[12] Casos de Familia

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NASH

Eu acordo para escutar gritaria de Sofia. Eu não entendo o que está acontecendo nem se estou com roupas apropriadas para sair correndo pela casa. Mas isso não importa, o que importa é que a minha mulher está gritando.

Eu desço as escadas sem saber se estou pisando nos degraus corretamente ou se estou pulando três ou quatro degraus de uma vez. Meu coração acelera quando encontro Sofia com rastros de sangue em seus braços e seu rosto.

"Meu bem, o que houve?" Eu pergunto segurando o seu rosto proximo enquanto observo os seus olhos castanhos escuros se acalmarem quando entram em contato com os meus. Eu espero paciente enquanto a deixo recuperar o ar, se acalmar um pouco. Porém minhas mãos não deixam de a segurar por um segundo, e logo a aproximo mais ainda do meu corpo. A mesma escora a cabeça no meu ombro.

"O que porras o seu irmão mais novo estava fazendo aqui? E quem que deixou ele ficar NO MEU SOFÁ NOVO?!" Sofia grita com tudo o que tem e eu me afasto em um pranto. A moça que antes estava em choque, agora estava mais assustadora que meu próprio pai. "Senhor Nash Mendes me diga o que merdas aconteceu ontem a noite e porque você deixou o seu irmão ficar no meu sofá?" Sofia pergunta, eu engulo seco.

"E...eu posso... to.. tomar... café da manhã... primeiro..?" As palavras quase não saem dos meus lábios. Como sempre; Sofia é a que consegue me fazer derreter de dois modos, medo ou paixão. E com o meu pedido simplesmente desajeitado, Sofia se derreteu na mulher doce que sempre foi.

"Pode sim meu anjo, mas eu quero que saiba que esse sofá foi mais de mil e oitocentos e a despesa vai ser sua. Pois o irmão é seu e foi você que trouxe ele pra cá ao invés da própria casa dele." Sofia diz com um sorriso ameaçador e manda um beijo em minha direção antes de sair da sala. "Ah! E avisa ele que vai ter troco por me abraçar todo suado e cheio de sangue!" Sofia diz com um tom de voz irritado e logo o seu corpo desaparece de minha vista.

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Algumas horas depois de ter ligado para alguém vir limpar o sofá, pois não havia jeito algum de que eu iria gastar mais de mil dolares em um sofá. Eu me lembro do que houve no dia seguinte, e o que Shawn me disse. Então, eu mando uma mensagem para um dos capangas de meu pai. Porém, como informação normalmente demora um pouco para ser adquirida, eu me desprocupo ao assistir um pouco de tv.

"Nash!" A doce voz de uma garota entra em meus ouvidos e eu me levanto e viro para ver Aaliyah correndo em minha direção. A pequena garota logo choca o seu corpo contra o meu, e eu devolvo o abraço carinhoso. Aaliyah foi adotada nesse meio tempo em que quase todos os homens da casa divergiram de interesses e decidiram ter a própria vida longe dos pais. Então com a solidão e a vontade de poder ajudar alguém, minha mãe adotou a pequena órfã.

De imediato, meu pai chamou todos conhecidos e nos avisou que um dedo encostado na garota significava morte a essa pessoa. E eu e meus irmãos logo fizemos um acordo de nunca deixar de proteger a pequena nova integrante da familia. Aaliyah só tem oito anos de idade, não sabe se proteger, então isso cai a nós de protege-la.

"Por quê que o Shawn dormiu aqui essa noite? Eu nem vi ele, ele só me ligou e pediu pra vir pra cá... onde que ele está? Eu to preocupada..." A pequena garota pergunta com seus olhos inocentes e eu sinto uma culpa enorme. Aaliyah não deve saber que seu irmão estava bêbado demais para voltar pra o hotel, ela não deveria saber que seu irmão  estava coberto de sangue.

"O Shawn simplesmente ficou muito ocupado com algumas coisas que aconteceram do nada." Eu digo e Aaliyah sorri, logo tomando um assento no chão e pegando o controle da tv, a pequena liga no desenho do Scooby Doo e logo se distrai. "Você comeu alguma coisa?" Eu pergunto me levatando.

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