Capítulo 11

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* * * *

- Jhulie? Jhulie, acorde. - Uma voz suave chama-me. - Não acredito que viemos até aqui para você dormir. - Não consigo conter o sorriso que se forma em meus lábios. Sinto os raios solares baterem em meu rosto e a brisa do mar alcançar minha pele, isso é tão bom. Abro meus olhos lentamente e vejo que ele me olhava.

- O que foi? Estou cansada. - Digo sentando-me na toalha estendida no chão. - Você me fez andar por meia hora e ainda subir a colina. - Espreguiço-me soltando um enorme bocejo, vejo ele olhar para mim e sorrir incrédulo. - Tabom, agora me diz, de tantos lugares para nós irmos, porquê aqui? - Digo aproximando-me e abraçando seu braço. Adorava sentir seus músculos e ver suas tatuagens.

- Não sei, apenas gostei da paisagem. - Ele diz olhando para o mar. Sabia que ele estava escondendo algo de mim, podia ver na sua expressão. Minha mão vai até seu queixo, virando sua cabeça para mim, olho para ele e lanço um olhar que dizia " Pode me contar", ele respira fundo. - É meu pai novamente, está me importunando como nunca. Pedindo para mim voltar para casa e herdar a empresa, mas eu simplesmente não consi- Eu o interrompo beijando seus lábios levemente, afasto-me um pouco e acaricio sua bochecha com minha mão.

- Vai ficar tudo bem, eu estou aqui com você. Eu sempre estarei. - Vejo ele relaxar, sua mão vai até minha cintura e puxa-me para perto, beijando-me novamente.

* * *

Assim que abro meus olhos novamente, vejo minha mãe sentada em uma poltrona com suas mãos tampando seu rosto e percebo que estava em um quarto de hospital. Ouvia o fino barulho da máquina, informando as batidas do meu coração e conseguia sentir o soro entrar em minhas veias.

" Mãe, o que está acontecendo? Onde estou? " Pergunto-lhe mas ela não ouve-me, tento levantar-me mas não consigo, estou imóvel. Tento várias vezes, mas nada. " Mãe ajude-me! " Grito e percebo que ela nunca iria me ouvir, pois eu não conseguia falar. " Mãe, olhe para mim." Minhas lágrimas saiam incontrolavelmente, tento novamente me mover, mas nada. Minha cabeça começa a doer fortemente, era uma dor agoniante.

" Mãe o que aconteceu comigo?! Por que minha cabeça doí? Por que não consigo me mexer?! Mãe escute-me, por favor! " Mas ela não se mexe, Natasha entra no quarto com uma rosa em suas mãos e a coloca no vaso junto com as outras. Ela vem até mim e olha-me tristemente. "Natasha, você consegue me ouvir, certo? Fale para mamãe que estou acordada" 

- Quando você irá acordar Jhulie? - Ela fala tristemente acariciando meu braço. " Não, não pode ser! Natasha escute-me! Eu estou acordada, não está vendo?!" Ignorando a forte dor na minha cabeça e corpo, tento mexer-me novamente. - Olha mamãe Jhulie está mexendo o dedo! - Ela vai até minha mãe que aparentemente estava dormindo e a chama. - Mamãe! Mamãe! A Jhulie. - Ela aponta para mim e minha mãe olha-me assustada.

" Mãe! Mãe! Ajude-me, por favor!" Tento movimentar-me e grito o mais forte que posso. A frequência do barulho da máquina aumenta e meu coração acelera.

- Porque não me chamou antes Natasha! Jhulie está morrendo! - Minha mãe sai desesperada do quarto e Natasha olha-me assustada, podia ver seus olhos lacrimejarem. " Não! Não! Não pode ser! Tirem-me daqui! Eu quero sair! " Logo uma equipe de médicos entram no quarto e começam a falar e fazer muitas coisas. Não conseguia entender nenhuma palavra do que estava sendo dita, só conseguia ver os rostos apavorados de Natasha e de mamãe.

Eles injetam um líquido em meu braço e começo a sentir meus olhos pesarem e minha força sumir. " Não, por favor. Eu.. Mãe.. Ajude-me.." Meus olhos começam a fechar lentamente e aos poucos minha visão fica embaçada, impedindo-me de ver elas. "Mãe, ajude-me.. Por favor.. Ajude-me.. "

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