Entre árvores, corro com todo meu fôlego, observo o céu azul claro, sem nuvens, tropeço numa pedra e caio de cóccix na mata fechada e densa, ainda com meu corpo sob esse chão traiçoeiro, sinto formigamentos sob o pé esquerdo, deslizo meus quatro e longos dedos no calcanhar até sentir um espinho, subitamente encravado, neste instante, puxo de uma vez, essa pisadura pontiaguda, que me induz o esperneio, mesmo sabendo que "a criatura" possa me ouvir. Repentinamente, a adrenalina reage ao ver: "Ixiil, que líquido vermelho, lindo e vibrante", esvaziar do buraco no pé. A vontade de levantar e continuar, é maior, sem nenhuma escolha, impulsiono meu corpo, me ergo desequilibrada, encontrando forças para prosseguir sem olhar para trás. Corro com dificuldades, manquejando, sinto o ar abafado da floresta úmida, o calor do lugar fazer meu corpo ebulir.
__ Ijye, aaiii. __Escorrendo suor em meus olhos, além de arder, confunde a visão.
Cambaleante, desesperada, ouço os passos perturbadores me perseguir, deixando-me com medo, tudo isso é desgastante, parece que essa sensação de fugir sabendo que meu corpo sucumbi a cada segundo, é interminável, "o que fazer nesta situação"? Mesmo sendo superficial estou sangrando, minha respiração está cada vez incapaz de suportar meu esforço físico.
__Vikaenyejo, não quero morrer hoje. __Ofegante.
IXIIL: Uau, surpreso(a).
IJYE: Nossa, espanto, admiração.
VIKAENYEJO: Criador Divino dos arkheanos e todos Seres Vivos.
No decorrer do incalculável caminho feito a mãos e braçadas, entre a mata fechada e traiçoeira, sem mais forças nas pernas, sinto câimbras e o buraco agudo debaixo do pé. Ouço no incerto horizonte, sons de queda d'água cada vez mais próxima. "Pulo e padeço nas pedras ou deixo-me ser capturada e levada presa aceitando minha desonra?" __Pensando sobre o suposto precipício.
Sem ao menos ter medidas precisas da cachoeira, "será que tem profundidade o bastante para amortecer minha queda?" O risco de pular é cinquenta por cento de chance de sobreviver, mas no final das contas a decisão é sem dúvidas que se houver um por cento de chance em viver livre, eu salto sim. Os passos perturbadores estão cada vez mais próximos e minha adrenalina aumenta por cada metro percorrido, meu coração pula pela boca, estou me sentindo mais viva do que nunca, mas será por pouco tempo? "E se cair direto nas rochas? Como posso agir pela razão se essa tal emoção neste momento me domina?" __ Nos últimos segundos perto da altura intimidadora, sem considerar as probabilidades, só penso no medo que sinto, sendo este, incomuns para mim. Arregalo meus olhos, impulsiono minhas pernas lesionadas, arranhadas e fracas, dilato meu tórax ao máximo, inspiro profundamente e me pulo.
Para expressar a mistura de sensações dentro de mim, acordo com meus próprios gritos:
__ AAAAHHHHHHH...
Abro meus olhos, ainda confusa, me sento na câmara de descanso:
__ Ijye que senso-ilusório desagradável.
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JUSSANA E O TERRESTRE
Science FictionNum Universo completamente desconhecido, a alienígena infantojuvenil Jussana, é sujeita à situações na qual nunca vivenciou. Entre razão e emoção, o que prevalece? Jussana é uma habitante infantojuvenil de Arkhos, se considera apta para fazer suas p...