09 - She's like me.

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No capítulo anterior...

"Mas acho que me arrependi quando ouvi o grito dela."

Agora...

- Acho que precisa ver isso, Alyssa.  - ela disse com a mão na boca e eu corri até ela.

- Parrish?! - tudo bem, não é uma visão que eu reclame por estar tendo mas nessas condições, estou reclamando.

- O que eu faço? - Ashley estava claramente assustada.

- Vamos tentar trazê-lo para dentro de casa pelos fundos e fazer esse fogo todo dele apagar. - eu respondi correndo escadas abaixo.

- Como vai fazer isso? Ele não está com cara de quem quer conversar e puxar ele não é uma boa ideia. - Ashley disse vindo logo atrás.

- Então liga para o McCall, fala que não sabemos o que fazer. - eu respondi e ela confirmou.

- Hey, Parrish! - eu disse mais alto.

- Eu não sou o Parrish. - ele respondeu sem expressão.

- Você é o cão do inferno?! - eu questionei e ele simplesmente balançou a cabeça em concordância. - certo, você protege o sobrenatural dos humanos, então suponho que deva entrar e se esconder enquanto estiver pegando fogo.- eu disse apontando para o corpo dele.

- Você precisa ser protegida. - ele respondeu ainda sem expressão.

- Então me proteja do lado de dentro da casa! - eu disse com a voz mais grave e ele apenas começou a caminhar.

Por sorte, ou não, a rua da minha casa era uma das menos movimentadas neste horário.

- Conseguiu ligar para ele? - questionei assim que vi Ashley.

- Consegui agora, ele estava no banho e já está vindo. - ela respondeu. - ele ainda está pegando fogo. - ela disse assustada.

- Ele não é o Parrish, diz que precisa me proteger. - eu disse cruzando os braços.

- Do que ela precisa ser protegida? - Ashley perguntou mas ele nem se moveu. - ele te responde?

- Sim. - a olhei. - do que eu preciso ser protegida? - perguntei dando um passo a frente.

- Algo maior que você está para começar e os lobisomens precisam de você. - ele me olhou tão profundamente que me senti exposta a ele, não meu corpo, mas minha alma.

- Eu não estou entendendo.

- O tempo corre, Vitale, e não podemos explicar. - ele repetiu. - eu não sabia o motivo de ter vindo para Beacon Hills e pensei ter entendido depois de tudo o que aconteceu mas eu sei que eu estava aqui à sua espera.

- Alyssa. - ouvi Scott dizer. - sua mãe me mandou entrar... Nunca tinha visto esse lugar. - ele disse olhando em volta.

- Parte dos fundos da casa que os donos nunca mostram para ninguém, mas o que eu realmente nunca tinha visto era isso. - apontei para o policial pegando fogo.

- Parrish?! - Scott se aproximou dele.

- Ele não é o Parrish e ele não responde. - Ashley avisou.

- Por algum motivo ele só responde á mim. - cruzei os braços.

-Pede o Parrish de volta. - Scott aconselhou.

- Traga o Parrish de volta, eu estou a salvo. - eu disse mas assim que terminei a frase, ele tocou meu braço e eu não sei o que doeu mais, a dor da queimadura ou a ardência que tomou conta dos meus olhos.

Dali em diante tudo o que eu via eram flashes, Parrish no deserto tentando desarmar uma bomba, a explosão, dentro da explosão quando ele se tornou o cão do inferno, as vozes que ele ouvia enquanto caminhava até Beacon Hills, toda a confusão que se formou na mente dele ao descobrir o que era, Monroe, o outro cão do inferno, o Nemeton pegando fogo, a sensação que ele teve pouco tempo depois que cheguei aqui e ele na frente da minha casa... Quando ele me soltou, foi como se o oxigênio tivesse voltado para o meu pulmão.

- Está tudo bem? - Ashley me segurou antes que eu chegasse ao chão e notei que Scott também havia segurado, agora de volta, Parrish.

- Ele... Eu sei de tudo dele... - eu disse me levantando e levando a mão ao braço que ele havia segurado que por sinal havia uma queimadura bem chamativa.

- Finalmente eu sei o que você é. - ele me olhou e nos olhos dele havia uma mistura de alívio com surpresa. - me desculpa por isso, eu... - o interrompi.

- Parrish, olha... - eu chamei a atenção dele para o meu braço, a marca que ele deixou começava a faiscar e logo tinha cicatrizado. - Isso foi muito estranho e agora eu quero respostas. - eu respondi entrando em casa.

- Onde você vai? - Scott perguntou.

- Vou falar com minha avó e dependendo do que ela contar, vou na clínica do Deaton... - entrei em casa. - Não se preocupe, eu vou na sua casa mais tarde. Qualquer coisa me liga. - eu disse saindo e colocando a jaqueta.

- Eu vou com você. - Parrish respondeu.

- Com esse resto de bermuda queimada?! - parei para olhá-lo.

- Então te encontro no Deaton em uma hora. - ele respondeu e eu concordei.

Admito que esqueci completamente de tudo, deixei Scott e Ashley lá, entrei e comecei chamar pela minha avó.

- O que foi Alyssa? - ela disse aparecendo rápido na sala de estar.

- Vó, eu preciso que me diga se sabe algo a mais sobre mim. - eu disse andando de um lado para o outro, eu não estava com medo mas depois que Parrish me mostrou tudo foi como se eu tivesse sido ligada em uma tomada 220w e passado uma noite inteira carregando.

- Eu não estou entendendo... - ela disse se sentando e eu contei tudo a ela.

- Havia uma lenda mas eu não sei se já contei... - ela parou.

- Pode contar novamente? Porque se já contou eu esqueci. - respondi me sentando ao lado dela.

- Muitos moradores de Bagnone diziam que os lobos como você não se transformavam por uma mordida, apenas davam a luz à bebês lobisomens, mas o problema era que, por algum motivo, ninguém conseguia ter mais de dois filhos. Com todas as brigas e doenças, muitos estavam morrendo, por isso tínhamos tanto medo da extinção da espécie... - a interrompi.

- Mas e as mulheres? Por que não engravidavam aquelas que ainda não tinham filhos? - eu questionei, uma pergunta meio tola mas que em tempos difíceis, certamente tentariam.

- Tentamos mas as mulheres que ainda não eram mães e que tentavam engravidar de homens que já eram pais não conseguiam e quando tentavam demais, umas morriam e outras desistiam... Até que as mulheres decidiram entrar nas brigas de matilhas também e aos poucos, estávamos acabando. Uma história começou surgir de um homem, alfa, que conseguia transformar os lobisomens com mordidas mas ele foi morto misteriosamente, diziam que quando um lobo da espécie surgisse e transformasse alguém na mesma espécie seria o grande salvador e todos teriam de mostrar respeito a ele. - congelei.

- Mas vovó, eu transformei a Maggie... - ela me olhou com os olhos arregalados. - ela é como eu. - senti que o ar parou por um momento na garganta de minha avó.

Still Here :: Teen Wolf - hiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora