Miraculous: Tales of Mister Bug & LadyNoire

Capítulo 4 - Pombos

Episode: 02

– E quando você 'iá me contar isso!?

O de óculos exclamou, atraindo olhares incomodantes. O parque central estava bastante movimentado, afinal, a maioria dos adolescentes após as aulas frequentavam o local para se acalmarem depois de longas - e dolorosas - horas estudando. Ou, com outros tipos de estresses da puberdade.

O dono dos olhos esverdeados gruniu se encolhendo no banco de madeira, cobrindo o rosto. Estava vermelho o suficiente para ser comparado com um tomate. Ele não devia ter contado o que ocorreu ontem com Marinette para seu melhor amigo, quer dizer, não no parque.

– Quando caralhos você 'iá me contar isso, Agreste!? – Sacudiu o loiro dando uma expressão desesperada e ansiosa. – Você não tinha me contato nada disso! Era por isso que ficou todo chateadinho quando viu o Kim e a Marinette de manhã? – O outro assentiu mexendo os dedos nervosamente. – Argh! Rapaz, você não percebeu mesmo huh!?

– Percebi? O quê? – A lerdeza do amigo era incomparável, ou ele se fazia de sonso... Ou ele era sonso.

– A Marinette e o Luka! – Exclamou apertando os ombros do parceiro. – Cara, eu não vou dizer que eles têm algo mas... 'Tá na cara que o Luka sente algo por ela.

Será mesmo? – Foi o que ecoou na mente de Adrien várias e várias vezes. – Tudo bem... A Marinette sempre foi gentil perto dele, mas ela sempre é assim! Já o Luka... Ele não demostra afeto por ninguém! Quer dizer... Com a Marinette, ele parece apreciar muito a companhia dela.

Os fatos, ele nunca parou para analisar cada um. E o que deixou-o surpreso era Luka, aquele garoto fechado e frio, deixar o coração ser atingindo pela flecha do cupido... Justo por Marinette!?

O raciocínio de Adrien fez a feição confusa e ingênua ser tomada por uma tristonha e perdedora. Então é assim? Um participante que entra no meio da batalha de conquistar a mão da rainha, ele que saíria ganhando?

– Adrien, se alegra! – Nino sentado no banco, passou o braço ao redor do pescoço e chegando aos ombros do menino. – São apenas fatos, ele pode gostar dela... Mas a Marinette não! Ele só é mais um que quer te derrubar, mas você não vai deixar ele te derrubar... Vai?

– ... – Arregalou os olhos mexendo inquietamente os dedos.

Um silêncio tomou o local, a cara tediosa que o de óculos fez assim que se afastou, fez o loiro estremecer.

– Eu disse... Vai? – Repetiu, fazendo ênfase na última palavra.

E sem se segurar, ele resmungou.

– Argh! Nino! Quem eu quero enganar!? Eu só passo vergonha na frente dela... – Formou um beicinho encarando o chão com os braços cruzados. – Ela nunca vai ligar pra um tapado como eu!

– Ooh, certeza? Você nem ao menos tentou, seu vagabundo! – Ergueu os braços gritando, todos os que caminhavam logo atrás do banco dos dois os encararam incrédulos antes de se afastarem.

Os dois observaram as pessoas que se afastaram e vagamente os olhares se fixaram em um homem baixo, gordinho, com barba e sombrancelhas grossas platinadas e portador de um palitó cinza.

Adrien e Nino não o conhecia, mas pareceu muito peculiar a maneira que andava e se arrumava. Era verdadeiramente um pombo ambulante!

– Ahn....? – O loiro começou, parecia confuso, ainda mais quando ele retirou de dentro do palitó uma pequena porção de... Sementes e alpistes?

Gargalhando, ele jogou aos ares e retirou um apito feito de madeira do bolso. O tocou, sooando uma doce melodia relembrando pássaros, e pouco tempo depois, pombos pousaram por toda a sua volta, se alimentando de tais alimentos.