"The Christmas Songs" de Nat King Cole estava tocando no carro e Bucky tentava se perder no som de caroling, caroling enquanto Jody e Sarah cantavam animadamente no banco de trás, sem sucesso. Ele estava ansioso e se sentia estúpido por isso, mas não conseguia fazer nada para mudar. Faltavam menos de três semanas para o Natal e os Wilson's estavam um pouco atrasados para comprar uma árvore, mas Darlene insistiu que fossem somente quando todos estivessem disponíveis para escolherem juntos. Ninguém protestou contra a vontade dela, é claro, mas Sam tinha contado para Bucky que isso não costumava ser uma tradição e sua mãe só estava tentando mantê-los juntos por terem ficado tanto tempo separados, principalmente após o blip. Nada disso era um problema e Bucky achava que Darlene estava mais que certa, a questão era que ele não era um Wilson. Ele não fazia parte da família, era apenas um agregado infeliz que veio com a nova posição de Sam como Capitão América e sentia-se mal por estar invadindo um momento familiar. Ele suspirou, frustrado, e Sam o lançou um olhar curioso do banco do motorista e moveu os lábios em uma pergunta: "esta tudo bem?", Bucky concordou com a cabeça, se sentindo ainda mais culpado, não querendo que Sam pensasse que ele não quisesse estar ali ou se sentisse mal na presença da família dele, era exatamente o contrário. Ele moveu sua mão esquerda suavemente, sem querer chamar atenção dos outros, e a colocou no joelho de Sam brevemente, apenas tempo suficiente para garantir que ele estava bem, que estava grato e feliz. Ele explicaria mais tarde as outras coisas que estava sentindo, se é que faziam algum sentido. Sam pareceu convencido o suficiente e voltou sua atenção para a estrada, cantarolando Deck The Hall e mexendo seu corpo no ritmo da música, Bucky sorriu e talvez ele estivesse encarando por tempo demais, mas ele não conseguia parar.
A fazenda que escolheram para comprar a árvore ficava há quase uma hora de distância. Quando finalmente chegaram, Jody pulou animadamente para fora do carro e agarrou a mão de Sam, o puxando para a entrada. Jody amava Sam, assim como Sam o amava, e eles tinham perdido alguns anos da vida um do outro quando Sam se juntou a Steve e aos Vingadores. O garoto agora parecia fazer de tudo para retomar o que perderam e sempre se mantinha perto dele.
"Eu quero ir com você" ele falou assim que Sam olhou para ele.
"Estamos indo todos juntos" Sam respondeu, mas olhou para Darlene em busca de confirmação.
"Pode ir com ele, Sam" ela olhou para os dois com um sorriso pequeno no rosto "você também, Sarah. James vem comigo"
Bucky não foi o único a lançar um olhar surpreso para Darlene, mas, de novo, ninguém teve coragem de se opor. Sarah passou por ele e deu uma leve batida em seu ombro, sussurrando "boa sorte" e saiu antes dele conseguir perguntar para que ele precisava de sorte. Sam olhou de Darlene para Bucky uma série de vezes antes de deixar Jody o puxar para o enorme campo de árvores de Natal.
"Você já esteve em um desses?" Darlene o perguntou, indicando um campo com um breve gesto de suas mãos.
"Não que eu me lembre" ele sorriu para ela ao responder "podemos ir?"
"Sim, sim. Vamos." contudo, primeiro ela enroscou seu braço no dele para que andassem de braços dados, como se fosse nada.
Bucky não estava acostumado, era isso. A pessoa mais próxima dele era Sam e eles não se tocavam tanto assim, pelo menos não fora das lutas. Ele não estava acostumado com a suavidade, com o cuidado, com o simples, e ele duvidava que merecia. Ele gostava de Darlene, desde a primeira vez que a viu, ela tinha o superpoder de desfazer nós invisíveis que as pessoas criavam. Ela encarava as situações de uma perspectiva que poucos tinham acesso e isso era mais que admirável. Mas ele não conseguia a entender, talvez porque ele nunca fosse estar nessa mesma posição. Porque ele estava longe de ser bom como ela era.