Às margens do Tamisa

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Pra quem pediu pra eu postar mais, aqui está, tem mais um capítulo depois desse, e acaba. Bye.

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Era por volta de duas horas da manhã quando chegaram a Staines-upon-Thames, cidade ao redor de Londres aonde estava localizado o Aeroporto Internacional de Heathrow. Tardiamente descobriram que o aeroporto de Londres não ficava na capital britânica, e sabendo de sua pressa em voltar para casa Valéria escolhera um hotel na própria cidade em que ficava o aeroporto, disse que assim não correriam o risco de perder o vôo, e que teriam a vida inteira para conhecerem a capital. Algo no tom de Valéria mostrava que ela estava levemente decepcionada por não irem à Londres naquela oportunidade, mas tudo o que ela pôde pensar era que estavam muito próximas do aeroporto e que nada a impediria de pegar o avião rumo ao Brasil dali algumas horas. Sorriu com o pensamento, ao mesmo instante em que o táxi parava perto de um hotel, em meio a noite tudo o quê ela podia notar era de que se tratava de uma construção robusta, com algumas das janelas mais altas com telhados triangulares, que lembravam um brinquedo infantil. Tinha uma áurea clássica e simples, que, via de regra, não fazia o estilo de Valéria. Entretanto, ao adentrarem ao hall do entendeu a escolha da ruiva, o lugar tinha de fato um clima antigo, e também romântico, pelas janelas em formato de parábolas, que davam para os fundos do hotel, viu uma massa fluída e escura que espelhava um reflexo turvo do hotel. O rio, pensou! O rio que dava nome à cidade, na vinda passaram por uma placa que dizia algo do tipo.

A voz de Valéria num tom mais convencido do que o habitual, questionava a atendente, em inglês, que pareceu entender tudo perfeitamente. Não conseguiu segurar o riso, Valéria realmente era única, e incrível, e maravilhosa...

-Cá. -Falou aproximando-se com o cartão de acesso ao quarto em mãos. -O que você acha de deixarmos as malas no quarto, e irmos ao pub do hotel antes que ele feche?

-Eu acho ótimo, saímos tão apressadas com medo de perder o vôo pra cá que nem tivemos tempo de comer alguma coisa, né? -Falou culpada. -Me desculpa é que eu tô ansiosa.

-Tudo bem, meu amor, não precisa se desculpar. -Sorriu. -Vamos logo, que eu tô com fome.

Somente deixaram as malas e desceram ao pub, que tinha as paredes revestidas de madeira e um estilo misto entre clássico e contemporâneo, era de fato muito bonito. Mas não reparou no lugar por muito mais tempo, toda a sua atenção recaira sobre a mulher com a risada mais linda do mundo, que não por acaso, estava a sua frente.

-O que você achou? -Valéria questionou. -Do hotel...

-Ah. -Saiu do transe que era olhá-la. -É lindo, tem um ar de romance antigo. - Disse sorrindo.

-Romance antigo? -Protestou. -De jeito nenhum, não quero nem pensar nisso. -Fez um gesto com a mão como se espantasse uma mosca. -Aqui é tudo novo, lugar novo, vida nova e a maior novidade: um amor, amor de verdade. -Tocou-lhe a bochecha.

Se derreteu ao sentir o toque da ruiva em seu rosto, que logo voltou a falar alguma coisa sobre a quantidade de bares em Londres, gostaria de dizer havia prestado atenção, mas não o fizera. Tudo o que conseguia fazer era admirá-la, e sorrir e acenar com a cabeça quando ela lhe olhava interrogativa. Após jantarem, subiram imediatamente para o quarto.

O clima era frio, com uma neblina fina e turva por cima da vegetação esverdeada e da massa aquática que era o Tamisa. Da janela do quarto tinha-se uma vista linda do local, muito romântica e intimista. Perdida em pensamentos admirando a paisagem, despertou com um par de braços rodeando a sua cintura.

-O quê você tanto olha? -Valéria perguntou apoiando a bochecha em seu ombro.

-A paisagem. -Sorriu se acolhendo mais no abraço. -Esse lugar é muito lindo, tão romântico.

Cartas na mesa (Vamila) Onde histórias criam vida. Descubra agora