Em Westeros parecia que a paz finalmente havia se estabelecido, não houve mais nenhum pretendente ao trono depois da morte de Daenerys Targaryen. No entanto do outro lado do mar estreito, mais precisamente em Asshai, vivia Lysanne descendente de Dae...
Os guardas que a conheciam abriram assim que a reconheceram no corcel negro. A cidade estava movimentada naquela hora do dia, de modo que todos viram o estado de Lysanne. Nunca havia passado mais de duas semanas fora da cidade, e dessa vez passara mais de um mês. Magra, com os cabelos desgrenhados, e a bolsa vazia. Os moradores sussurravam sem nenhuma descrição enquanto Lysanne caminha pela rua da cidade montada em seu cavalo.
Em seu castelo, quando chegou, estava Rhaella. Com a cara batida, que se iluminou ao ver Lysanne.
- Pensei que estivesse morta. - Disse em meio ao choro.
- Por um momento eu também pensei Rhaella... Tenho tantas coisas para te contar, e contar para Alys. Ela ainda está no porto? - Dizia enquanto tirava a sela de seu cavalo. - Não importa, logo a notícia da minha volta chegará ao porto e ela voltará. Preciso comer, estou morta de fome. E de um banho, por R'hllor realmente preciso de um banho. Entraram na cozinha. Alys a seguia por todo lugar, e Lysanne fazia questão de rondar toda a cozinha.
- E se acalmar. Acabou de chegar de uma viagem de um mês com mantimentos para duas semanas. Me impressiona não ter morrido.
- Eu estou bem.
- Não acredito em você. - Alys pegou uma torta pela metade e entregou a Lysanne. - Coma. Fiz agora a pouco. Vou esquentar a água para seu banho. Quero que me conte o que aconteceu.
E saiu da cozinha rapidamente deixando Lys sem a oportunidade de responder. Estava devorando a torta quando os portões do castelo foram abertos. Da cozinha não pode ver o que estava acontecendo, então se levantou e foi até a porta. No pátio estava Alys, que assim que viu Lysanne veio correndo em sua direção. As duas se abraçaram por um bom tempo.
- Graças a R'hllor está viva. - Disse Alys, e a abraçou de novo.
Alys trouxera Ralf e seus irmãos com ela. Thorun foi o primeiro a se dirigir.
- Thorun! - Os dois também se abraçaram. - Quanto tempo... Você cresceu tanto.
- Fala como se fosse mais velha.
- Eu sou mais velha. - Sorriram um para o outro.
Alys guiou Thorun e Arthur -que antes também cumprimentou Lysanne, para cozinha- deixando apenas Ralf e Lys.
- Fiquei preocupado.
- Eu te avisei que precisava de muito mais para me derrubar. - Tentou sorrir, para suavizar a situação.
- Quantas vezes você vai testar seu limite, Lysanne? - Seu tom era sério, aparentemente o sorriso não adiantara muita coisa.
- Quantas forem preciso.
Ralf ergueu sua mão até a altura do rosto de Lysanne, acariciando o mesmo.
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- Me pergunto quando você começará a dar valor a sua vida.
E entrou na cozinha, sem esperar Lysanne responder.
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No jantar todos os seis se reuniram na mesa. Com direito a pães doces, um javali e frutas secas, e muita cerveja. Rhaella e Alys decidiram que era um dia de comemoração e não mediram esforços para realmente comemorarem. Todos ali foram criados juntos, correndo e brincando na margem do rio. Rezando e praticando ritos para o Deus Vermelho. Em batalhas mesmo. Eram todos uma família.
Arthur, foi quem perguntou.
- Lysanne, você ainda não nos contou como foi sua viagem.
Todos presente concordaram com Arthur, pedindo para que Lys contasse o que acontecera. A mesma teve que tomar fôlego para contar. Nem ela havia se dado conta da aventura.
- Bom... para resumir, eu não pretendia caçar, no terceiro dia estava para tomar o caminho da volta quando avistei algo estranho no céu a norte de Asshai. Também ouvi um barulho estranho e eu pensei se tratar de um dragão. - Houve lamentações da parte de Rhaella. Ralf soltou um palavrão e os demais permaneceram concentrados. - Eu deveria ter voltado imediatamente para Asshai, eu sei. Mas segui essa criatura e realmente se tratava de um dragão. Perdi a noção dos dias de tão maravilhada... Quando percebi estava nos portões de Stygai.
- Stygai? - Alys a interrompeu. - Por R'hllor Lysanne o que estava pensando?
- Eu...
- Poderia ter morrido. - Disse Ralf.
- Mas não morri.
- Lys... - Arthur começou. - Você se arriscou demais. Primeiro um dragão e depois Stygai? Sinceramente não sei se quero ouvir o resto dessa história.
- É um milagre estar viva. - Comentou Rhaella.
- Escutem, eu sei que me arrisquei, no entanto não me arrependo. Eu estava nos portões de Stygai, e o dragão se acomodou em uma caverna, eu fiquei uns cinco dias acampada em um colina que dava visão a cidade e a montanha com a caverna. Nada aconteceu... Bom isso até...
Quanto mais contava, mais irritados e preocupados todos ali pareciam ficar.
- Um dragão, bem menor que o que eu estava seguindo, apareceu. Ele ia atacar com suas chamas. Era branco e magro parecia um fantasma. E então esse dragão que eu segui apareceu, eles lutaram entre si e eu aproveitei essa chance para fugir. Antes de chegar a Asshai percebi que agora quem me seguia era o dragão negro... Não era qualquer dragão, era Drogon.
- O dragão de Daenerys? Duvido muito Lysanne. Um dragão como ele nunca sairia de Essos ou Westeros. Asshai é muito...
- Mágico? Maligno? Olha Thorun, os boatos de que há dragões em Stygai são verdadeiros, e ele esteve lá logo após a morte de Daenerys.
- Mesmo que fosse... O que tem a ver?
Lysanne não disse nada, mas seu silêncio foi o bastante para Ralf que a conhecia como ninguém.
- Ela pretende montá-lo. - Disse ele, dando um longo gole de sua cerveja na tentativa de esquecer as pretensões malucas de Lysanne
- Ficou louca?
- Não Rhaella... Escute, eu sou do sangue do dragão. A última. Eu posso montá-lo.
- E fazer o que? - Disse Arthur.
- Viajar o mundo talvez. Ou ficar aqui. Não importa. Quem sabe voar até Westeros e conquistar os sete reinos?
- Fala de guerra Lysanne. Está louca? Chega desse assunto. Deixe esse dragão para lá. Vamos focar em nossa vida aqui em Asshai.
O assunto do dragão foi deixado de lado. Ninguém ali queria saber de pretensões ao trono ou dragões como animais de estimação. Mas a ideia ja havia sido plantada em Lysanne e não demoraria muito para que o dragão adormecido acordasse.