Faltando apenas 10 minutos para o celular desligar decidi escrever sobre ele, não sabia exatamente o que ou o por que escrever, mas eu precisava, não havia sono, o cansaço era limitado, e tudo o que eu conseguia desejar era ele, ali, comigo, não importasse o que fizesse, fosse para me dar carinho, abraçar-me ou transar como em todas as madrugadas que ele me fez perder o sono; mas dessa vez, era só eu, na cama, deitada com os meus pensamentos e todos os pensamentos sobre ele.
Ele nem deve saber o quanto eu o desejo ou o fato de eu desejá-lo, mas eu o desejo, como um pedido às velas de aniversário, como numa carta ao bom velhinho, como de olhos fechados abaixo de uma estrela-cadente, o desejo e como, a mim como ele come.
Talvez eu tenha perdido o sono pensando nele e pensando nele perdi a vontade de escrever e escrevendo, aumentou-me a vontade dele, por inteiro, me invadindo a mente e o corpo como só ele.
Talvez eu devesse ligar para ele, talvez eu ligue, talvez os meus dedos estejam digitando o número dele, na tela do meu celular por um simples impulso de poder tocar ele aqui colado ao meu corpo, mas não...
A tela se apaga, o meu fogo como a chama de uma vela assoprada, simplesmente vira fumaça, na minha indecisão de ligar ou não ligar e de desejar e só conseguir desejar;
Fora 10 minutos!
São 2 horas.
O celular desligou.
Melhor dormir.