ed, Patrick e eu somos amigos desde a escola, apesar de Ed ter sido o único a seguir o caminho diferente, nunca nos separamos. Ele é um professor de matemática aqui de Nashville, enquanto eu e Patrick ingressamos juntos no exército.

Ele não era tão próximo do Matt quanto eu, mas sofreu ao ver a minha dor pela morte de um dos nossos.

- " Levanta logo porra! " Ed grita, me tirando dos pensamentos.

- " Vocês são uns chatos do caralho! " Levanto irritado e saio do quarto, indo para o banheiro.

- " Obrigado senhor por tirá-lo dessa cama! " Patrick levanta as mãos para o céu, como sinal de agradecimento e antes de fechar a porta do banheiro, dou o dedo do meio pela zombaria desnecessária.

Tomo um banho e visto uma calça jeans, uma blusa branca juntamente com uma quadriculada por cima. Pego um boné preto para completar.

- " Olha o cara agora tá pegável hein. " Riem.

- " Vocês não tem outra pessoa para pertubar não?! "

- " Foi mal cara, mas você é o nosso favorito. " Ed diz e dá um tapinha no meu ombro. " Vamos. "

Me despeço de Maria e saio com eles.

Maria é quase uma mãe para mim desde a minha infância. Ela sempre esteve comigo nos momentos ruins, quando voltava do trabalho. Agradeço muito por tê-la na minha vida.

Nós três chegamos em meu carro, e quando saio dele, vejo que o clube por dentro está bastante cheio. Droga, odeio multidões.

- " Porra caras, olha como isso tá cheio. " Reclamo.

- " Para de ser reclamão e entra logo. "

Nós entramos e fomos direto para o bar. Não estava a fim de ir para a pista de dança ou algo do tipo. Geralmente quando eu vinha em clubes como esse, ficava apenas bebendo minha cerveja no meu canto, mas não faço isso a tanto tempo.

O barman nos atende e fico esperando minha bebida. Olho ao redor, enquanto ao meu lado Ed e Patrick estão conversando sobre garotas. Deito minha cabeça no balcão e meus olhos caem em uma linda loira. Rapidamente levanto a cabeça e observo todos os seus traços. Apararentemente ela parece está mais entediada do que eu. O barman pergunta algo e ela nega dando um pequeno sorriso.

- " Porra Chris está escutando. " Patrick me tira dos pensamentos.

- " O que cara? " Pergunto ainda olhando para a garota.

- " Ihh, já sei para o que você tá olhando. " Ed diz e eu os olho, seus olhares também estão nela.

- " Vai lá na garota. " Diz Patrick dando de ombros.

- " Qual é cara, nem tenho mais jeito para chegar em garotas. " Digo um pouco cabisbaixo.

- " Você tem 30 anos na cara e está me dizendo que não sabe chegar em garotas?! Conta outra. "

- " Porra, eu nunca estive em um relacionamento. " Digo com raiva.

- " E quem falou que vocês vão ter um relacionamento? Essa é só uma ótima chance de conhecer alguém. " No momento em que ele termina, a menina parece sentir os olhares sobre ela, porque agora a mesma está olhando para nós.

- " Ela está te olhando cara! " Ed se anima e bate em meu ombro. Ele e essa mania de bater em mim.

Seus olhos são penetrantes, mesmo estando longe e com pouca luz, eles são tão azuis quanto um oceano. Tiro minha cara de sério e dou um pequeno sorriso.

- " Anda logo. " Eles puxam meu braço e eu me levanto.

Ando em sua direção e a julgar pelo olhar, ela está nervosa.

Quando chego ao seu lado, sento no banquinho livre e respiro fundo antes de começar uma conversa.

Olho para o seu rosto, que por sinal parece divino. A íris de seus olhos são imensamente mais azuis do que pensei e penetrantes de um jeito a deixar alguém apaixonado.

- " Oi. " Digo e tento dar o meu melhor sorriso.

DESCULPE PELA DEMORA, MAS ESTÁ AI MAIS UM! ESPERO QUE GOSTEM HEIN! COMENTEM!

ADORO VOCÊS!❤️

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