01 | Prólogo

2.8K 265 176
                                    

Olá! Essa short-fic é inspirada em SaiDa no MV de ''Feel Special''. Por favor, comente e vote caso gostar, isso me mantém motivada e ajuda a história a alcançar mais leitores. Obrigada, tenha uma boa leitura e, caso deseje uma imersão maior, a playlist da história está na bio do meu perfil ou você pode procurar pelo meu user (fleursjeong) no Spotify.

PS: A história foi reescrita após dois anos para que eu consertasse possíveis furos de roteiro e para melhorar a escrita. Os comentários foram apagados devido a isso.

↬☀↫

Os dedos pálidos puxaram lentamente o cigarro dos lábios entreabertos e em seguida toda a fumaça foi expelida da boca de Minatozaki Sana. O terceiro que fumava em menos de duras horas explicitava tamanha ansiedade que sentia naquela noite, mas se não ele e a companhia da nicotina e das sensações que acalmavam seu corpo, mais nada valeria a pena.

Sentada na escada de uma danceteria de Jazz para a terceira idade, de jaqueta de couro preta, saia xadrez e botas de cano alto vermelhas, com o cigarro entre os dedos Sana observava os faróis acessos do carro ao seu lado e as centenas de pessoas transitando nas calçadas. Algumas com guarda-chuvas e outras desesperadas pois não queriam chegar a qualquer lugar que fossem encharcadas pela chuva, algo que não fazia sentido para a japonesa, que adorava o aroma e a sensação boa que a chuva lhe proporcionava. Não estava preocupada se a água molhava suas roupas e seus cabelos. No fundo, refletia sobre a sociedade precisar aproveitar os dias de chuva tanto quanto aproveitava os dias de sol, não existia sensação mais libertadora do que os tantos pingos sobre a pele desnuda.

Os lábios ressecados de Sana se curvaram em um sorriso ladino devido aos devaneios e seu dedo indicador bateu em cima do cigarro, fazendo as cinzas se desprenderem do filtro e atingirem o chão. Seus olhos intensos fitaram novamente as luzes do carro a direita, deixando com que algo além invadisse sua mente: não era proprietária daquela lata velha e aquilo só mostrava o quão fracassada havia se tornado com o passar dos anos após a morte de seus pais. O papo furado sobre o tempo curar não era verdadeiro em nenhuma ocasião, ela não entendia porque as pessoas ainda não tinham parado de perpassar tanta besteira.

Há algumas horas, quando pisou pela primeira vez nas terras coreanas sem nenhum destino, Sana avistara um carro destrancado no estacionamento do aeroporto e não pensou duas vezes antes de checar se era vista por câmeras ou por alguém. A ideia sobre países orientais serem seguros era um equívoco quando Sana estava por perto, sempre fora assim, desde o ensino médio. O que precisou fazer foi colocar sua única mala pequena no banco do passageiro, entrar e virar a chave, partindo para qualquer lugar longe dali e tranquilamente fingindo que o automóvel era seu.

Após alguns minutos dirigindo pelo acaso e cantarolando as músicas de Indie Rock do rádio, a garota decidiu virar para qualquer rua e encontrou o centro de Busan que, por ser feriado, estava lotado. Aquela danceteria aparentemente estava a par das diversões da cidade com uma grande placa escrita ''Fechado'', portanto, estacionou em cima da calçada e se sentou nas escadas. Às vezes, alguns homens – a maioria bêbados perdidos – diziam frases nojentas sobre seu corpo ou ela precisava escutar comentários desnecessários sobre ser jovem e estar fumando sozinha tão tarde da noite, mas não se importava, tinha um spray de pimenta no bolso de dentro de sua jaqueta e usaria sem hesitar.

Sana fitou o chão e expirou forte ao jogar o resto do cigarro perto de seus pés. Mesmo sem nenhum dinheiro e hotel para ficar pelos cinco dias que passaria naquele país, ainda assim não desejou sair das escadas daquela danceteria, o universo era certo demais para não a surpreender com algo bom aquela noite.

[...]

Em contrapartida, do outro lado da cidade estava Dahyun, em pé no centro de uma das salas de sua casa e discutindo arduamente com seus pais. Suas mãos fechadas em punho, sua testa franzida e o andar inquieto dos outros dois pelo ambiente mostrava o quão estressante era o momento.

Sana is Broken | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora