7:00
moon
A aula estava chata, certamente. Apesar de ser uma aluna de prestígio, exemplar e obviamente invejada Yaoyorozu ficava entediada também, ela era humana. As suas amigas também pareciam nada felizes no momento, os meninos e as meninas estavam de um certa forma "brigados" pelo último acontecimento, mas não deixavam de se falar. Na roda de amigos as meninas soltavam algumas indiretas para os garotos, principalmente Kyoka e Ashido, eram coisas como:
"Uraraka você vai no banheiro? Cuidado, um dos garotos podem te seguir!"
ou
"Agora sempre que eu ver um buraco, eu vou sempre verificar se tem alguém me espionando!"
Uraraka não se metia nessas indiretas, Midorya já havia a pedido desculpas, mas Ochaco não deixou de pensar que ação dos colegas era um incrível desatino, já Yaoyorozu não comentou nada sobre o assunto com os garotos, foi engraçado até, mas de jeito nenhum queria repetir a dose.
As meninas que se irritaram com seus sorrisos malignos, menos Hagakure que não se dava para ver, pensavam em chantagear os garotos ameaçando contar ao professor ou qualquer responsável que elas vissem.
18:00
Momo já estava pronta, com seu material na bolsa, ela se encaminhava a clínica médica, para pessoas "instáveis" ou "problemáticas". O almoço com seus pais foi cancelado por "um certa falta de tempo" ou "um compromisso", que para a garota já era normal.
Ela chegou no local, sentiu o frio da noite a arrepiar sua pele, a rua estava vazia. Era um bairro nobre, a garota então não se deixou a assustar. A placa estava ligada com a sua típica luz branca.
Entrando no local viu pessoas com caras nada boas, de tédio obviamente. A recepcionista estava com uma expressão de "não quero estar aqui", o segurança estava com uma de "devia ter aceitado trabalhar na farmácia". Aquilo era triste, se os trabalhadores eram assim, com certeza os internados deviam ser piores. A morena se encaminhou até recepção sentido o frio do ar-condicionado encontrar sua pele, a garota deu um leve abraço em si mesma por causa do frio.
--- Boa noite, sou Yaoyorozu Momo, a voluntária. --- Momo se apresentou para recepcionista que a olhava com tédio e com um chiclete sendo mascado. A moça a olhou de cima a abaixo.
--- Preencha a ficha, por favor. --- Disse a recepcionista dando um suspiro e entregando a prancheta com uma pequena agressividade.
Grossa
A morena pensou. Entregou a ficha preenchida e pegou a ficha de informação da paciente que iria "passar o tempo", seu nome era Rei, por algum motivo seu sobrenome não estava ali. Quarto 783, a morena bateu na porta, não sendo respondida abriu por si mesma.
E lá estava, uma moça de cabelos brancos que estava sentada na maca enquanto olhava as estrelas na janela.
--- Ah...Olá sou Yaoyorozu Momo, sou sua "companhia" dessa noite. --- Disse Momo olhando a senhora enquanto ela se virava com um sorriso pequeno mas sincero.
--- Olá --- A senhora disse com uma certa dificuldade.
--- Posso me sentar? - perguntou a mais nova apontando para uma poltrona que ficava ao lado da maca, na frente onde a senhora estava sentada. A pálida só assentiu.
--- Como você está? --- Yaoyorozu perguntou com um sorriso doce e gentil, naquele momento a senhora percebeu que a mais nova não era como "certas" visitas que ela recebia.
--- Eu estou bem, fisicamente. --- A senhora se limitou a retribuir o sorriso --- Me chamo Rei, prazer Yaoyorozu. --- Rei disse, Momo percebeu que a senhora ia dizer seu sobrenome mas deu uma pausa e só disse seu nome.
--- Pode me chamar de Momo, se quiser, já que ficarei vindo aqui durante um tempo. Ambas deram um sorriso.
Rei voltou sua atenção as estrelas e ao céu. Como a lua estava bonita. Momo olhava o quarto, era sem cor, tudo branco sem nenhum tipo de variante, foi aí que Momo viu um embrulhe escrito "feliz dias mães" e algo assinado dizendo "eu te amo mãe", alguém tinha escrito.
--- Tem filhos? --- A garota perguntou curiosa.
--- Tenho. --- Rei respondeu com intuito de não falar muito sobre isso, mas viu que a voluntária estava a fitando como se quisesse saber mais. --- Tenho 4, 3 meninos e 1 menina. --- Ela sorriu ao lembrar dos filhos. Aquilo deixou Momo feliz.
--- Você e seu marido devem amar eles muito --- Momo disse e sua última parte desfez o sorriso de Rei.
--- Meu marido... --- Rei fez uma pausa --- É um monstro.... --- Momo se assustou, percebeu que Rei segurava a manga de sua camisa a apertando. A morena decidiu mudar de assunto.
--- É...percebi que gosta muito do céu --- Falou tentando quebrar o clima tenso e pesado que ali se encontrava, Rei não tirava os olhos da janela e do céu.
--- Sim, são muito importantes para mim --- Respondeu sorrindo para garota, fazendo a se acalmar.
--- Tem algum motivo especial? --- Perguntou curiosa.
--- Sim, eles foram meus companheiros nesses dias e nos dias sombrios --- Respondeu sorrindo olhando para as estrelas, mas mais ainda para lua.
--- E você "Momo"? Tem algum companheiro? --- Perguntou deixando a mais nova surpresa e confusa --- Vamos lá Momo, posso estar aqui mas não sou boba e nem nasci ontem --- Completou dando uma risada inocente.
--- Tenho companheiros, várias amigas e amigos...tem um amigo que... Esquece! --- Respondeu e corando logo após pensar em Shoto.
--- Pode confiar em mim, não tenho ninguém para contar esse seu segredo --- Respondeu a mais velha colocando sua mão por cima da mais nova. Momo suspirou.
--- Tem um amigo...que e-eu...eu...
--- Você?...
--- Estou meio que tendo uma "queda". --- Corou violentamente.
--- Ah sim! As paixões da adolescência! --- Rei deu uma leve risada. --- Isso é totalmente normal!...Mas na hora de escolher alguém...pense bem, você tem escolha --- A gelada disse dando um sorriso reconfortante para a menina que sorriu de volta.
As duas conversaram muito e se deu o horário do tempo dos voluntários. Momo se despediu de Rei dando um abraço leve e depois se dirigiu a saída.
--- Como foi? --- Perguntou a recepcionista.
--- Foi bom, conversamos muito --- Respondeu dando um sorriso.
--- Vocês conversaram?! --- A moça exclamou surpresa, Momo assentiu surpresa --- Você é boa mesmo para fazê-la falar. --- Momo se despediu e se dirigiu a saída confusa.
22:34
Lá estava Rei, olhando para lua mais uma vez, sentindo o vento frio encontrar e abraçar sua pele dando um sentimento de conforto.
--- Ele tem razão lua...
