Por Lucy-3°Capítulo

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-Lucy?Lucy?Está tudo bem!Você está me ouvindo?

Ouço um som perdido ao longe de alguém falando comigo.Tento abrir meus olhos mas...eu...não sei...nenhuma conclusão me vem a mente.Apenas água.Muita água.Meus braços estão cansados e a minha cabeça muito pesada e latejante.

-Lucy!Está tudo bem!Eu estou aqui!

A voz agora se firma em minha cabeça.

Sinto braços fortes me envolverem em um abraço apertado.Abro meus olhos,agora com um pouco mais de sucesso.Grandes esferas verde-água me olham temerosas.O que está acontecendo?

-Foi só um pesadelo ok?Já passou!

Ele sorri para mim nervosamente.

Meus batimentos a pouco acelerados agora tomam um ritmo compassado e calmo.O cheiro dele é delicioso.Tem cheiro de...de...é refrescante;marcante.Não sei ao que comparar.

  -Podemos conversar um pouco?

Ele diz se afastando de mim.

-Sim,podemos!

Dou um sorriso falido.

-Eu preciso saber sobre você Lucy? Porque estava na praia naquela chuva?Onde estão seus pais?Porque você não tem um lugar onde ficar?Eu nem sei a sua idade!

Ele estava visivelmente nervoso.Mas claro.Ele estava com uma estranha em sua casa sem saber nada dela.Não êxito em falar e começo a responder calmamente suas perguntas.Por algum motivo estranho eu me sinto confortável em sua presença.

-Eu tenho 16 anos!

Ele não demonstrou reação.

-É, uma idade que eu já esperava.Sua mãe deve estar preocupada!

Ele disse.

Sorriu.

-Eu acho que não,ela vivia me dizendo que eu fui um erro.Que ela deveria ter me abortado enquanto era tempo ao invés de me deixar nascer.Então,não imagino que ela se importe com o fato de não saber onde estou.Deve estar aliviada.

-Nossa!Porque?Porque ela faria isso?

-An,minha mãe é..._como posso dizer isso de uma forma menos vergonhosa...bom...acho que não existe_minha mãe é uma prostituta!

Ele escancarou a boca e seus olhos saltaram para fora.Não disse nada.

-Eu estava cansada da vida que levava junto com ela,de ela querer me fazer entrar no mesmo caminho nojento que o dela,então,ontem eu fugi.

-E seu pai?

Ele perguntou curioso.

-Eu nunca conheci o meu pai.Nem ao menos sei o nome dele!

Ele me olhou sem graça.

-Eu sinto muito.

-Ohn não,não sinta.estou bem.E,obrigada por me salvar....como é mesmo seu nome?

Sorri desajeitada pela falta de informação.

-Noah Ravier.Prazer linda Lucy.

Sorriu para mim alegremente.Sorri de volta.

-Muito obrigada Noah.Não sei o que eu estava pensando.Só queria ausentar a dor que estava sentindo.não queria me afogar.

Ele me abraçou novamente,não disse nada.

  -Você pode ficar aqui!

-Não,não.Eu não quero incomodar Noah.Você já fez muito por mim.

-Eu insisto.Bom,tem esse quarto aqui vazio.Tenho me sentido sozinho desde que Emile partira.Será um prazer te-lá aqui!

Eu sorri.Como recusar?Eu precisava de um lugar pra ficar.Nem dinheiro eu tinha,ele estava sendo gentil.Seria burrice de minha parte não aceitar.

-Ok.Muito obrigado por isso também.É só até eu achar um emprego...e..e alugar algum lugar para mim...Muito obrigada Noah.

Agora fui eu quem o abraçou forte.

-Que horas são?

Perguntei um pouco perdida no tempo.

-Umas três da manhã mais o menos.

-Acabei com seu sono não foi?

Sorri timidamente.

Ele gargalhou.

-Com os gritos que estava dando deve ter acabado com o sono de todos os vizinhos.

Meu rosto ficou vermelho.Eu estava gritando?

-Me desculpe.

-Tudo bem Lucy!É normal.Seu pesadelo parecia bem ruim.Que tal um chocolate quente?

-Adoraria.

Sorri e saímos para a cozinha.

[***]

Os dias tem passado tranquilamente.Ainda não consegui um emprego,então tenho contribuído com as atividades de casa.Noah é uma ótima companhia.É bem divertido também.Incrível como em apenas uma semana nós tenhamos tomado demasiado carinho e afeto um pelo outro.Nunca imaginei ter na vida uma amizade como a nossa.Ele faz faculdade de medicina e como está no último ano tem trabalhado cumprindo as horas de estágio.A casa não é muito grande.Mas de um tamanho ótimo para nós dois.Dois quartos.A sala onde tem um sofá,uma poltrona,uma grande estante cheia de livros e ao lado um tapete de pelo rosa com almofadas lilases e rochas.Ele me disse que ali era o cantinho da Emile,ela amava ler!Tenho tomado algum tempo para bisbilhotar alguns livros dela e tenho me apaixonado por um que comecei a ler do Nicholas Sparks.A cozinha é pequena.Apenas o fogão,uma mesa de 4 cadeiras,geladeira e o armário.Não tem uma parede,apenas um balcão tipo americano divide a sala da cozinha.No fundo tem um quintal bem espaçoso.E é nele que me encontro agora.Estendendo as roupas que acabei de lavar.

Assim que acabo entro para dentro.Reviro a estante de livros de Emile e acho um caderninho velho com a capa personalizada escrito " Perdi-me em palavras para poder me encontrar".
  Deleitei-me por sobre o tapete junto às almofadas com o caderninho na mão.O que será que Emile me traz aqui?

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Então? O que estão achando? Hehe,gnt não custa nada pegar alguns segundinhos pra comentar deixando a opinião: (
Proximo Cap quarta-feira 19/11.

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