Capítulo 05 - Desventuras de um Romance / Parte II: Noite Ruim!

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Sabe quando você não tem certeza sobre o que está fazendo? Pois é, eu estava realmente duvidando se seria uma boa ideia colocar um belo laço de fita no presente da minha afilhada. Acontece que eu não conseguia! Como pode ser tão difícil?

— Porque não se dá por vencido e me deixa fazer isso?
A banqueta cambaleou para trás pelo susto e tive que me segurar no tampo de mármore para não cair.

— Merda!

— Você é um desastre ambulante, sabia?

Me virei para ver Manuela me olhar divertida. Ela usava um — Oh! — vestido — Oh! — preto. Tinha um decote que quase me permitia ver o pequeno espaço entre os peitos e só então me dei conta de que ela tinha muito volume no busto.

Era véspera de Natal, eu havia passado com louvor nas finais do segundo tempo da faculdade, e lá estava eu, pronto para informar meus pais sobre isso.

— Pedro?

— Diga.

— Para quem é o presente?

Como ela não me bateu nem algo do tipo, era possível que não tenha notado a fração de segundos que passei observando seu decote. Ela andou até a mesa e pude ver que o vestido estava muito justo e um pouco curto. Pode isso, produção?

— É para a minha afilhada.

— E qual a idade dela?

— Seis.

Ela me olhou surpresa e abriu o pacote para ver o que tinha dentro.

— É por isso que quer fazer um bom embrulho...

— É. Ela é bastante inteligente e gosta de colecionar essas coisas.

— Hum... Ela gosta de ler?

— É um livro ilustrado. Ela é boa com números, mas não com letras. Está praticando e se saindo muito bem, se quiser saber — Me gabar pela Serena era tão natural que eu nem notava.

— Ok. Então isso tem que ser fácil de abrir.

O livro era pequeno, porém, grosso. Todas as páginas tinham ilustrações, mas com texto narrando os melhores contos de fadas que haviam sido eternizados no cinema.

Manuela pegou o rolo de papel de presente e forrou um pedaço na mesa. Cortou e enrugou o meio fazendo algumas dobras, em seguida, dobrou as pontas e as uniu fazendo um saco. Colocou o livro dentro e lacrou com a fita pelo lado de dentro. Pegou o rolinho de fita vermelha — da cor do seu batom... para que tanto vermelho, gente? — e cortou um pedaço para, mais tarde, fazer um laço e colá-lo na lateral. Depois pegou uma caneta preta e escreveu na outra ponta: Feliz Natal!

— Qual o nome dela?

— Serena.

Aí ela escreveu embaixo do "Feliz Natal":

De: Seu padrinho
Para: Serena

— Pronto!

— Valeu.

Ela largou a caneta e pegou a bolsinha brilhante de mão. Andou até a porta, mas antes de sair, se virou para mim.

— Feliz Natal, Pedro. Fui!

E bateu a porta.

Bem... assumo a culpa de não ter conseguido pensar em nada.

Manuela estava indo passar o Natal com a família e eu com a minha. Guardei os presentes na mochila e saí de casa, não havia muito o que fazer e eu poderia pensar em algo depois.

[DEGUSTAÇÃO] Segredos de um namoro fajutoOnde histórias criam vida. Descubra agora