Por Lucy-17° capítulo

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    -PAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIII.

   Grito do quarto enquanto tento sentar na cama.

   Minha barriga está tão enorme que desconfio que tenha dois bebês aqui dentro.

   -O que ?O que foi ?Tá nascendo.

   Diz Peter entrando no quarto com uma mão no coração e uma respiração pesada.

   -Não.É que me deu vontade de comer manga verde com leite condensado.Você pode arrumar pra mim?

   -Meu Deus garota.Você vai acabar me matando do coração antes dessa criança nascer.

   -Desculpa.

   Disse sem graça.

  -Tenho mesmo que ir no supermercado.Não demoro.

    Disse e saiu do quarto.

   Minha gestação ocorreu da melhor forma.

   Além dos nove ou dez momentos "aí,tá nascendo " em que eu quase matei meu pai e esses desejos absurdos que me atacaram nos últimos meses,tudo está as mil maravilhas.

    Eu e Peter tentamos ao máximo decorar o quarto do bebê de uma forma neutra e compramos tudo que foi possível.

    Ainda sinto falta de Noah,mas o vazio que eu sentia foi preenchido com o tempo.

    Tenho andado tão ocupada me preparando para ser uma boa mãe que mal tenho tempo de lembrar que ele existe.

   Tentei várias vezes nos últimos meses arrumar encontros para Peter,mas ele sempre dava um jeito de por desfeitos nas mulheres que eu arranjavá e não saia com nenhuma delas.Teve uma que ele não conseguiu por defeito,e aí usou a desculpa de que ela era perfeita demais e mulheres perfeitas não existem.

Marcela não voltou a aparecer e dou graças a Deus por isso.

   Sinto uma dor se instalar e me mexo na na cama,com um grande incômodo.

   Sinto minhas coxas e o lençol úmidos.Será que fiz xixi sem....droga.Tá nascendo.

  

    Pego meu celular e disco o número de Peter.

  Um segundo depois ouço o toque do celular dele vindo da sala.

  -Ótimo momento pars se esquecer o celular em casa!

   Tento com um grande esforço me levantar e trocar de roupa.

   Escrevo um bilhete e prendo na porta do quarto.

   Pego a bolsa do bebê que já está arrumada a longa data e saio para poder chamar um táxi.

    Digo o endereço do hospital pro motorista e me preocupo em controlar minha respiração e o coração que está quase saindo pela boca.

  

   Assim que chegamos o taxista me ajuda a caminhar até dentro do hospital e logo uma enfermeira vem até mim com uma cadeira de rodas.

    Ainda bem que é hospital particular...Vai esperar isso de um público pra ver!

    Ela me ajuda a deitar na cama da sala de parto e minutos depois dois olhos que conheço muito bem se encontram com os meus.Ele olha para minha barriga com expressão de incredulidade e volta a me encarar.Sinto uma dor horrível e um gemido escapa, olho pra ele em súplica para que faça isso parar,mas sei que meu olhar denunciou muito mais porque seus olhos se encheram de lágrimas assim como os meus.

   Uma outra médica entrou na sala avisando que seria ela a fazer o meu parto.

Mas logo Noah se prontificou dizendo que ele faria o meu parto e ninguém mais tocaria em mim.

   Mas sua bravura não durou muito porque ele estava muito nervoso e a médica convenceu ele de que isso poderia trazer algum risco pro parto.

   Ele pegou minha mão e segurou com força,não soltando por nenhum momento,o que fez que tudo fosse menos pior do que realmente era.Juro que nunca mais quero parir na minha vida!Essa dor é de outro mundo.

     Minutos depois ouço o barulho mais lindo desse mundo.O choro do meu bebê é algo encantador.

    -É uma linda menina!

   Disse a médica entregando meu bebê para uma enfermeira logo após.

   -Já escolheu o nome ?

Ela perguntou.

    -Emile.

   Disse olhando para Noah.

   Ele fez silêncio.Chorou,chorou,chorou.E depois saiu da sala me deixando sozinha.

   Senti um vazio se instalar em meu peito,queria que ele tivesse ficado.Queria que tivesse falado que sentiu minha falta.

  Mas é claro que ele não sentiu minha falta.Ele estava com outra!

    Uma lágrima escorreu de meu rosto.Vi Peter entrar na sala feito um louco e com os olhos marejados.

    -É menino ?

   Sorri.

-Não pai.É menina.

     Ele riu então as lágrimas escaparam de seus olhos.

  -Olha que surpresa.Ganhei mais uma princesa.

   Veio até mim e depositou um beijo em minha testa.

    Alguém limpou a garganta atrás de nos e quando olhei,Noah segurava nossa menina em uma manta incrivelmente branca.

  Ela estava vestida com uma das roupinhas que eu trouxe.

Branca com  detalhes vermelhos.

Ele sorriu.Ia entregar ela para mim,mas Peter se meteu na frente e pegou ela antes .

   Noah olhou confuso,mas não disse nada.

   -É uma linda menina não é?

   Disse Peter para ele.

   -É sim.Linda, assim como a mãe.

   Sorriu.

  -E como o pai.

   Disse encarando seus belos olhos,depois olhei para Peter.

   -Pai,esse é o Noah.

 

    

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