Finalmente o dia de voltar para casa chegou, estava contando os dias desde que o mês de dezembro começou. Moro em Seul desde que saí de Daegu, minha cidade natal, a cinco anos atrás para estudar administração. Minha família possui uma fazenda lá, cuja especialidade é o cultivo de morangos silvestres. Os morangos da família Song são muito famosos por lá, somos os maiores fornecedores da cidade e vendemos para o todo o país, é dessa forma que meus pais tiram o seu sustento. A fazenda seria meu futuro se eu tivesse ficado em Daegu, meu pai queria que eu a herdasse já que minha irmã mais velha não quis.
Haneul era dona de seu próprio negócio, confeiteira de mão cheia, havia aberto sua própria loja de doces em Daegu, que sempre ficava lotada especialmente no natal, quando vendia seus famosos biscoitos natalinos e casas de pão de gengibre. Eu era bem o contrário dela, nunca tive talento para fazer doces, eu gostava mesmo era de mexer com terra, ajudar meu pai na plantação de morangos, outro motivo para que ele quisesse que eu ficasse com a fazenda. O problema era que eu nunca gostei que me dissessem o que fazer, por isso quando meus pais sugeriram que eu ficasse em Daegu cuidando da fazenda eu resolvi ir embora para Seul.
Agora trabalho em uma grande empresa e tenho uma vida confortável, que hoje está dando uma festa de fim de ano. Pois é, mais uma festa chata, com um bando de gente metida que não se importa com outra coisa a não ser o próprio umbigo, esse era o único defeito da empresa, as pessoas que trabalham nela. A única pessoa que posso contar nesse lugar é minha amiga, Kim So Hye, que a essa hora provavelmente está se agarrando com algum colega de trabalho pelos corredores. É sempre assim, ela acha alguém e me abandona, já me acostumei.
- Amiga, até que enfim! – a loira exclamou ao meu lado, me dando um susto. Não derrubei meu champagne no vestido por pouco. Lançei um olhar mortal em sua direção.
- Sabe o que ia acontecer com você se o meu vestido manchasse?! - bufei, colocando a mão no peito numa tentativa de acalmar meu coração acelerado pelo susto. – Achei que estava com o...como é o nome dele mesmo?
- Não sei, não perguntei. Só sei que ele beija bem. - So Hye respondeu, sorrindo maliciosa,ganhando um revirar de olhos como resposta.- Mas enfim, não foi disso que eu vim falar. – puxa uma cadeira se sentando perto de mim.
- O que aconteceu agora? – deposito a taça de champagne na mesa ao meu lado. So Hye parecia preocupada, sabia só pelo seu olhar quando tinha algo a incomodando.
- Então...é... – começou, torcendo os dedos das mãos. Logo percebi o que ela queria, ela sempre agia assim quando queria pedir alguma coisa.
- Ai senhor, fala logo, o que você quer que eu faça por você dessa vez? – sua expressão de atingida me fez rir.
- Aigoo, porque você sempre acha que eu quero alguma coisa de você? – se faz de ofendida.
- Porque você sempre age assim quando quer alguma coisa. – ela me encara chocada. – Vai, desembucha.
- Yah, Yah, ta bom. – bufa, seu cabelo vem pra frente do ombro com o movimento, a fazendo joga-lo novamente pra trás. – Eu ia pedir pra ficar com o apartamento hoje, queria levar o carinha que eu to ficando pra lá. – faz uma carinha maliciosa.
So Hye e eu dividíamos apartamento desde a faculdade, ela assim como eu também cursou administração e acabamos indo trabalhar na mesma empresa, uma produtora de cosméticos super conhecida em Seul. Mas enquanto eu cuidava da parte financeira, já que sempre me dei bem com números, So Hye administrava os negócios e toda a parte de acordos e parcerias que a nossa empresa fazia.
