Capítulo 05

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Rio de Janeiro, tempos atuais 

Flor de Liz Medina

Eu pensava no meu primeiro encontro com Bernardo Novaes enquanto estava parada no trânsito até o Galeão.

Agora, a discussão de intimidades aos gritos no meio da rua me fazia rir. Céus, como é que ele não saiu correndo aquele dia, a natureza protetora do Bernardo, nunca vou conseguir entender!

Meu telefone pipocava com mensagens das minhas Minions, decidi responder por áudio a todas as dúvidas e compromissos, pois, depois que Bê estivesse ao meu lado, minha atenção seria exclusivamente dele.

Logo estava na área de desembarque internacional e vi exatamente quando a B.D.K.N. Blues deixou o corredor de desembarque, mesmo depois de mais de dez horas de voo, eles estavam todos lindos e estilosos, era incrível como pareciam famosos até mesmo para quem não tinha ideia de quem poderiam ser. Autoconfiança, essa era a chave!

Dani Romanesi veio na frente, com seus cabelos escuros penteados para trás, compridos até a nuca, os piercings brilhando na orelha e sobrancelha, óculos escuros poupando seus sensíveis olhos azuis das luzes do final da tarde. Karen Brizzi, a louraça belzebu 10da banda, melhor baixista dos últimos anos, ostentava como sempre um vestidinho preto curto – ela tinha milhares deles – meias que imitavam cintas ligas sob saltos altíssimos, ela também nunca estava sem eles, era capaz de usá-los para ir a padaria de manhã, era a segunda da fila, de braços dados com Nick Moreno, o baterista da banda e um amigo querido, todo espetaculoso com seu cabelo arrepiado, brilhantes olhos verdes e sorriso de um milhão de dólares.

Por último, meu Bebê carente, seus cabelos revoltosos, cheios de luzes naturais, capazes de causar inveja a qualquer loira, o brilhante em uma das orelhas, os cordões de couro no pescoço e pulso, camiseta cortada nas mangas sob uma jaqueta de couro preta, jeans e botinas, seu estilo não mudava, para que mexer na perfeição?Eles tentaram não chamar atenção, mas antes que eu pudesse acenar, uma fã soltou um gritinho e logo estavam cercados de gente.

Bê era o mais assediado, como front man11, era a cara do grupo, mas eu sabia que era também a alma, quem compunha todas as letras – às vezes, com a minha humilde ajuda –, tinha carisma exalando pelos poros assim como sex appeal e não havia ninguém que ficasse imune a sua simpatia, independente de gênero ou idade.

Esperei mais uns dez minutos para o pessoal começar a se dissipar, quem me viu primeiro foi Nick.

— Poderosa, Liz, sabia que reconheceria essa aura de poder em qualquer lugar!

Ele correu e abraçou-me, tirando-me do chão e girando como o maluco que era. De todos, Nick era o único que suspeitava que eu nutria mais amor por Bernardo do que amizade, mas também sabia que eu jamais confessaria.

Abracei-o com carinho e depois, soltei gritinhos com Karen e ganhei um beijo estalado na bochecha de Dani.

B.D.K.N. Blues - Partes 1 e 2 (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora