Capítulo 10

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POV'S Chris

Não acredito que a Cinderela é minha psicóloga.

Isso só pode ser uma brincadeira, o mundo deve estar conspirando contra mim.

Todas as possibilidades e chances que eu pensei em ter algo com ela, são descartadas.

Continuo a olhando com meus olhos arregalados.

- " Olha, com licença que eu tenho mais o que fazer ok? Melissa, quando entrar fecha a porta. " Olívia passa entre nós e anda até o ponto de ônibus próximo.

Saio do transe e respiro fundo fechando os olhos.

- " Ei. " Vejo sua mão se aproximar, mas começo a andar até o meu carro.

Antes de abrir a porta, ela me para com uma mão em meu braço. Me viro e olho em seus olhos.

- " Espera ai, o que houve? Por que ficou assim de uma hora para outra? "

- " Não pergunta nada! Apenas faça a porra do seu trabalho! Entra ai. " Digo apenas e entro no carro sem nem abrir a porta para ela.

POV'S Mel

Eu não sei o que ocasionou essa mudança tão repentina.

Ele estava tão bem há alguns minutos atrás e do nada ficou assim.

O olho algumas vezes e seu semblante de raiva não muda. O silêncio está me deixando louca, mas por sorte ele chega em sua casa e estaciona o carro.

Chris sai sem nem uma troca de palavras e entra. Saio rápido também antes que ele me deixe fora de casa.

Seus passos são rápidos até a área de lazer. O acompanho e fecho a porta atrás de mim.

Não aguento mais esse silêncio e falo de repente:

- "Como pôde mudar de uma hora para outra? Na noite em que nos conhecemos... " Me interrompe.

- "Eu não sabia quem você era! " Diz alto e olha em meus olhos. Eles transmitem raiva. " Vocês psicólogos são todos iguais, querem saber de tudo sobre a nossa vida e acha que de alguma forma vai nos ajudar. " Quando ele termina, fico extremamente ofendida pelo comentário.

Tenho vontade de falar algo, mas sei que o que ele disse não foi por querer, ele apenas não pensou e foi da boca para fora.

- " Sei que não quis dizer isso, estou aqui só para te ouvir e estar ao seu lado. " Me aproximo aos poucos.

- " Não há como você saber se eu quis falar ou não! " Diz mais alto, mas me aproximo e ponho minha mão em seu peito e inusitadamente ele se acalma, ainda respirando fortemente.

- " Calma ok? Vamos nos sentar aqui. " Nos sentamos e ainda continuo com minha mão em seu peito, alisando de lado para o outro. Pelos menos descobri algo que o acalma. " Quer um copo de água? " Pergunto baixo.

Ele não faz nada, então dou a resposta como um sim, mas quando faço menção de tirar a mão de seu peito, ele a segura.

- " Não tira... Por favor. " Ele me olha e neles eu vejo agora sua vulnerabilidade.

- " Certo, o que você quiser. " Dou um pequeno sorriso.

- " Eu... Desculpa. "

- " Está tudo bem ok? Estou aqui para te ouvir, então se quiser falar algo, fique à vontade. Não se sinta pressionado, apenas faça o que deseja fazer. "

Espero pacientemente até que ele fale algo.

- " Talvez eu esteja sendo infatil, mas foi a Maria que inventou essa coisa de consulta psicológica. Isso nunca deu certo nos últimos anos, porque daria agora? " Pergunta e me olha nos olhos.

Por um minuto fico hipnotizada com o azul acinzentado de seus olhos.

- " Talvez a experiência não tenha sido tão boa antes ou simplesmente eles não fizeram o suficiente, mas eu vou fazer de tudo para te ajudar a superar e cicatrizar o ferimento que está aqui dentro. " Aponto para o seu coração.

Em um ato totalmente inesperado, ele passa suas mãos em minha cintura e me abraça. Faço o mesmo e ponho uma de minhas mãos em seus cabelos, sussurando baixo em seu ouvido palavras de conforto.

Talvez ter aceitado esse trabalho seja mais difícil do que pensei.

Opaa, a maratona começou heinn! Sei que esse tá curtinho, mas vou recompensá-las com maiores!

Espero que gostem!

Adoro vocês❤️

BrokenOnde histórias criam vida. Descubra agora