Dividir o apartamento com minha amiga nunca foi problema, o problema é que ela sempre leva os namorados, ficantes, ou seja lá o que são dela pra dormir lá( e com "dormir" eu quero dizer tudo menos dormir,se é que me entendem) e quem acaba se ferrando com isso normalmente sou eu porque nesses dias eu não posso dormir em casa(até porque eu não conseguiria nem quisesse), então quando acontece eu costumo dormir num hotel que tem perto de casa. Já fui pra lá tantas vezes que o pessoal já me conhece e até faz piada sobre. Depois de cinco anos morando juntas acabei me acostumando.
- Aish So Hye, porque você não pode ficar num motel? – antes que ela começasse a protestar, logo emendei – Mas tá, usa. Mesmo porque daqui eu vou pra casa lembra? Meus pais precisam de mim em Daegu.
- Omo, é mesmo. As costas do seu appa ainda não melhoraram? – a expressão irritada em seu rosto deu lugar a uma preocupada novamente.
Meu appa vem sofrendo de dores crônicas nas costas já tem um tempo, mas ultimamente elas tem piorado a ponto de impedir que ele conseguisse cuidar da fazenda como de costume. Tanto é, que sei que ele estava pensando em contratar alguém pra ajudar, omma me disse a ultima vez que nos falamos por telefone. Falei que ia voltar pra casa antes do Natal pra ajudar, mas não sei se ele chamou alguém mesmo assim, além disso eu percebi que ele estava preocupado com alguma coisa pelo seu tom de voz mas parecia estar com medo de me dizer. Alguma coisa me diz que tem a ver com a fazenda, só espero que não seja o que eu to pensando.
- Aniyo ele continua com dores, por isso vou pra lá mais cedo pra ajudar, temos uma plantação de morangos inteira pra cuidar. – entrego as chaves do apartamento em sua mão. – Aqui, já fica com as chaves. Minhas malas já estão no carro, só vou precisar pegar um táxi até a estação de trem.
- Gomawo unnie. – me abraça. – Não quer que eu te leve até a estação?
- Não precisa, fica aqui. Aproveita o resto da festa. – sorrio, me levantando. – Pra mim tá chato mas você está se divertindo, não seria justo te tirar daqui.
- E você vai pegar o trem com esse vestido? – ela pergunta em choque, apontando o queixo em minha direção.
- Claro que não sua boba, vou trocar de roupa no banheiro da estação. – rio. – Ainda bem que eu vou ficar sozinha na cabine, alguma vantagem tinha que ter pelo preço que eu paguei né? - ela ri concordando. – Bom, vou pegar minhas malas no carro e depois venho te trazer as chaves.
- Não senhora, eu vou com você. – ri, enlaçando nossos braços. – Vamos lá.
Depois de me despedir do nosso chefe, andamos rindo e nos empurrando até o estacionamento onde acho meu carro e o destravo, tirando de lá uma mala de rodinhas rosa média e uma mochila também rosa com uma almofada de pescoço de unicórnio. Eu gosto de unicórnios, qual o problema?
- Bom, você volta pro ano novo ou só te vejo ano que vem? – So Hye sorri enquanto me acompanha até a entrada do prédio pra esperar o táxi.
- Não sei ainda, depende de como ficarem as coisas por lá. – encolho os ombros. – Mas eu te aviso tá? – a abraço assim que o mesmo chega.
- Tudo bem. Boa viagem tá? – me abraça de volta. – Manda um beijo pros seus pais e me atualiza das coisas por lá.
- Pode deixar. – entrego minhas malas ao taxista que as coloca no bagageiro e aceno, entrando no banco de trás.
Oioi, então gente, conhecemos a personagem principal e um pouco sobre a vida dela. O Tae vai aparecer em breve, tenham paciência hahaha
Espero que gostem dessa fic com tema de Natal meio atrasado e me digam nos comentários o que acharam.
É isso, nos vemos semana que vem no próximo capítulo, beijinhos!

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Natal em Daegu - Shortfic Kim Taehyung
RomanceSong Ji Yu saiu de Daegu, sua cidade natal, para estudar administração em Seul. Porém, um problema na plantação de morangos da fazenda de seus pais a faz voltar pra casa alguns dias antes do Natal para ajudar. Foi assim que ela conheceu Kim Taehyung...