Capítulo 28

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Bati duas vezes com o punho na porta e esperei que esta se abrisse. Quando finalmente abriu, revelou uma sala repleta de alunos e uma senhora magrinha e já um pouco velha á porta. “Presumo que é a menina Hale?” Assenti com a cabeça e ela desviou-se dando-me espaço para entrar. “Sente-se ali ao pé do Eric.” Eu sigo o olhar dela para o fundo da sala onde se encontra um rapaz aloirado, com olhos verdes.

Ouvi a porta a fechar e os passos da professora, da qual ainda nem sabia o nome, á medida que andava até ao meu novo lugar. Olhei timidamente em volta da sala e reconheci aquela rapariga de á bocado, forcei a minha memória para me tentar lembrar do nome dela, sem sucesso.

Sentei-me, colocando o livro e um caderno que tinha comprado no dia anterior em cima da mesa e a minha mala presa no lado da cadeira, e ajeitei-me pondo o cabelo de lado. Senti o olhar deste tal Eric pousado em mim e simplesmente tossi fracamente na esperança que ele parasse de olhar. “Tens um nome? Ou és só Hale?” Uma voz forte soou, o que me fez olhar diretamente para a sua fonte, Eric.

Parei por um segundo, focando o olhar no dele. “Laura.” Acabei por dizer secamente. “E tu? Tens apelido?” Aclareei a voz e voltei o olhar para a professora que premanecia sentada ao computar a teclar qualquer coisa, acho que a aula ainda não tinha começado.

“Green.” Ele mostrou-me um sorriso e passou a língua pelos lábios, fazendo-me engolir a seco e desviar mais uma vez o olhar para o telémovel, o Nash ainda não tinha respondido. “Vens de onde?”

“É mais fácil veres logo o meu BI.” Ele riu das minhas palavras mas eu permaneci séria. Porque é que as pessoas acham piada ao meu sarcasmo?

“Diz lá.” Ele deu-me um leve encontrão á medida que continuava a sorrir e a olhar para mim. Isto é a sério? Ele está a tentar bater-me coro?

“Carolina do Norte.” Disse rápidamente ignorando o que ele tinha acabado de fazer. Olhei em volta e suspirei. “Não conheço ninguém.” Murmurei baixo.

“Se quiseres eu posso-te apresentar alguma pessoas.” Olhei para ele um pouco espantada e ao mesmo tempo assustada por ele ter conseguido ouvir as minhas palavras.

“Antes de mais nada. Bemvindos a mais um ano letivo.” Agradeci mentalmente á professora por me ter salvado de responder áquela pergunta. Não queria ser rude com ele, mas a verdade é que o cheiro a tabaco a que ele trasandava só descreve o tipo de pessoas com que ele se dá, o tipo de pessoas com que eu não me dou.
“Vamos começar por formar os grupos de trabalho, pois, como muitos sabem têm um trabalho para apresentar no final no final de cada semestre. O tema desta será biologia molecular, agora os grupos?
Várias pessoas apressaram-se a levantar a mão para escolher o seu grupo. Sentia o olhar do Eric em mim, mas fingi-me ocupada a mexer no telémovel. “Laura?” Levantei o olhar para a professora e esperei que ela continuasse. “Fica no grupo da Megan?” Olhei para a rapariga de olhos verdes que anteriormente tinha encontrado e acenei positivamente. Porque raio é que ela me tinha escolhido?

“Oh que pena.” Ouvi o murmurar do Eric e voltei o olhar para o telémovel, onde deslizava pelo twitter.

Secalhar estava a ser injusta com o Eric, mas a verdade é que nunca fui muito de me misturar com pessoas que fumam. Até pode ser que ele não seja do estilo que vai para a porta da escola fumar e que até queira saber da escola, mas sinceramente tinha um pouco de medo de arriscar.

