A questão é que existem muitos amores passageiros, existem amores que nos ajudam a crescer e outros que nos fazem diminuir um pouquinho. Nada é para sempre. Nada dura eternamente.
Este é mais um dos meus textos sobre relacionamentos que não deram certo. Mas, diferentemente dos outros, este é um texto sobre partidas que não despertaram o furacão que havia em mim.
Nunca desenhei, nas folhas do meu caderno, corações com seu nome dentro. Não coloquei nossa foto como fundo de tela do meu celular. Não te marquei em coisas românticas no Instagram. O que eu fiz foi te escrever os meus melhores textos e deixar você penetrar tão fundo em minha alma que me ver nua não seria íntimo o suficiente. Vou te chamar de Afonso, é um bom nome. Você não gosta do seu, mas vou usar outro para manter a discrição.
Não nos falávamos o tempo todo, mas você me enviava doces todos os dias. Éramos ocupados demais para mensagens diárias e preocupações desnecessárias. Mas quando nossos olhares se encontravam, era uma explosão de sentimentos e de palavras não ditas. Éramos suficientes. Quase. Concordamos que éramos bons demais para ficarmos juntos. Vou te chamar de Charlie. "As Vantagens de Ser Invisível" sempre foi nosso livro favorito.
Seu gosto musical era extremamente horrível, mas você tinha uma voz suave e grave ao mesmo tempo, o que era incrível aos meus ouvidos. Tínhamos o mesmo gosto pelo desconhecido e a mesma fixação por maratonas de filmes de terror. Mas, creio que a morbidez de nossos pensamentos e a constante via única de tristeza que tínhamos não se entrelaçavam. Veja bem, ficou muito complicado quando você me disse que "O Massacre da Serra Elétrica" era melhor que "Sexta-Feira 13". Concordamos em assistir filmes diferentes. Vou te chamar de Theodoro. Você sabe, "O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno" (aliás, um péssimo/ótimo filme).
Este é um texto sobre partidas que não despertaram o furacão que existe em mim. Porque eles já haviam destruído tudo antes mesmo de partir.
francielly serra
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escrevo ?
ChickLit"escrevo ?" é um rascunho de todas as emoções que transcrevi e acumulei, desde a insignificância e ilusória perspectiva de vida aos 12 anos até a decadência amorosa, falha e deturpada dos meus 18 anos. Não levem a sério, eu não levo. Perspectivas sã...