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Any

Tentei fazer o máximo de barulho possível para não acordar meus pais e nem o Noah. Fechei com cuidado a porta da sala, me virando para ir direto pro meu quarto, mas levei um enorme susto quando vi meu melhor amigo parado, com um copo na mão e rindo da minha cara.

- Se você fosse um ladrão, seria péssimo.

Larguei meus ombros por ver que ele não estava tão... ansioso para falar comigo sobre o que rolou na noite passada.

- Pensei que você estava dormindo. - dei um beijo na testa dele e segui para o meu quarto. Tudo estava muito bem organizado.

- É muito diferente os horários, então não consigo dormir agora. - enquanto eu separava uma roupa para mim tomar banho, ele se jogou na cama e pegou o celular - Mas, fala aí, quem é aquela menina que estava na foto com a sua amiga?

Me virei rapidamente, cerrando os olhos para ele. O rosto dele estava tão malicioso, que me fez sentir algo muito forte. Logo percebi que precisava falar alguma coisa:

- Não sei. Deve ser alguma amiga próxima dela - e só. Foi apenas isso que falei antes de seguir super brava até o banheiro e bater a porta.

Eu não sei o que foi, mas eu me senti muito triste e muito brava ao mesmo tempo quando ele perguntou aquilo. Por favor, Deus, que eu não esteja gostando do meu melhor amigo.

(...)

Quando terminei de me trocar dentro do banheiro, peguei meu celular para ver que horas eram, 4h57min. Provavelmente o Noah já está dormindo.

Meus olhos fixaram com os dele, causando aquela corrente elétrica que faz você se sentir tão especial. Ele ainda não dormiu, estava me esperando, como de costume.

Deixei tudo no devido lugar e me deitei, novamente ficando frente a frente com ele. Os olhinhos claros dele me aqueceu.

- Você quer falar sobre aquilo...? - quem falou primeiro foi ele, me fazendo suspirar.

- Eu não sei. Por um lado, penso que devemos, por outro, para que falar? - passei a mão no rosto, para ver se a tensão saia dali.

- Não precisamos, ok? Vamos só dormir, hum? - a mão quente dele tocou meu rosto e fez um carinho tão bom, que me fez fechar os olhos para sentir.

Ficamos quietos por bastante tempo, apenas sentindo a presença um do outro. Mas algo me incomodava e eu quero perguntar para ele.

- Você queria mesmo fazer aquilo? - perguntei, na lata. Meus olhos se abriram e eu encontrei-o concordando com a cabeça e sorrindo, calmamente.

Eu vou ser a pior pessoa do mundo por estar sentindo um frio na barriga quando meu melhor amigo me olha?

Eu vou ser a pior pessoa do mundo quando vejo que só o toque do meu melhor amigo me acalma?

Eu sou a pior pessoa do mundo por que quero beijá-lo?

Gelei por completo quando ele rodeou seus braços em minha cintura, me puxando para muito mais perto. Sua boca se abriu, indicando que iria mesmo fazer aquilo. Eu não sei...

Levei uma mão até sua nuca, fazendo um cafuné nos cabelos que têm ali. Tão macios. Antes de tudo acontecer, nos olhamos, para ver se era isso mesmo que queríamos e chegamos a uma certa conclusão: errar. É tão ruim assim? Ou quando você erra, a confusão que você sente depois, faz-te arrepender do que fez? Você gosta de errar, por saber que o gostinho do erro é tão docinho quanto o melhor doce do mundo? Errar não é tão ruim assim.

I'll Never Forget You (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora