Cap (05). wood room

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Eu sabia que hoje seria um dia e tanto.
Seria o dia em que eu começaria na empresa dos meus sonhos.

Rosé me mandou mensagem com as informações sobre a empresa, alguns funcionários, explicando como faria quando chegasse lá e com quem falaria.

Cheguei em meu apartamento, vendo que estava atrasado 15 minutos. 15 MINUTOS.

Fui correndo para o banheiro e tomei um banho rápido, corri até meu guarda roupa, peguei uma camisa larga branca, uma calça preta rasgada, e um tênis também branco.
Coloquei meus óculos e enchi minha orelha de brincos.

No começo eu não gostei deles, hoje não consigo viver sem.

Rosé havia dito que ele odiava atrasos. E adivinha? Estou atrasado 30 minutos. Merda.

Sinto que ele vai querer me matar.

Entrei no prédio que eu conhecia muito bem por sempre pesquisar e olhar quando passava em frente. Finalmente estaria trabalhando ali.

Corri como um louco até a sala, empurrando a porta com muita força, não tinha visto que ela estava só encostada e acabou por bater na parede pela força do empurrão que eu dei.
O que fez todos na sala olharem para mim.

Levei um susto ao sentir o olhar do meu mais novo professor de dança sobre mim, paralisando ali mesmo, e me xinguei mentalmente por isso.

Ele fez um sinal com a cabeça para uma mesa a sua frente e eu entendi logo indo me sentar na mesma. A aula era teórica, então tudo que fiz foi ouvir já que pela vergonha eu não conseguia nem olhar para o rosto dele.

Ele liberou todos. Peguei minhas coisas, mas antes de me virar em direção a porta sinto um aperto em meu pulso,  me assustando mais uma vez.

Mas que inferno, eu sei que não sou assim tão assustado. Já chega de palhaçada né corpo. Repreendi meu próprio corpo e cabeça mentalmente por estar agindo daquela forma.

- Você fica.- Disse com uma voz rouca e uma expressão séria que me fez tremer.

- Sim. - Respondi involuntariamente.

- Quanta falta de respeito baixinho. - Disse seco.

Mas o que? Quem ele pensa que é pra' me chamar de baixinho?

- Sim senhor. - Falei por educação e por ele ser meu professor. - Pode me soltar agora? - Disse já puxando meu braço que estava sendo apertado por ele.

- Posso saber o motivo do seu atraso? - Disse no mesmo tom ríspido.

- Tive um contratempo no meu trabalho, acabei por me atrasar. Me perdoe, isso não vai mais acontecer.

- Ah não vai mesmo. - Disse me olhando balançando a cabeça de forma negativa.

Abaixei a cabeça por sentir meu rosto corar. Não me pergunte por que.

- Não Senhor. Posso ir agora?.

- Calma anjo. - Disse com a voz ainda seria.

- O que?

- Acha mesmo que eu vou simplesmente esquecer esse seu atraso? - poderia jurar que vi um sorriso diabólico em seu rosto.

- Você não pode esquecer? Isso não vai se repetir mais.

- "Você?". - sorriu mais uma vez. - Já disse que não vai mais acontecer. Mas ainda assim eu não posso só esquecer. Eu odeio atrasos, então pra' ter certeza vou te dar um castigo. Se quiser continuar aqui claro.

- Eu vou falar com o Dono. Você é só um professor. - Disse já irritado pela ignorância dele.

- Você vai mesmo falar com o meu pai? Vai falar o que? Que chegou atrasado e eu não gostei?. - disse em tom debochado.

Espera. Pai? Ele é o filho do dono mesmo? E eu achando que Mark estava mentindo.

Fiquei em silêncio o fazendo rir ladino.

- O que você quer? - Disse mais uma vez olhando para os pés.

- Oh docinho. Será que vou ter que te ensinar a me tratar com respeito também?. - Disse colocando o dedo em meu queixo fazendo nossos olhos se encontrarem.

- Será que eu vou ter mesmo que arrancar esse dedo? - Disse tirando seu dedo do meu queixo. - O SENHOR pode parar com isso? E esses apelidinhos? Eu não vou aceitar isso.

- Enfim baixinho. - Disse me ignorando completamente. - O seu castigo vai ser chegar uma hora mais cedo em todas as aulas, e dançar pra' mim agora. Quero ver o que você já sabe. - Disse me fazendo suspirar, para não descer a mão na cara dele.

Garoto irritante. Respira Jinhwan.

- Sim SENHOR. - Aumentei o tom no senhor.

Eu estava nervoso. Só havia dançado na frente de Donghyuk, mark e os outros . Somente na sala de casa com uma música alta no som. Eu sentia tanta vergonha, achei que iria explodir. Eu amava a dança mas o que me atrapalhava era a vergonha.

Ele pegou minha mochila e jogou em um canto qualquer deixando toda a sala de madeira só para mim.

Ele me perguntou se eu queria uma música mais sensual ou romântica e mais lenta. Quê? Sensual?. Ele deve estar louco. Neguei rapidamente com a cabeça falando que queria a mais lenta. Ele parou alguns segundos, como se me analisasse, mas assentiu.

Colocou uma música que reconheci ser "Saturday nights - khalid".
Apesar de quase desistir ali, agradeci por ser uma música que eu já havia ensaiado e ser lenta.

Iria simplesmente seguir a música, como sempre fazia. A música terminou sem nenhum erro meu. E minhas bochechas pegavam fogo, não havia me soltado pela vergonha.

Quando olhei para ele, seu olhar exalava algo que eu nunca havia visto, algo que eu não sabia descrever. Ele ficou quase dois minutos só me olhando sem falar uma palavra sequer.

Soltei o ar que eu prendia e nem havia percebido. Quando o vi se pronunciar.

- Certo. Te vejo depois garoto. - Disse mais seco que antes me entregando as minhas coisas de qualquer jeito e apontando para a saída. Logo o obedeci e sai dali sem entender nada.

***

Cheguei em casa indo direto para o banheiro e tomando um banho demorado. Aquela foi a noite mais estranha da minha vida.

Deitei na cama pegando o celular, vendo um número desconhecido

Num. Desconhecido:

Boa Noite Docinho.
Nos vemos na próxima aula uma hora mais cedo.

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02:05

Docinho? Quem mais poderia ser? O ser gigante que eu ja odeio tanto.

Quem é?

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02:05

Prof. Chato

Junhoe, meu anjo. Pode salvar como Anjo também.

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02:07

Seu sonho. Já disse pra' parar com esses apelidinhos. Coisa chata.

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02:07

Prof. Chato

Boa noite docinho.

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02:08

Só visualizei e desliguei o celular.

Ele nem me conhece e acha que temos intimidade o suficiente para me chamar dessas coisas. Eu vou colocar ele no lugar dele. Eu não sou gay. E ele, eu tenho quase certeza que não é gay, eu o vi beijando a Rosé na boate. Ele não pode ser gay. Certo?

Eita a Rose. Tenho que colocar algum plano em prática. Esqueci completamente sobre fazer ele se apaixonar por ela. Vou fazer isso e rápido.

✨✨✨

A música que o Jinhwan dançou tá na mídia lá encima.❤️❤️

Até a próxima pessoal.❤️

Dance With Intensity - Junhoe e Jinhwan (Junhwan) Onde histórias criam vida. Descubra agora