O resto do dia passou a correr, não voltei a encontrar o Eric e a Megan em nenhuma das outras aulas que tinha, mas ambos ficaram na minha cabeça. Porque é que a Megan me escolheu para ficar no grupo dela, não me conhecendo de lado nenhum? E porque é que a ideia de conhecer melhor o Eric me assusta tanto?

Saí do carro e caminhei até casa. A minha mãe já deveria ter saído para o novo trabalho, por isso tinha a casa por minha conta. Ainda tinha algumas coisas para a arrumar e depois de isso ia fazer skype com o Nash.

“E a miúda escolheu-me do nada. Mas ainda bem porque não queria ficar no grupo do Eric.” Disse sentando-me na cama com o computador no colo. Tinha acabado de mostrar a minha nova casa ao Nash.

“Bom, pode sempre perguntar-lhe quando a vires.” Ele passou a mão pelo cabelo enquando me sorria.
Encolhi os ombros e encostei-me á parede a que a minha cama se encontrava encostada. Já tinha saudades de ver o Nash, e apesar de o ver pelo computador, não era a mesma coisa. Ele encontrava-se, provavelmente no quarto, sem camisola e a mexer no seu colar que trás s sempre. Analisei todos os pequenos sinais que ele tinha dos ombros até ao pescoço e respirei fundo tentanto esconder o quanto desejava poder estar ao lado dele e poder sentir os lábios quentes e húmidos dele nos meus. “Então?” Uma pequena gargalhada soou e acordei dos meus pensamentos.

“Então o quê?” Arregalei os olhos e sorri.

“Perguntei se gostaste da escola.”

“Sim.” Paro ao ouvir a porta a abrir. “Espera um bocadinho.” Deixei o computador na cama e levantei-me caminhando até porta, abrindo-a e espreitando. O meu quarto ficava exactamente em frente á porta principal, no fim do corredor.
“É a tua mãe?” Olhei para o computador e coloquei um dedo á frente a boca, para ele não falar.

“Acho que ela está com alguém, pode ser ele, Nash.” Fiz-lhe sinal que ia ver.

Andei pelo corredor em bicos de pés de forma a não fazer barulho e espreitei para a cozinha que era de onde as vozes vinham.

Ao lado da minha mãe encontrava-se um homem alto, com o cabelo escuro apesar de um pouco grisalho e os olhos escuros também.

“Queria falar com ela primeiro antes de te apresentar, percebes?” Ela fez uma pausa. “Acho melhor adiarmos o jantar para amanhã quando eu já falei com ela.

Voltei a andar calmamente para o meu quarto. Já sabia que isto ia acontecer, mas não esperava que fosse tão cedo. O Edward é tal e qual como eu sabia que ele ia ser, apesar de não ser assim que eu queria que ele fosse.
Apesar de estar magoada com o facto de a minha mãe não me ter contado antes, acho melhor amanhã no jantar ser simpática e educada com ele. Primeiro porque não quero mais chatices com a minha mãe e segundo porque é a felicidade dela que está em jogo e na verdade eu quero que ela seja feliz, obviamente.

“Era ele mesmo, Nash.” A minha voz soou baixa e ele fez uma cara estranha. “Supostamente vamos jantar amanhã.”

Continuei a falar com ele até a minha mãe me chamar para jantar, já tinha ouvido a porta a bater, por isso sabia que o Edward já se tinha ido embora.
Andei até á cozinha rápidamente e sentei-me á mesa, estava anciosa para saber como é que a minha mãe me iria contar.

“Laura, há uma coisa de que precisamos de falar.” Disse após de sentar á minha frente na mesa e de nos ter servido de massa. Assenti com a cabeça e ele prosseguiu. “Há uns tempos eu conheci este homem chamado Edward e..”

“Eu sei de tudo.” Interrompi-a por não aguentar ver o quão nervosa ela estava. “Não perguntes como, mas sei.”

A expressão da minha mãe ficou aliviada e intrigada, o que para mim me deu muito prazer.


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Aqui está mais um capítulo espero que gostem.
Beijinhos

"the unpredictable" || Nash GrierOnde histórias criam vida. Descubra agora