Capítulo único

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Ninguém sabia o porquê, mas fazia uma semana que Midoriya chegava na sala, a observava com cautela e, ao encontrar o tão familiar rosto de Todoroki, ia abraçá-lo de uma maneira intensa e reconfortante, o que fazia Bakugou ranger os dentes. Midoriya era seu namorado, não? Por que raios dava mais atenção a Todoroki? O ciúmes tomava conta de si e até agora não tinha feito nada, observando sempre Midoriya chegar lá e Todoroki retribuir na mesma intensidade.
Midoriya logo partiu o abraço sussurrando algo no ouvido do bicolor, que sorriu triste, por que… triste? Eram respostas que receberia neste momento.

— Midoriya? — chamou o menor ao ver o mesmo sentar em sua cadeira, arrumando seus materiais.
— Ah, oi, Kacchan! Tudo bem? — disse elétrico beijando o loiro, que se surpreendeu não tendo tempo de retribuir, já que o esverdeado foi rápido.
— Na verdade, não. Eu gostaria de saber por que toda vez que chega, dá um abraço em Todoroki? De certa forma, é ridículo, já que você namora a mim, e não o trakinas duas caras ali — apontou, e ciúmes, raiva; possessividade estavam expressos em sua voz, deixando Midoriya divertido. Izuku estava agradecendo aos céus por Katsuki apenas ter essa personalidade, não a usando de forma física ou atacando de forma verbal. Abusivo? Nunca.
— Isso é ciúmes, Kacchan? — retrucou sentando no colo dele, Todoroki vendo a situação chamou todos para comer na cantina, enquanto a aula não começava. Ninguém recusou, era comida de graça, afinal. E depois disso, Todoroki ainda se perguntou por que havia ajudado ambos a... enfim.
— Talvez… — respondeu em um gemido ao sentir o esverdeado rebolar em cima de seu pênis. Midoriya tinha o dom de excitá-lo ao mais simples movimento.
— Bom, a história por trás não é da melhores, tem certeza que quer saber? — murmurou agora triste, passando lentamente as mãos no peitoral do maior, que sorria instantaneamente.
— A história por trás desses abraços pode não ser a melhor, mas quero saber — disse firme, fazendo Izuku assentir e sair de seu colo, o loiro sentindo falta do contato físico.

— Todoroki? — chamou Midoriya ao vê-lo sentado em um parque perto da escola, ele virando para si com uma cara péssima, estava chorando.
— Midoriya… — gaguejou, sentindo sua garganta entalar.
— Ei! Tudo bem! Estou aqui! — Correu abraçando ele, logo o bicolor se debulhava em lágrimas, deixando o esverdeado preocupado.
— Ela… morreu… Foi minha culpa… — repetia desconexamente, enquanto Midoriya afagava seus cabelos.
— Quem, Todoroki-kun? — perguntou suave, vendo o maior se agarrar mais em si.
— Todoroki Rei, minha mãe… Ela morreu num ataque de vilões… Ontem — respondeu respirando fundo, logo sentindo a garganta entalar novamente e a ânsia subir, queria chorar de novo, a cena que viu fora demais.
— Sinto muito, Todoroki… Mas saiba, estou aqui para quando quiser conversar, e não se culpe, se você não pôde fazer nada, mostre que pode fazer pelos outros, tudo bem? Muita gente gosta de você e não quer ver você assim, eu sou uma delas — disse, deixando Todoroki em um aspecto melhor. Se Midoriya não tivesse ali, talvez sua próxima parada não fosse um lugar muito adequado para seu estado. Estava devastado, realmente.
— Obrigado… Vamos para a aula? — perguntou agora melhor, deixando o esverdeado aliviado.
— Claro! Mas… quero que saiba que, todo dia, quando chegarmos na sala de aula, vou ir até você é te abraçar, durante... um mês! E se você não se sentir melhor, mais um mês — Todoroki riu assentindo, deixando Midoriya feliz e corado.
— Você não existe… É o melhor amigo que alguém poderia ter, Bakugou tem sorte — disse Todoroki, Midoriya o abraçando pela cintura, o deixando corado.
— Existo, e prometo fazer da sua vida, mares de flores. — Ambos riram entrando na Yuuei.

— Então foi isso que aconteceu? — disse Bakugou após o fim da explicação de Midoriya.
— Sim… Apenas quis ajudar meu amigo, Bakugou — explicou breve, fazendo Katsuki sorrir e levantar.
— Sabia… que tenho o namorado mais gentil, gostoso, inteligente, caridoso, amoroso e maravilhoso do mundo? — disse deixando Midoriya corado.
Bakugou se aproximou puxando o esverdeado pela cintura, fazendo ele suspirar em surpresa.
— Sabia — riu convencido, deixando Bakugou indignado, mas o loiro logo sorriu.
— Eu te amo… — sussurrou no ouvido de Midoriya, o deixando arrepiado.
— Eu também te amo, Kacchan — murmurou, e Katsuki aproveitou uma brecha para o beijar profundamente.
Ambos ouviram o sinal, então se separaram indo em direção às suas carteiras, e viram todos entrarem. Todoroki olhou de relance para Midoriya, que sorriu pedindo segredo, Todoroki riu chamando a atenção de algumas pessoas, se sentando no seu lugar, sabia que Midoriya estava em boas mãos, mas não poderia negar o que sentia, e que crescia cada vez mais em seu peito.

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