°2019°

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Oi gente, esse não é um capítulo do livro, mas é algo que eu quero compartilhar com vocês, meus leitores, e algo que eu quero deixar aqui, caso alguém queira usar como inspiração ou eu precise voltar, ler e me reerguer.

Como eu já disse em um dos avisos desse livro, 2019 foi um dos anos mais difíceis na minha vida até agora. Eu sei que provavelmente terão piores, mas eu quero me preparar até lá, quero ser mais forte e por isso quero deixar aqui, palavras de uma Larissa forte, que mesmo nova, acha que esse é o momento que ela se viu mais forte.

Em 11 de março, dia das mães, eu perdi meu primo para o câncer (na verdade, a crença que eu tenho não se refere a isso como perda e sim libertação de um sofrimento que ele tinha). Crescemos juntos, brincamos juntos, conversamos juntos, e mesmo sendo diferentes um do outro, tínhamos assunto. Sempre que ele ia para os famosos "rolês", no dia seguinte ele sentava na porta da minha casa e me contava tudo o que viu e quem encontrou.

Ele foi um menino guerreiro, e não mostrou isso há três anos quando descobriu a doença, mas provou desde criança. Mesmo nos últimos dias ainda brincava e sorria, essa é a imagem que carrego dele.

No dia 30 de junho, perdi o meu avô paterno, meu padrinho e um dos meus maiores admiradores, e ele fazia questão de não esconder isso. Cada conquista minha era um brilho a mais nos olhos dele. Foram meses difíceis, foram forças mentais, físicas e emocionais exigidas. 

Faltam exatos treze dias para que eu complete 18 anos, e eu posso dizer que eu nunca tinha perdido ninguém até este ano, por isso digo que foi algo difícil. Mas eu me reergui, me reconstruí e me superei.

Não foram somente estes fatos que me fizeram classificar 2019 como um dos anos mais difíceis, afinal, quantas coisas ruins aconteceram? Foram notícias que não chocaram apenas a mim, mas também grande parte da população e isso me provou uma "coisa boa" em meio a tudo isso. Os humanos não estão perdidos como eu julgava, os sentimentos apenas estão adormecidos.

Não quero privilegiar nenhum partido político! Mas dar um golpe com uma faca em um candidato à presidência da República não é algo que se comemore e sim que preocupe. O mesmo serve para quando o neto do ex-presidente Lula morreu. Deus, quantas pessoas agradeceram por isso? Foi horrível.

Mas em comparação, houve inúmeros casos que muitas pessoas se uniram em prol de um bem maior, são acontecimentos assim que eu preservo e me sinto honrada de fazer parte de um mesmo plano. Quantas notícias de compaixão e solidariedade surgiram em meio a tanto caos? Poucas, mas simbólicas.

Sabe, somos fortes, somos guerreiros, por quantas coisas passamos e estamos de pé? Contando aos outros o que vimos e vivemos?  2019 me ensinou que nem sempre a vida vai ser a boa amiga que eu achei que era, mas que um dia, como um estalar de dedos, ela vai nos derrubar para que nos levantemos sozinhos. 

Quando caímos, vemos tudo de um ângulo diferente, e quando levantamos, estamos mais fortes, não apenas por nos reeguer, mas também porque agora temos uma visão diferente do que antes julgávamos apenas rosas, porque é olhando a rosa por baixo que vemos os espinhos e nos protegemos contra eles.

Eu não quero dar lição de moral, eu não faria isso. Apenas quero compartilhar que 2019 me tornou uma pessoa diferente de 2018 e tenho certeza que 2020 me tornará diferente também. Quero agradecer, não só por ter conseguido passar por tudo, mas também por ter tido vocês do meu lado (não literalmente, figurativamente, eu digo).

Still Here :: Teen Wolf - hiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora