Capítulo 38

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"Nash, vou sair com a Rachel, tens a certeza que não queres vir?" Acenei negativamente e mudei o canal da televisão. "Tens de sair de casa e esquecê-la, já passaram dois meses."

"Podiam ter passado dois anos." Suspirei e pousei o comando. "E não me consegues convencer, vai-te embora."

"Até logo Nash." Ouvi o som da porta a fechar-se seguido do som do meu telémovel a vibrar.

Desliguei a televisão e voltei a atenção para este com esperança que a Laura me tivesse respondido, mas como sempre era outra pessoa, não me parece que ela o vá fazer de qualquer forma.

Já passaram dois meses desde a última vez que a vi e cada vez custa mais e tenho mais saudades dela.
Cheguei a dormir á porta de casa dela no primeiro dia, e a passar horas seguidas a tocar-lhe á campainha repetidamente mas a única resposta que tinha era o ladrar do Lash. Então, decidi dar-lhe espaço mas não consegui resistir a mandar-lhe aquela mensagem hoje eu preciso dela e ela precisa de saber que eu vou esperar o tempo que for preciso.
Porra, se eu pudesse voltar atrás fazia tudo diferente e nunca a teria deixado afastar-se de mim naquela noite.

Suspirei alto e levei as mãos á cabeça tentando afastar estes pensamentos, o que não se tornou nada fácil quando o Cameron entrou em casa com a Rachel ao lado e a Laura nos braços.

"O que é que aconteceu?" Quase gritei ao correr até ao meu quarto onde o Cameron deitou o corpo da Laura na cama.

"Ela estava lá no bar onde fomos completamente bêbeda e a falar com um homem mais velho nojento. Então eu fui buscá-la e ela simplesmente desmaiou nos meus braços." Ele voltou o olhar para a namorada que se encontrava á porta do quarto a olhar para nós. "E depois trouxemo-la para casa."

"Ela esteve desmaiada este tempo todo?"

"Não, entratanto ela acordou no carro mas adormeceu logo a seguir." A Rachel aproximou-se e entregou-me uma mala. "Aqui está a mala dela."

"Obrigado." Pousei o olhar na mala.

"Nós vamos voltar para lá porque deixamos pessoas á espera." O Cameron segurou na mão da Rachel. "Se precisares de alguma coisa liga."

"Até logo." Disse sem retirar os olhos da Laura e suspirei fazendo-lhe festas na cara.

Olhei para a roupa que ela trazia e começei a retira-la despindo depois a camisola que trazia vestida, vestindo-a nela de forma a que não ficasse de cuecas e sutiã, e coloquei-a dentro dos lençois para não ter frio.

Olhar para ela ali deitada trás-me memórias de alguns dos melhores momentos da minha vida que curiosamente foram todos passados com ela.
Tenho tantas tantas saudades dela, de simplesmente fazê-la rir ou ver filmes de terror deitado ao lado dela. E agora que a tenho aqui comigo não posso perder a oportunidade de lhe tentar explicar o inexplicável e fazer com que ela me perdoe.

A porta da frente abriu-se fazendo um barulho alto, despertando-me a mim dos pensamentos e a Laura do sono. "Ela já está a acordar." O Cameron apareceu á porta do quarto e acenou positivamente fechando a porta e deixando-nos a sós.

"Nash?" Ouvi a voz fraca da Laura soou pela primeira vez em meses. "O que é que eu estou aqui a fazer?" Ela sentou-se na cama e eu dei a volta á cama para me sentar ao lado dela.

Expliquei-lhe brevemente o que tinha acontecido e ela baixou a cabeça com vergonha. "Laura desculpa." Pousei a mão na dela e ouvi um suspiro.

"Porque é que me fizeste isto, Nash?"

"Não há nada que possa dizer ou fazer que apague aquilo que tu viste e aquilo que tu sentes. Eu estava bêbedo, chateado e revoltado por teres beijado aquele gajo."

"Foi ele que me beijou." Ela interrompeu-me falando num tom de voz mais alto.

Apertei um pouco a mão dela fazendo-a olhar para mim. "Laura, o que eu fiz foi um erro. Acredita que dava tudo para voltar atrás e corrigi-lo."

Ela baixou o olhar tapando-o com as mãos e suspirou.

"Diz qualquer coisa, porfavor." A minha voz efraqueceu.

Ela levantou o olhar e cruzou-o com o meu. "É melhor eu ir embora." O torço dela voltou-se para sair da cama mas eu impedia de o fazer segurando-lhe num braço. "Nash.."

"Ao menos fica comigo mais um pouco." Olhei para as horas. "Ainda só são 5h da manhã "

"Não tenho sono."

"Então ficamos acordados."

Ela suspirou e levantou-se pousando o olhar na minha camisola que eu lhe vestido anteriormente e olhou para mim á procura de explicações. "Eu.." Fiz uma pausa para encontrar as palavras para me explicar. "Eu despi-te a tua roupa porque parecia desconfortável para dormir e vesti-te essa camisola para não teres frio e porque me lembro o quanto gostavas de dormir nas minhas roupas."

Ela limitou-se a fazer um sorriso discreto e a andar até onde as roupas dela estavam. "Vou-me vestir."

"Queres que saia?"

"Não precisas, não é nada que já não tenhas visto antes." Sorri ao ver o quão confortável ela estava com a minha presença ali a vê-la trocar de roupa, á uns tempos ela tinha vergonha. "Eu fico aqui contigo, mas promete-me que não falas do que aconteceu ou me pedes desculpa. Já estou farta dessa palavra."

Andei e até ela e pousei uma mão na face dela. "Prometo, desde que não vás."

Segurei na mão dela e caminhei-a até á sala.

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"the unpredictable" || Nash GrierOnde histórias criam vida. Descubra agora