05

41 4 31
                                    

Abriu os olhos, sentindo de primeira uma imensa dor de cabeça por conta da iluminação no lugar; não fazia ideia do que tinha acontecido no dia anterior, mas após alguns segundos tomou coragem para enfim ver onde estava. Estava em um aperto de um corpo menor que o seu e tomou um susto ao ver uma policial agarrada em si.

"Excuse me? O que aconteceu aqui a ponto de uma policial vir parar do meu lado?", Pensou, na tentativa de ler o crachá na blusa da oficial. Lá estava escrito que se chamava "Raíssa". Mas que droga, fora parar logo colado a uma policial?

Sequer conseguiu pensar muito pois Miguel olhara ao redor e se deparada com uma das coisas mais estranhas que deve ter visto no mundo. Tentou recapitular tudo o que tinha feito ontem desde que chegou de supetão na casa/mansão de Izabelly, porém não conseguiu. Enquanto tentava fazer isso e se soltar da policial dorminhoca, no mesmo cômodo Brenda acorda sentindo algo em cima de si, e uma dor imensa no corpo pois dormira no chão com alguém em cima de seu corpo.

— Que isso? — tentou falar, mas sua voz saía tão rouca que nem a própria ouvia. — Que dor da desgraça.

Não se importou com a pessoa ou objeto que ousava estar pressionando seu corpo ao chão e ergueu-se, bocejando de imediato. Ouviu o barulho de baque e rapidamente olhou para trás: Micael estava acordado porém perdido, pois apenas tinha acordado porque sentiu dor ao ter contato com o chão.

"Então era ele que estava em cima de mim", pensou.

— Ai, me desculpa! — a voz falhada da garota se faz presente, chamando atenção do recém acordado.

— O que aconteceu aqui?

— Não faço ideia, acho que bebi demais.

Quando olhou ao seu redor, Brenda viu um montinho com três pessoas: Sthefany, Ana e Elisa, todas empilhadas desajeitadamente uma em cima da outra. Ao lado delas tinham quatro garrafas de vinho.

Não queria nem imaginar o quanto bebera na noite anterior.

Em seguida ao mover sua atenção para outro lugar, viu Izabelly deitada torta ao lado de um Adwalter abraçado em uma garrafa de cachaça. Se obrigou a segurar o riso quando olhou para Miguel e viu uma rola desenhada em sua bochecha. Ele parecia tentar tirar aquilo com o dedo olhando em um espelho pequeno, mas não saía.

Espera, aquela não era a cor de seu esmalte? Brenda olhou para suas unhas e rapidamente as escondeu, percebendo que talvez possa ter sido ela a desenhar aquilo no rosto de um dos gêmeos.

"Nada que uma acetona não resolva"

— Alguém me ajuda. — os que estavam acordados puderam ouvir súplicas baixinhas vindas do monte de garotas, era Ana Lúcia a ser esmagada pelo peso de Sthefany em cima de si. Em cima de Sthefany estava Elisa, que tentava se levantar sem acordar a outra.

Micael (embora nem saber o que de fato estava acontecendo) e Brenda se levantaram e ajudaram a Elisa sonolenta a erguer-se, e em seguida Brenda balançou Sthefany para que ela acordasse.

— Sthe, Sthe... Acorda! — tentavam os três. Aos poucos a garota abria os olhos e os esfregava tentando ter algum raciocínio lógico. — Sthe, você tá esmagando a Ana!

Rapidamente Sthefany se levantou e arregalou os olhos, tentando ajudar sua amiga a se recompor.

— Olha o que fizeram na minha cara! — Miguel se aproximava apontando para seu rosto. Imediatamente Micael, Brenda, Elisa e Ana começaram a rir, enquanto Sthefany tentava analisar o que era aquilo.

— Lisa, que horas são? Meu celular descarregou. Nossa que dor de cabeça, tem um remédio aí?

— Já são 10:00. — Lisa encarava seu relógio de pulso calmamente, enquanto Ana Lúcia e Sthefany se desesperavam.

— Ana, vamos correr para o trabalho! Vamos nos atrasar! — Rapidamente as duas mandaram beijos no ar para todos que estavam ali acordados e Sthefany puxou Ana pelo pulso que, mesmo mancando por ter acabado de experimentar um peso exagerado em cima de si, prezava pelo seu emprego.

— Que figura.

O som da porta batendo despertou Adwalter, que rapidamente levantou-se num susto, fazendo com que Izabelly acordasse junto. Certo, estavam quase todos acordados, só faltava a policial.

— O que aconteceu aqui?

— Acho que uma festa? Olha, meu celular tá do meu lado. — Micael puxou o aparelho, arregalando os olhos quando abriu sua galeria cheia de vídeos e fotos. — Será que fizemos alguma coisa indevida ontem?

Um montinho de pessoas se juntou atrás do garoto, que deu play no vídeo rapidamente em busca de explicações para suas dúvidas. No primeiro vídeo ele dizia algo sem nexo, a câmera tremia, então Micael resolveu pular para o próximo.

— Oiiiiii moço veem sempriiiii aquiii? — Micael perguntava no vídeo, com a câmera apontada para para Brenda. Todos começaram a rir dele de imediato, o que levou-o a fechar o vídeo rapidamente.

— Vergonha alheia.

— Que micão. Chamando a Brenda de moço.

— Olha aqui...

— ESPERA, ADWALTER, LUIZ E MANUH SE BEIJARAM! — Izabelly grita, acordando a policial Raíssa. — ADWALTER NÓS SOMOS DEMAIS OLHA ISSO.

Adwalter, mesmo que ainda sonolento como quase todos ali, arregalou os olhos e olhou atentamente para o celular estendido por Izabelly. E, que beijo, amigos. Uma cena que roubou o momento fora a queda de Brenda e Micael em busca de celulares, mas logo a pessoa que gravara o tal vídeo voltou a gravar o beijo do casal em destaque ali.

— Eu sou um bom cupido.

— Você para porque fui eu quem olhou para você para dar a ideia.

— Alguém tem acetona aí? — Miguel pergunta com um algodão na mão. — Fizeram essa pouca vergonha comigo.

— Acho que tem ali na minha bolsa, deixa eu pegar pra você. — Brenda caminha aos tropeços até sua bolsa e de lá tira uma acetona, fazendo questão de esconder suas unhas ao máximo para que Miguel não visse. — Deixa que eu passo.

Arrancou o algodão da mão dele e pôs acetona no utensílio, passando delicadamente no rosto dele. Estava vendo que ia ficar vermelho o lugar.

— Acho que vai ficar vermelho até amanhã. Passa uma pomada.

— MIGUEL VOCÊ TEM UMA ROLA VERMELHA NA CARA!

— Não precisa dizer para o mundo todo!

Mas, apesar de quase todos estarem bem não se lembrando do que acontecera noite anterior, Emanuelly não estava bem em sua casa. Primeiro, porque acordou com uma dor imensa de cabeça, parecia que ia explodir e, segundo, porque quando olhou para o lado, não sabia dizer ser sonho ou não o fato de seu amado estar bem ali do seu lado.

— MEU CRUSH TÁ NA MESMA CAMA QUE EU?!

MaLu - CrackFicOnde histórias criam vida. Descubra agora