Senti os meus olhos a abrirem calmamente fixando a parede branca do meu quarto á minha frente, levantei calmamente a cabeça e olhei para a almofada que tinha ficado babada, acontece sempre quando estou demasiado cansada. Levei a mão á testa pois uma dor de cabeça não me estava a deixar pensar, não me conseguia lembrar em como tinha chegado ao meu quarto.
É hoje que o Nash se vai embora, é hoje que começa o primeiro de cinco dias de tortura.
Ouvi a minha porta a abrir e voltei rápidamente ao meu olhar para a figura do Nash que acabara de entrar no quarto. “Bom dia.” Ele vinha com uma chávena de café na mão e pousou-a na minha mesa de cabeceira apressando-se a dar-me um beijo na testa.
“Olá.” Forçei um sorriso e deixei o meu corpo cair sob a cama.
“Sempre nos vens pôr ao aeroporto?” O Nash ajoelhou-se no chão para ficar da minha altura. Passei a mão pela cara dele, dando-lhe festa acenando que sim com a cabeça.
Um sorriso apoderou-se da cara dele revelando as covas perfeitas que aparecem nas suas bochechas. “Tenho de me levantar.” Abanei a cabeça ligeiramente e sentei-me na cama á frente dele.
“Pois tens. Eu e o Hayes já temos tudo pronto.” Apoiei-me no ombro dele e levantei-me, ficando a olhar para ele. “Vai lá.” Esfreguei os olhos e dirigi-me até á casa de banho arrastando os pés no chão.
Liguei a água e despi o pijama que trazia rapidamente. Coloquei a mão por baixo da água que corria e depois de a sentir quente entrei dentro da banheira.
Tomei um duche rápido visto que tinha o Nash e o Hayes á minha espera e saí do banho. Vesti roupa interior que tinha guardada na casa de banho e andei até ao quarto enrolada na toalha.
“Foste rápida.” O Nash murmurou voltando o olhar para mim e depois de novo para o telemóvel.
“Não te queria deixar á espera muito tempo.” Murmurei alto o suficiente para que ele me ouvisse e abri o armário retirando de lá umas calças e uma camisola.
Tirei a toalha, ficando apenas de sutien e cuecas, e coloquei as calças e a camisola rápidamente. Depois de o fazer, centrei-me no quarto e fiz movimentos de vai-e-vem com a cabeça de forma a sacudir o cabelo para a frente e para trás. Penteei o cabelo e coloquei o meu relógio e algumas pulseiras.
“Só falta calçar.” Disse enquanto me sentava ao lado do Nash na cama e pegava num sapato.
Depois de me calçar segui o Nash até sua casa para chamar o Hayes, visto que as malas já estavam no carro dele, apenas bastou despedirem-se dos pais.
“Eu levo o carro agora.” O Nash disse ao entrar para o lugar do condutor.
A viagem foi calma e rápida, visto que o Nash tomou a autoestrada. Quando lá chegámos entrei com eles para a sala de espera mas, visto que tinhamos chegado atrasados, o tempo de espera foi curto. “Liga-me quando chegares.” Murmurei ao ouvido dele enquanto estava nos braços dele.
Despedi-me dos dois e esperei vê-los a entrar para a porta que ia dar ao avião, acenando-lhes depois. Caminhei até ao carro e conduzi para casa, fico triste que o Nash não esteja presente na minha última semana na Carolina do Norte mas ao mesmo tempo feliz por ele, pois sei que ele está a fazer o que gosta.
Só quero que esta semana passe rápido, muito rápido.
“Babe.” Ouvi um murmurar rouco contra o meu pescoço.
“Diz.” Voltei-me para ele e esfreguei os olhos.
“Já está na hora.” Ele puxou-me para ele e deu um beijo na minha testa.
“Não quero ir.” Escondi a cara no peito dele e aconcheguei-me. “Não agora que acabaste de vir.”
Era o dia da mudança, era para hoje que o meu voo estava marcado e era hoje que ia abandonar a minha casa. É incrivel como tudo mudou em apenas uns curtos meses.
“Vá, tem de ser.” Ele colocou a mãos frias por dentro da minha camisola passando-as pelas minhas costas e num impulso eu levantei-me devido á frieza que as mãos dele traziam.
“Estúpido.” Ouvi o riso rouco dele e levantei-me vestindo rápidamente a roupa velha que tinha deixado de parte. Prendi o cabelo num coque no topo da cabeça e um coloquei um casaco á volta da cintura. “Vais ficar aí?” Ri e abanei a cabeça colocando a camisola que o Nash me tinha emprestado para dormir dentro da minha mala.
“Mais uma?” Ele disse meio a rir.
“É para quando tiver saudades.” Fiz um sorriso e voltei-me para fechar a mala.
Senti as mãos do Nash á volta da minha cintura puxando-me para ele. “Eu não te vou deixar sozinha, não por muito tempo.” Murmurou colando os seus lábios ao meu ouvido.
Sorri e virei-me encaixando a cabeça no tronco dele colocando os braços á volta dos mesmos. “Obrigada.” Murmurei calmamente contra a pele dele.
Afastei-me um pouco e encaixei as sandálias que trazia nos pés, pegando de seguida na mala pequena que tinha trazido para guardar a roupa. “Estou pronta.”
“Deixa-me só.” Ele apressou-se a ir até a armário e a vestir uma camisola e uns calções. Segui-o pelas escadas abaixo e despedi-me demoradamente dele á entrada de casa, cada beijo parecia ser insuficiente.
Saí de casa dele e andei até á entrada da minha onde a minha mãe já estava a colocar algumas malas no taxi, visto que o resto já foi.
“Estás pronta?” Acenei negativamente e entrei dentro de casa, subindo uma última vez as escada e fazendo o percurso até ao meu quarto.
Esta era última vez que iria estar neste quarto, nesta casa, nesta cidade. Porra, fui tão feliz e ao mesmo tempo tão iludida este tempo todo, apesar de tudo não estou pronta a esquecer estas memórias e este quarto trás-mas todas.
Andei até á casa de banho, que estava ligada ao quarto, e numa folha solta que tinha deixado ficar escrevi: “Love you to the moon and back.” Deixei na janela e voltei-me andando em direção do quarto e depois da porta deste, olhando uma última vez embora.
Ao ouvir o buzinar do carro apressei o passo em direção á porta, que após a confirmação da minha mãe, fechei.
Entrei no carro e este arrancou em direção ao aeroporto. Á medida que iamos andando, eu ia comtemplando cada bocadinho da paisagem, que embora a conhecesse de gingeira, naqueles momentos parecia que era a primeira vez que estava a ver. Apenas era tudo, muito estranho.
O taxi parou no aeroporto e era o último momento agora, pode parecer estúpido ou até mesmo estranho esta minha obcessão por cada último momento mas na verdade é como dizer adeus a casa, á família e especialmente ás memórias.
Senti a minha mãe a fazer-me sinal e lentamente segui-a. “Adeus.” Murmurei um última vez olhando em volta.
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Meninas desculpem o tempo, não posso prometer nada mas vou tentar ser mais regular nas postagens.
De qualquer forma espero que tenham gostado do capítulo, espero que tenham percebido o salto que houve na semana. Comentem as vossas opiniões porque eu gosto sempre de as ler.
Beijinhos.
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"the unpredictable" || Nash Grier
Fiksi Remajaquando amigos já não só amigos e tudo é imprevisível. Mentiras e traições, desculpas e arrependimentos. O que é que o amor reserva para estes dois? E que obstáculos vão ter de superar? Laura Hale e Nash Grier com uma amizade e tudo mais.